Um anúncio feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) destinará R$ 44 milhões para reequipar a rede pública hospitalar em Bauru. Deste total, R$ 33 milhões serão utilizados para o reaparelhamento e renovação de instalações do Hospital de Base (HB) e R$ 12 milhões para reforma da Maternidade.
O projeto já tem a anuência do secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, e as mudanças estão em negociação direta com os novos gestores, de um lado os responsáveis pela Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp), de outro a avaliação direta da Divisão Regional de Saúde (DRS-6), e o acompanhamento do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB).
A reestruturação inclui reforçar as vocações das unidades já existentes e reinstalar serviços em outras. A construção de novo prédio para a área de gestantes é um dos elementos definidos. Dentre as mudanças estipuladas no projeto estão, realocação de serviços conforme a vocação de cada unidade, formação de contrato de gestão com Organizações Sociais (OS) para suprir as deficiências geradas com a crise da Associação Hospitalar de Bauru (AHB) e até a construção de um prédio novo, anexo ao Hospital Estadual (HE), para as funções de atendimento a gestantes e com serviços como o neonatal.
O atual prédio da Maternidade Santa Isabel será oferecido à Prefeitura de Bauru. A futura faculdade de medicina também faz parte desta nova história hospitalar que começará a ser escrita em breve. A primeira constatação foi de que é mais racional e prudente construir um anexo para a Maternidade do que reformar o prédio atual. Não que a unidade existente não contemple revitalização. Mas como o recurso disponível é suficiente para a construção, o serviço a gestantes também teria ?cara nova? sendo incorporado à agenda referenciada de especialidades já atendidas pelo Hospital Estadual.
Definição de vocações
 Cada uma das seis instituições que oferecem serviços públicos de saúde em Bauru já conta com suas vocações primárias. O que está sendo realizado nesta fase é a reestruturação de cada especialidade. Algumas das mudanças chegam no mesmo instante em que o Estado decidiu ocupar o lugar deixado pela insolvência da AHB com novo prestador de serviços (Famesp). Outras acontecem, coincidentemente, no mesmo momento em que projetos como a reformulação da Maternidade e o término do novo Hospital do Centrinho estão em curso.
De sua parte, o Base vai se concentrar, com reformulação completa e atualização de equipamentos, em urgência de emergência, com ênfase para a ortopedia e a boa equipe de cirurgia cardíaca que já trabalha por lá. Os investimentos de R$ 33 milhões garantidos por Alckmin contemplam essas ações. É a chance da eliminação do sucateamento gradual a que foi submetida a unidade, com endividamento que chega aos R$ 150 milhões. O atendimento concentrado em traumatologia é tido como certo no Base.
Ele será de porta aberta para o Pronto-Socorro. O projeto prevê reaparelhamento de setores como o Raio X e tomografia. Os serviços de ressonância permanecem contratados pelo Estado junto ao CDI, instalado colado ao hospital, na rua Monsenhor Claro. Assim, a rede pública hospitalar local, e regional, tem a oportunidade de promover as adequações de gestão e de distribuição de serviços, o que não era possível, até então, sem a definição sobre a insolvência operacional e financeira da AHB. Agora, cada unidade desenvolve um papel no sistema.
Medicina
Com a reforma no sistema e com os recursos anunciados recentemente pelo governador Alckmin, uma das boas consequências será a implantação da residência médica, visando a criação do curso de medicina na cidade. A residência deverá começar em 2012, segundo o próprio Alckmin. Também se consolidará o atendimento regional referenciado em especialidades.