Termina hoje, no Rio de Janeiro, a II Jornada de Imersão e o Projeto Mutirão do Hospital de Traumato-Ortopedia (Into). Além de beneficiar diretamente pacientes que aguardam por cirurgias de joelho, em alguns casos, há três anos, o projeto visa também a capacitação de diversos profissionais, muitos deles vindos de regiões distantes e carentes, como o Norte do país. Ambos os eventos são realizados na unidade assistencial do Hospital de Traumato-Ortopedia (HTO), informa a Agência Saúde. O Into registra mais de 2000 pacientes na lista de espera – só para este tipo de cirurgia – e a seleção dos que vão participar do mutirão foi realizada levando em consideração a ordem cronológica de chegada e a gravidade do caso. São cerca de 43 pacientes, que sofrem de artrose (80%) e artrite reumatóide e osteonecrose (20%). Em condições normais, o HTO realiza, por semana, oito cirurgias desses casos.
A equipe médica, comandada pelo chefe da Cirurgia de Joelho do HTO, Dr. Lais Turqueto, é formada por seis especialistas do próprio hospital e outros seis médicos convidados. Além dos profissionais diretamente envolvidos na realização do mutirão, estão sendo aguardados cerca de 200 médicos de várias regiões do país, como São Paulo, Minas Gerais, interior do estado do Rio e, principalmente, dos estados da região Norte.
O Into foi instituído pelo Ministério da Saúde, em 1994, como órgão normatizador de procedimentos em ortopedia no país. A instituição presta diversas consultorias ao Ministério da Saúde na área de traumatologia de alta complexidade, como, por exemplo, na avaliação de hospitais públicos e privados para credenciamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na tabela de remuneração feita pelos SUS aos serviços prestados por esses hospitais e ainda na compra de material, como no caso de implantes ortopédicos em geral. Além dessa consultoria, o instituto é responsável pelas gestões do HTO e do Hospital Anchieta, que está em fase de reformas.
O HTO – a unidade assistencial do instituto – oferece à população, através do SUS, serviços médicos e clínicos em 13 especialidades ortopédicas, contando com uma equipe de mais de 50 médicos e 1.110 funcionários. O hospital foi fundado em 1973, quando o antigo Hospital dos Acidentados, adquirido pelo INPS, passou a prestar atendimento exclusivo na área traumato-ortopédica e mudou de nome.
Em 1989, o Hospital de Traumato-Ortopedia inaugurou o Banco de Ossos – até hoje o único do Estado – fornecendo ossos a outros hospitais que atuam na área de transplantes e integrados ao Into.
O Into vai transmitir as cirurgias de joelho do mutirão, ao vivo, diretamente dos centros cirúrgicos para o auditório do HTO, fornecendo um treinamento prático-teórico intensivo para os profissionais de outros hospitais. Essa iniciativa reduz drasticamente o tempo de aprendizado dos cirurgiões para uma semana. Em condições normais, esse processo levaria três meses.
É ainda uma variante do Projeto Suporte, que visa à integração e assistência em traumato-ortopedia e reabilitação em regiões que não possuem atendimento de alta e média complexidade nessas áreas. O projeto beneficia, principalmente, a população do interior das regiões Norte e Nordeste do país. No Suporte, os especialistas do Into se deslocam até essas regiões carentes e promovem mutirões, ao mesmo tempo que capacitam os profissionais locais e colocam à disposição dos estados tecnologia de ponta na área de traumato-ortopedia.
O projeto foi apresentado ao ministro Humberto Costa em fevereiro. O primeiro convênio assinado foi em maio, entre o Ministério da Saúde, o Into e o governo do Acre, que tinha pacientes que esperaram até cinco anos para serem submetidos a uma cirurgia dessa natureza. Rondônia será o próximo a se beneficiar com o Projeto Suporte já no mês de julho. Roraima, Amapá e Amazonas também estão na lista de espera para assinaturas de novos convênios.