Como parte da Health 2.0 Europe, que ocorreu no mês passado, o Startupbootcamp promoveu uma de suas FastTracks no primeiro dia da conferência em Barcelona. O grupo é uma aceleradora global com 14 diferentes programas – de Digital Health a Internet das Coisas – em 10 cidades no mundo.
A fim de promover sua nova aceleradora de Digital Health na Europa, baseada em Berlin, o evento reuniu mentores do programa, investidores e startups em busca de aceleração. Juliane Zielonka, diretora administrativa do Startupbootcamp Digital Health Berlin, coordenou o evento e as apresentações.
Além de ser chapter leader da Health 2.0 Berlin, Juliane tem experiência prévia com duas startups, Uterus Myomatosus e LARAcompanion. Sua inspiração para esses projetos vieram de experiências insatisfatórias com o sistema de saúde alemão, além do interesse por tecnologia desde que era criança.
Para saber mais do programa em Berlin e entender o ambiente para as startups de saúde na Europa, convidei Juliane para compartilhar com o público brasileiro um pouco de sua experiência em uma entrevista.
José Eduardo: Qual a sua formação originalmente? Saúde, negócios? Juliane:
No meu contexto acadêmico, estudei Alemão, Inglês e Psicologia e tenho treinamento profissional em design gráfico com foco digital, além de um mestrado em marketing e comunicação. No entanto, com relação a negócios, o que você aprende não pode ser ensinado na escola. Tudo é baseado na sua própria experiência, em aprender fazendo, tentando, falhando, levantando-se de novo, tendo sucesso e construindo o seu próprio caminho. Graças a essas experiências, fico feliz em ensinar às startups como evitar erros. Com o Startupbootcamp, é muito recompensador compartilhar meu conhecimento.
José Eduardo: Como exatamente funciona o programa no Startupbootcamp? Juliane:
No programa de Digital Health em Berlin, as startups selecionadas têm 3 meses de aceleração. Nós oferecemos a elas coworking space gratuito por 6 meses (3 durante o programa e 3 depois) e €15.000 em dinheiro. Com isso, as startups podem viver aqui e talvez registrar a companhia. Durante a aceleração, as startups são expostas a mais de 100 investidores-anjo, corporações e contatos exclusivos dos nossos mentores e parceiros.
Nós temos cinco parceiros de cooperação: Arvato Bertelsmann, Sanofi, Philips, Apobank e Munich Health. Diferente de outras aceleradoras, nós podemos adicionar diferentes valores para as startups graças a esses parceiros. Além disso, as startups podem entrar em contato diretamente com os cinco parceiros enquanto elas estão na aceleradora. Com isso, poupamos o tempo que elas gastariam se não estivessem no programa.
José Eduardo: Quais são os requisitos para entrar? Vocês estão procurando por algo em especial nas ideias ou modelos de negócio das startups? Juliane:
Nós fazemos isso porque sabemos que tocar uma startup é um trabalho muito, muito, muito duro. Eu fiz isso duas vezes e sei que apenas 2% das startups sobrevivem. Ninguém ficaria feliz se nós aceitarmos um time em nossa aceleradora (nós selecionamos 10 times) que diga: “sim essa é uma ideia mas, ops, não funcionou, desculpe-me”. É desmotivante para os outros 9 times.
Escolhemos oito áreas de interesse: mudança de comportamento, programas que ajudem no manejo de doenças, diagnósticos/genômica, Big Data e análises, telemedicina/Platforms-as-a-Service (PaaS) conectando paciente/provedor/pagante, monitoramento remoto (pequenos sensores, sensores em smartphones), medicina personalizada e uma última área que guardamos para outros temas em geral, que podem ser doenças cardiovasculares, saúde da mulher ou fraudes, por exemplo. Startups nessas áreas são muito bem-vindas a juntar-se a nós!
José Eduardo: Quantas startups foram aceleradas até então pelo Startupbootcamp? Juliane:
José Eduardo: O Startupbootcamp é em sua maioria de financiamento privado ou público? Juliane:
José Eduardo: Onde a aceleradora geralmente busca novas startups? Juliane:
José Eduardo: Na sua opinião, você acha que a maioria das startups tem vida própria ou no fim elas acabam sendo adquiridas por grandes companhias? Juliane:
Para os empreendedores interessados, as inscrições para o Startupbootcamp Digital Health Berlin vão até 31 de agosto deste ano!