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Aquecimento Hospitalar se encerra destacando a importância da Engenharia Clínica

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Com discussões técnicas e profissionais especialistas no setor, último dia do evento digital aqueceu os motores para a feira física

O último dia de Aquecimento Hospitalar, evento digital que antecede a edição física da feira, defendeu a Engenharia Clínica como uma importante aliada de hospitais e clínicas para a segurança, a eficiência energética e até mesmo a qualidade do atendimento assistencial. Com especialistas em áreas complementares, apresentações técnicas e um painel de discussão, os conteúdos do dia ajudaram a contextualizar o cenário brasileiro do setor - e a buscar soluções em prol da excelência. 

Durante a abertura, o diretor do portfólio de saúde da informa markets, comemorou o sucesso do evento digital e a proximidade da edição física da feira Hospitalar. “Nosso encontro já está muito perto, falta praticamente um mês. Já superamos nossa meta de número de empresas e de metros quadrados ocupados do pavilhão. Teremos um evento muito completo, com mais de mil marcas presentes, além de 35 congressos e cursos acontecendo em paralelo. Vai ser uma ocasião única e um momento incrível para networking e negócios”, comentou. 

Representando a ABEClin, responsável pela curadoria das apresentações do dia, Pedro Moreira, VP de marketing da associação, destacou que os temas selecionados para o aquecimento foram preparados pensando no cenário atual do setor e ajudam a preparar as conversas que serão aprofundadas no congresso de engenharia clínica, durante a Hospitalar. O credenciamento para feira está aberto e o cupom AQUECI20 gera um desconto de 20% na compra de congressos e cursos. Acesse o site para saber mais. 

Infraestrutura elétrica: médias de mercado ajudam no planejamento

Abrindo o evento neste último dia, o diretor técnico da Cury Engenharia, Douglas Cury, dividiu com os participantes um pouco de seus 35 anos de experiência sobre as características e requisitos para instalação elétrica em hospitais. Comentando alguns números reais, Cury comentou que conhecer as médias de demandas de consumo (consumo dividido por área) no mercado ajuda a agilizar o projeto e a evitar falhas no planejamento. “Conhecer as informações e diferenças de consumo de energia em diferentes regiões do país ajuda a evitar tanto o superdimensionamento quanto o subdimensionamento. Por exemplo, o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, tem uma demanda de 48 W/m², enquanto a Unimed Natal tem uma demanda de 60 W/M²”, comentou.  “Muitas vezes,ao planejar a infraestrutura de um hospital, você não precisa chegar ao final do projeto e só aí determinar a subestação utilizada. Basta conhecer as médias de mercado e trabalhar com elas no processo de decisão”, explicou.  

Além de exemplos técnicos e cases reais, o diretor deu orientações gerais sobre as normas e características de um projeto de infraestrutura elétrica hospitalar. O especialista também reforçou a importância da segurança dos projetos e de contar sempre com redundâncias. “Em hospitais, temos sempre aquela máxima: ‘quem tem dois, tem um, e quem tem um não tem nenhum’. É uma questão de garantir segurança, principalmente para os setores mais críticos do edifício hospitalar”, comentou. Encerrando sua apresentação, Cury também lembrou o quanto a parte elétrica é complementar ao restante do projeto de engenharia. “Da tomada para trás, é infraestrutura elétrica - e da tomada pra frente é engenharia clínica. A tomada é nossa passada de bastão”, brincou o diretor.

Qualidade da energia no centro da discussão

Uma entrevista deu sequência ao conteúdo do dia, trazendo como pauta a qualidade da energia nos hospitais. Alexandre Ferreli, VP executivo da ABEClin, recebeu para um bate papo Leandro Amatti, CEO da Maxxima Engenharia, abordando situações-problema no que diz respeito ao fornecimento de eletricidade e às interferências elétricas que precisam ser corrigidas no ambiente hospitalar.

Com mais de 20 anos de experiência com hospitais trabalhando com hospitais, Amatti comentou algumas das mudanças observadas ao longo desse período. “Vejo, por exemplo, que os equipamentos de hospitais hoje têm uma qualidade muito mais sofisticada e também uma sensibilidade maior aos distúrbios de energia”, disse. 

