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Dois erros que podem prejudicar o faturamento na saúde pública

Article-Dois erros que podem prejudicar o faturamento na saúde pública

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Por Alberto Aguiar Neto, diretor financeiro da Kairós Care

O faturamento é a área responsável pela gestão das contas médicas e hospitalares geradas a partir do atendimento a usuários em unidades de saúde. 

Até abril de 2006, o processamento das AIH- Autorização de Internação Hospitalar em unidades do SUS – Sistema Único de Saúde era feito de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Informática. Com o avanço da Tecnologia da Informação e em conformidade
com os princípios do SUS, tornou-se necessário estabelecer mecanismos para a sua descentralização. 

Assim, após amplo processo de discussão com gestores estaduais e municipais, o Ministério da Saúde editou a Portaria MS/GM nº 821/04, determinando a descentralização do processamento do SIH - Sistema de Informações Hospitalares para Estados, Distrito Federal e municípios plenos. Isso representou um avanço no processo de autonomia e ampliação da capacidade de gestão local prevista no SUS. 

Porém, o que seria um avanço, em muitos locais se tornou um “câncer”, que, de forma silenciosa, vem consumindo as secretarias que possuem menos estrutura. 

Os processos de capacitação, informatização e comprometimento dos gestores com o setor são colocados em segundo plano. O resultado disso são estruturas precárias tanto fisicamente quanto de colaboradores e sistemas, sendo que o principal alvo se tornou o caixa dessas secretarias. Por isso, elas passaram a ter menos poder de comprovar sua produção, arrecadando cada vez menos. 

O mais afetado nessa falta de engajamento é o usuário da ponta, que sem o financiamento correto, passa a ter recursos limitados para a promoção de uma saúde de qualidade.

A famosa frase “saúde não tem preço, mas tem custo” para os gestores de saúde pública não se aplica em muitos locais, pois o que vemos na prática é a falta de comprometimento em buscar formas de custeio legais e eficientes para sua saúde financeira. 

Observamos em nossa experiência que, com pouco esforço, o percentual de glosa pode melhorar em uma taxa de 30%. Quanto ao faturamento propriamente dito, já observamos melhoras de até 6.000%. 

Para isso, é fundamental acompanhá-lo por meio de indicadores de desempenho. Assim será possível verificar em tempo real a situação e realizar intervenções para que o resultado final seja favorável. 

É por meio desse acompanhamento que podemos evitar dois erros trágicos para o faturamento: a glosa hospitalar e a falta de parametrização do sistema de informação da unidade.

Glosa

A glosa hospitalar é o faturamento não recebido ou recusado por algum problema de comunicação. Por ser mais comum no setor privado, muitas vezes, a possibilidade de a unidade não receber pelo serviço prestado não é considerada na saúde pública, porque a maioria das pessoas acredita não ocorrer esse detalhe no âmbito do SUS.

Parametrização

O segundo erro que pode comprometer o envio das remessas do faturamento para a Diretoria Regional de Saúde é a falta de parametrização do sistema de informação da unidade, o chamado ERP - Enterprise Resource Planning, que traduzido para o Português significa Planejamento de
Recursos Empresariais.

É importante que o sistema seja ajustado de acordo com as necessidades da instituição, lembrando que estes ajustes são alinhados com as necessidades do SUS, e a falta de parametrização pode gerar retrabalho e penalizações devido ao descumprimento das regras para o envio de remessa
de faturamento. 

Por esse motivo, destaco a importância de o setor de Faturamento trabalhar em parceria com o setor de Tecnologia da Informação. A parceria dessas áreas identifica os gargalos que necessitam de correções imediatas e adequações de problemas sem que seja necessário ocorrer penalização para a secretaria. 

Infelizmente, o que notamos é que muitos ainda não se atentaram a essa necessidade indispensável, o que acaba sendo prejudicial para o Município e/ou Estado.

TAG: Gestão