Redes de atenção primária, materno-infantil, da saúde da mulher, saúde mental, álcool e drogas serão reestruturadas durante a gestão do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, estas são as diretrizes prioritárias da presidente Dilma Rousseff.
Durante congresso da Class Saúde na manhã desta última terça-feira (24), o ministro ressaltou que a Saúde brasileira pertence à agenda econômica de Dilma, já que os benefícios decorrentes do plano de erradicação da miséria estão diretamente ligados à melhoria do acesso assistencial.
?Hoje mais de100 milhões de pessoas são cobertas pelo Programa de Saúde da Família, talvez o maior do mundo. Um dos pilares do governo federal é recompensar financeiramente as unidades de atenção básica de qualidade. Vamos dobrar os recursos para quem apresentar indicadores de qualidade satisfatórios. Vamos também buscar reduzir o tempo de espera no atendimento?, afirmou Padilha.
Representantes da indústria de saúde presentes ao congresso foram conclamados pelo ministro a ofertarem equipamentos e soluções tecnológicas adequadas a cada perfil das redes de atenção. O governo pretende, por exemplo, viabilizar banda larga para as 36 mil unidades básicas hoje existentes no País e desenvolver serviços de telemedicina. Além de disponibilizar exames de prevenção e de diagnóstico precoce nessas instituições, em que apenas 75% possuem parâmetros estruturais em de acordo com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O cartão Nacional de Saúde, disponibilizado nas entidades de atenção primárias, é outro comprometimento da atual gestão.
Urgência e Emergência
Impacto demográfico decorrente do envelhecimento da população, crescente número de acidentes envolvendo motocicletas, cerca de 15% de obesos e 48% de pessoas acima do peso, entre outros dados, contribuem para que 231 prontos-socorros e mais de 50 hospitais sejam também reestruturados. ?Precisamos de um ambiente novo, equipamentos novos, linha de financiamento específica para a construção de enfermarias de retaguarda de urgência e emergência e leitos de alta rotatividade?, disse Padilha.
Outro projeto reforçado pelo ministro refere-se à Força Nacional de Resgate do Sistema único de Saúde (SUS). O plano é reunir profissionais especializados em atendimento a vítimas de desastres naturais. Além da construção de 100 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ao longo da gestão ? sendo que 500 já estão em execução ? e universalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Segundo o ministro, 82% da população terá acesso ao Samu ainda este ano. ?Para o atendimento dos 18% restantes, será preciso grande esforço tecnológico para oferecer Samu fluvial e Samu elicoptero por exemplo?.

Dentre os demais desafios do setor apontados por Padilha estão:
– Programa nacional de avaliação e desempenho do SUS; com intuito de atribuir nota aos sistemas de saúde dos municípios e estados brasileiros por meio de indicadores comuns. De acordo com ele, a medida está em consulta pública.
-Avanço na relação União, estados e municípios; atribuindo claras responsabilidades a cada ente. ?Semelhante à lei de responsabilidade fiscal . Eu defendo uma lei de responsabilidade sanitária e o Congresso está ajudando nisso?.
-Regra estável de financiamento. ?Regulamentação da Emenda Constitucional 29 tem de acontecer?.
-Formação e condições de trabalho adequadas para o profissional de saúde. Ainda segundo Padilha, o Brasil precisa ter um plano de especialidades médicas.