Hoje, no aniversário do Sistema Único de Saúde (SUS), o HIS – Healthcare Innovation Show trouxe uma série de discussões sobre saúde digital na esfera pública. No Fórum de Saúde Digital, promovido pela Fehosp e pelo Sindhosp, Ana Estela Haddad, Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, trouxe um panorama das iniciativas recentes para transformar o SUS em uma plataforma cada vez mais digital. 

Com o programa “Brasil Bem Cuidado”, Ana Estela contextualizou a busca para fortalecer a rede por meio de uma nova Atenção Primária à Saúde, mais acesso a especialistas e a implementação do SUS Digital. 

A Secretária agradeceu a confiança da ministra Nísia Trindade e explicou que, junto com ela, quatro ex-ministros – José Gomes Temporão, Alexandre Padilha, Humberto Costa e Arthur Chioro – enxergaram a importância da criação da SEIDIGI – Secretaria de Informação e Saúde Digital, que articulou áreas do Ministério que já existiam, mas estavam isoladas e fragmentadas. “A ministra dá muito valor para a qualidade e a integridade da informação para a tomada de decisão”, complementou. 

Saúde figital 

Ana Estela ressaltou que a telessaúde é uma ferramenta vital para melhorar o acesso e reduzir filas de espera na saúde pública. Trouxe exemplos, como a teledermatologia, que evitou 40% dos encaminhamentos, o que demonstrou o impacto positivo da integração digital no processo regulatório.  

Uso de kits de telediagnóstico e a capacitação das equipes da Atenção Primária, segundo a Secretária, estão sendo decisivos para minimizar deslocamentos, o que permite mais agilidade no atendimento especializado. Ela reforçou que a transformação digital deve ser guiada pelo fortalecimento dos princípios do SUS, como a equidade e a continuidade do cuidado, integrando o atendimento presencial e digital.  

Infraestrutura digital 

A tecnologia também ajuda os serviços de saúde a chegarem a territórios indígenas e quilombolas, onde o acesso é mais difícil, devido à geografia do Brasil. No que diz respeito à conectividade, Ana Estela contou que, em colaboração com o Ministério das Comunicações, usou o Índice Brasileiro de Conectividade da Anatel para garantir uma distribuição mais equitativa de recursos, citando iniciativas como a Infovia e o programa Norte Conectado. 

Fundamental para integrar informações de saúde em todo o país, a relevância RNDS – Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) foi apontada, pois permite que dados clínicos e de exames sejam compartilhados de forma segura entre profissionais e instituições. Facilita o acesso ao histórico de saúde dos pacientes e otimiza o processo de conduta no cuidado ao paciente. 

O compromisso do país de desenvolver uma estratégia própria de inteligência artificial também foi mencionado, inclusive o recém-lançado Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial, alinhado ao Plano Brasileiro de IA, reforça que a saúde digital deve avançar de forma inclusiva, garantindo que as populações mais vulneráveis também sejam beneficiadas. 

E o futuro?  

Ana Estela destacou a importância de avançar na direção certa, mesmo com as desigualdades regionais. “A gente precisa colocar todo o Brasil nessa trilha, porque cada parte do país está em um estágio. Não vamos conseguir fazer com que todo mundo chegue no mesmo lugar ao mesmo tempo, porque existem situações muito desiguais. Mas, se a gente conseguir colocar todo mundo em uma direção comum com todos compartilhando desse projeto, estaremos bem”, pontua.  

A SEIDIGI tem desempenhado um papel de liderança e orientação nesse processo, trabalhando em conjunto com entidades da federação, como CONAS e CONASEMES, além de parcerias com o setor privado. “Se pensarmos num projeto de saúde para o país, a gente consegue caminhar todos juntos”, finalizou.