Embora as interrupções no fornecimento de energia vindo da operadora possam ser um problema, outras questões também podem causar esses distúrbios. “Já vimos hospitais em processo de ampliação onde, ao lado das salas com equipamento de imagem, estava acontecendo uma obra com máquinas de solda, furadeiras, ferramentas diversas todas ligadas ao mesmo tempo. Esse consumo extra era o que atrapalhava o desempenho do equipamento e prejudicava os resultados de exame”, explicou. “Mesmo coisas simples, como substituir uma lâmpada por LED podem causar flutuações. Um dos casos que atendemos era de um equipamento cirúrgico que travava durante o procedimento - descobrimos que era uma luz acesa que causava o problema. A qualidade da energia depende de muitos fatores, por isso é preciso ficar atento a toda a estrutura”, defendeu. 

IT médico, segurança do paciente e a importância da Engenharia Clínica

Abrindo o painel de encerramento do evento, Sérgio Castellari, sócio-diretor da CSE Soluções Elétricas, fez uma apresentação centrada na relação entre o IT médico e a segurança do paciente. “A segurança elétrica do paciente é uma questão muito central a ser considerada nos hospitais. Um paciente internado está muito mais vulnerável a um risco de choque elétrico, por exemplo, por estar desacordado ou anestesiado e não conseguir reagir a um risco iminente. Além disso, ainda lidamos com o risco de morte iminente em cirurgias ou suporte à vida que exijam um fornecimento elétrico sem interrupções”, comentou, explicando também as classificações de criticidade dos locais médicos. Ele apontou também a necessidade de utilizar IT médicos, principalmente nos pontos onde é necessário prevenir choques elétricos mas não se pode interromper a transmissão. 

A apresentação foi seguida por uma mesa de discussão formada por Sérgio Castellari, Douglas Cury, George Hebert (Quantum Consultores Associados) e Marcos Kahn (ABDEH), Jogando uma provocação aos presentes, o presidente da ABEClin e moderador do painel, Ricardo Maranhão, questionou os painelistas: o que precisamos fazer para atingir um padrão de excelência em todas as áreas da engenharia clínica? 

Para Cury, o problema não é a regra, mas a prática. “O trabalho das instituições normativas no Brasil vem sendo muito bem feito, nossas normas técnicas estão alinhadas às definições globais para a nossa área”, explicou. “Mas quando vamos fiscalizar as obras, observamos muitas irregularidades na obra, seja por desconhecimento do cliente ou má-fé do executor”, acredita. Herbert apresentou um ponto de vista similar, reforçando que a política de escolher o fornecedor por preço e não pela qualidade é parte do problema, já que os grandes empreiteiros e construtores entendem a necessidade do projeto e executam corretamente as obras. “Precisamos garantir que essas normas sejam atendidas. A assistência médica e o corpo clínico não podem estar preocupados com a infraestrutura, eles precisam estar seguros para executar seu trabalho. Tudo isso começa com um bom projeto de engenharia clínica”, defendeu o sócio-diretor da Quantum. 

Abordando especificamente a questão dos riscos de incêndio em edifícios assistenciais de saúde, Kahn apontou que as estruturas de prevenção são ainda mais negligenciadas na prática do que as normas gerais de infraestrutura hospitalar.”Existe uma grande dificuldade em entender e perceber o risco de incêndios nos edifícios de saúde. Além de termos problemas de modo geral, ainda enfrentamos a falta de diferenciação nos projetos de prevenção a incêndio nos diferentes tipos de hospitais”, começou. “Maternidades e hospitais de trauma, por exemplo, vão ter necessidades muito diferentes em um contexto de sinistro. Diante de uma evacuação, alguns pacientes vão conseguir se locomover sozinhos e outros vão demandar até 4 profissionais para serem transportados. Essas diferenças não são conhecidas e estudadas pelos projetistas”, completa. 

Conteúdo sob demanda e feira Hospitalar

Todas as discussões do Aquecimento Hospitalar foram gravadas e estarão disponíveis on demand dentro da Hospitalar Hub. Cadastre-se!

O credenciamento para visitar presencialmente a feira Hospitalar 2022, que acontece de 17 a 20 de maio no São Paulo Expo, também está aberto. Acesse o site do evento para se cadastrar e acompanhar as novidades e os conteúdos previstos para os congressos, cursos e arenas e utilize o cupom AQUECI20 para obter desconto de 20% nos cursos e congressos.