Muitos estudantes de medicina e outras áreas da saúde conseguiram bolsa para o Programa Ciências Sem Fronteiras. Como eles podem fazer para aprender mais e tirar o melhor proveito do seu tempo fora do país?
Tenha círculos de amizades internacionais e variados
Isto representa uma das experiências mais marcantes de um intercâmbio: a possibilidade de conhecer pessoas, culturas e estilo de vida diferente. Mantenha a mente aberta para conhecer pessoas e interagir e não deixe o preconceito ditar as suas atitudes.
Evite as pessoas da mesma nacionalidade
As pessoas tendem se a aglomerar seguindo algum padrão, como por exemplo nacionalidade. Acontece que passar o seu tempo afora com pessoas da mesma nacionalidade não só minará a chance de interagir profundamente com pessoas de outras culturas e aprender/praticar uma nova língua mas te exurpará da possibilidade de sair da zona de conforto. De fato, é muito mais confortável não precisar passar por vexames de linguagem, gafes de etiqueta local ou aventurar-se para conhecer gente nova em uma nova língua. Mas vamos ser honestos, apesar do susto inicial, te renderá muito mais histórias para contar e te tornará um expert na cultura, hábito e línguas locais.
Ressalto a importância de não se prender em um grupo de pessoas pela sua nacionalidade. Se já existe tensão interna mesmo em grupos de pessoas com uma mesma afinidade como religião e futebol, imagina algo mais amplo como nacionalidade. Tal como o economista comportamente Dan Ariely disse, frequentemente isto se deve a um episódio circunstancial de espaço-tempo e não frequentemente você manterá grandes contatos com eles. Melhor investir o seu tempo com pessoas que realmente querem construir bons momentos com você, seja da sua ou, de preferência, de uma outra nacionalidade.
Entenda o sistema
Qualquer que seja o sistema. Eu, por exemplo, gosto de saber do sistema educacional e de saúde do país sempre que viajo. Você, talvez goste de saber so sistema eleitoral ou do sistema financeiro. Ter a curiosidade de saber a fundo como funciona estas áreas me permite levantar assuntos de conversa com a população local e entender melhor o funcionamento do país como um todo.
O desafio de entender “o que torna o país X especial e diferente” é fascinante e ajuda a encontrar melhor os pontos positivos, destituir a ilusão de que não existe problemas nos países desenvolvidos, saber dos pontos negativos e apreciar mais o Brasil.
Esteja agradecido pela oportunidade
Okay, não quero soar ufanista. Mas o governo está gastando uma fortuna para enviar os estudantes mundo afora. Excetuando-se as discussões que se tem sobre o valor real ao Brasil em termos de investimento econômico e social e do avanço do ensino e ciência (além de outras discussões políticoeconômicas), os estudantes tem grande oportunidade de enriquecer a experiência de vida estando afora. Me dói no coração saber que tem, por exemplo, estudantes brasileiros que está fazendo competição de bebida alcoólica todo dia, ou que acha que não deve estar agradecido pela oportunidade mesmo quando esbanja fotos de viagens no facebook enquanto falta investimento para atender uma vida nos hospitais ou melhorar a alfabetização das crianças em áreas rurais e carentes.
E, aproveitem!
Eu sempre recomendo que se tenha um objetivo claro em mente e que o siga no seu percurso. Aprender melhor a língua, melhorar o conhecimento técnico, conhecer uma cultura diferente….podemos ter muitos e muitos objetivos, mas tenha uma maior em mente e fale “eu quero que, pelo menos isso de certo no final”. É gostoso mergulhar na cultura e sair da zona de conforto…gostoso como entrar numa cachoeira – frio e doloroso no início, mas quando você entende a lógica, pronto você quer continuar lá! Melhor ainda com companhia. Não deixe o tempo passar como uma colage de fotos no instagram, tente se tornar uma conexão entre o Brasil e o país de alguma forma!
