A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais prevalentes e a que mais mata no mundo, atrás apenas da Aids, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ocorrem, por ano, cerca de 8 milhões de novos casos no mundo, com mais de 1 milhão de óbitos. O Brasil está entre os 22 países que concentram 82% dos casos de tuberculose. No Dia Mundial do Combate à doença, comemorado dia 24 de março, Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Bronstein Medicina Diagnóstica, fala sobre um novo método de detecção da doença.

A nova metodologia diagnóstica é o GeneXpert, que está disponível no Bronstein a custo baixo, por meio do programa que facilita o acesso de pessoas sem plano de saúde ao diagnóstico pelo exame. A análise é feita em material como escarro, líquidos corporais ou urina e o resultado sai em até duas horas após a chegada do material à área técnica, reduzindo a espera em 22 horas, tempo estimado para o diagnóstico por meio de técnicas antigas, como a baciloscopia.

O método apresenta outras vantagens. “Além da análise precisa e rápida, o novo teste verifica a resistência à rifampicina, um dos antibióticos mais eficazes para o tratamento da doença. Assim, no máximo 24 horas após a realização da coleta, o médico tem o resultado da positividade para tuberculose e da presença ou não da resistência ao antibiótico, para iniciar o tratamento mais adequado ao paciente, reduzindo o tempo para a obtenção dessa informação em até seis semanas”, diz o infectologista.

Em comparação a outros exames, como o raio X, o diagnóstico é inicialmente correto em somente 49% de todos os casos. Já a tomografia computadorizada é realizada corretamente em 91% dos pacientes. Segundo um estudo do laboratório, realizado com 41 pacientes portadores da doença ativa, a tomografia apontou cavidades nos pulmões em 58% dos casos enquanto o raio X do tórax mostrou escavações em apenas 22% dos casos.

Rio de Janeiro é estado com maior prevalência da doença

O Rio de Janeiro é o estado que lidera o ranking, com 62 casos por 100 mil habitantes, embora o índice tenha apresentado queda nos últimos três anos, de acordo com o Ministério da Saúde. No estado, a favela da Rocinha é o bairro com maior taxa de pessoas infectadas, segundo dados do Ministério da Saúde, chegando a cerca de 300 casos por 100 mil habitantes na favela.

O nível de infecção da tuberculose pulmonar, sua forma mais comum, pode estar ligado também a fatores sociais e estilo de vida da população. Casas com pouca iluminação, baixa ventilação e falta de saneamento básico, alcoolismo e desnutrição facilitam a contaminação pelo bacilo de Koch, micro-organismo transmissor da doença, como explica “Ao espirrar ou tossir, as pessoas com tuberculose expelem gotículas que contaminam o ambiente. Esses bacilos ficam em suspensão no ar e uma pessoa, ao respirar nesse ambiente, pode se contaminar”, afirma o médico.

Segundo Chebabo, as pessoas com o sistema imunológico comprometido estão mais suscetíveis a contrair a doença, por exemplo, diabéticos e infectados com o vírus da Aids. Ele reforça ainda que a melhor maneira de evitar a disseminação da tuberculose é o diagnóstico rápido, embora isso seja apontado como um grande problema para o controle da doença, como considera a OMS.