Periódica, personalizada e preventiva:
assim deve ser a avaliação do estado geral da saúde mesmo quando não há sintomas de doença
Foi-se o tempo em que fazer check up significava ser submetido a uma bateria infindável de exames. A moderna medicina reconhece que a checagem do estado geral da saúde de um indivíduo passa, em primeiro lugar, por avaliação clínica extremamente personalizada, considerando sexo, faixa etária, histórico familiar, hábitos e eventuais sintomas apresentados. Da mesma forma, os exames complementares devem ser customizados para a realidade de cada paciente.
A médica Fernanda Galvão, clínica geral da Amil, destaca que, de maneira geral, homens e mulheres a partir dos 35 anos são aconselhados a realizar o check-up ao menos uma vez por ano. “A partir dessa idade, a prevalência de doenças cardiovasculares e oncológicas começa a aumentar”, argumenta a especialista.
Na Prática – O rastreamento de alterações é de extrema valia, desde que siga protocolos validados internacionalmente. Na prática isso quer dizer que a realização do exame tem que ter evidenciado benefícios quando feito em população que não apresentava sintomas. Um exemplo claro é o Papanicolau, teste que deve ser feito anualmente em mulheres sexualmente ativas para detecção do câncer de colo de útero – que apresenta elevadas chances de cura desde que diagnosticado na fase inicial.
Ainda sobre saúde da mulher, é destacável o benefício trazido pela avaliação clínica das mamas, realizada anualmente por profissional de saúde, a partir dos 40 anos. Já a mamografia tem importante função a partir dos 50, devendo ser repetida anualmente. Para mulheres com casos da doença na família, a conduta é diferente, reforçando a necessidade de se adotar um olhar individualizado.
Para o homem, o exame de toque retal é um grande aliado, embora siga sendo um tabu. A partir dos 45 anos, todo homem deve realizá-lo, complementando a investigação com o teste de sangue PSA. Exames simples com aferição de pressão arterial e testes dos níveis de glicemia e colesterol já colaboraram para a detecção de doenças sistêmicas, como hipertensão e diabetes em homens e mulheres, possibilitando assim o manejo precoce e a preservação da qualidade de vida.
O check up eficiente é seguido de orientações também personalizadas. O indivíduo deve estar aberto à mudança de hábitos, pois a vida que se leva no dia-a-dia é determinante para a longevidade. Como diz o ditado, um infarto não ocorre de repente – leva anos para ser formado. De nada adianta ir ao médico regularmente sem combater os principais riscos à saúde: o sobrepeso e a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, entre outros. É igualmente importante observar os sinais que o organismo emite e não se automedicar.