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Edson Bueno: lições do bilionário empreendedor

Article-Edson Bueno: lições do bilionário empreendedor

Edson Bueno: Lições de um Empreendedor Bilionário
Apesar de termos retratado recentemente Edson de Godoy Bueno, maior acionista da Amil e do Dasa, a revista Exame de Janeiro de 2011, Edição 984, traz dados interessantes de um dos maiores empreendedores de saúde no mundo.

DE DONO DE CLÍNICAS A PROPRIETÁRIO DE PLANO SAÚDE 

Em 1978, já com quatro clínicas, Bueno decidiu seguir os passos de Milton Soldani Afonso, que fundara a operadora de planos de saúde Golden Cross sete anos antes, no Rio de Janeiro. “A idéia surgiu quando vi o balanço da Golden Cross no jornal”, diz. “Eles ganhavam muito mais que nós ao vender planos de assistência médica.”

PUBLICIDADE

Ao montar a Amil, Edson chamou o médico Jorge Rocha, que teve a idéia de criar nos anos 80 o 231-1000, “Ínvestíamos 40% de nossas receitas em publicidade”. Foi Rocha quem idealizou o resgate com helicópteros e aviões, criado na mesma época. “Tirei a idéia de uma estação de esqui na Suíça”, diz o executivo.

TREINAMENTO

Com uma equipe formada principalmente por médicos, Edson desenvolveu uma obsessão por buscar conhecimento gerencial desde os primórdios. Ele realizou quatro cursos de educação executiva, três deles em Harvard. Nos anos 80 iniciou um ritual de distribuição de livros de administração para posterior discussão em grupo. O mais recente foi Como os Gigantes Caem, de Jim Collins. No encontro com cerca de 400 executivos, Edson costuma sortear sete deles para apresentar um capítulo do livro no palco, o que causa tensão entre os presentes.

A proximidade com a teoria de gurus como Peter Drucker e Michael Porter evoluiu para um relacionamento pessoal com estes, o que rendeu convite para Edson participar do aniversário de 90 anos de Drucker.

“Se você quer ser sardinha, ande com sardinhas. Se quer ser tubarão, ande com tubarões”, resume Bueno.

SÓCIOS

Desde o início o empresário decidiu que não teria sócios para dividir as decisões. Atualmente, sua única sócia é a ex-mulher, que detém 49% da Holding que controla a Amilpar, mas Edson vota em nome dela.

Para manter a fidelidade, numa empresa em que a média de tempo de casa dos 30 principais executivos é de 20 anos, Edson costuma pagar anualmente do próprio bolso premiações que vão de viagens a casas de campo.

ABERTURA DE CAPITAL

Bueno demorou a perceber a importância de abrir o capital. A Medial havia se lançado na Bolsa sete meses antes, em Setembro de 2006, e  comprou a Amesp sete meses depois. Com urgência, Bueno pediu ao médico Gilberto Costa, vice-preseidente  de finanças da Amilpar, que dali a sete meses celebrasse o IPO. A operação levantou R$1,4 bilhão.

RESPEITO

Edson dá enorme importância às relações interpessoais. “Muitas vezes já perguntei se ele queria virar amigo do sujeito ou comprar a empresa dele”, diz  Gilberto Costa. “Isso ajuda a ganhar simpatia do outro lado. Ninguém quer ver sua companhia destruída por alguém que não vê valor nela.”,afirma um executivo.

“Quando alguém vem sisudo, vou lá e desarmo a pessoa com um beijo na testa.”diz Edson, que também afirma: “Faço tudo para não ter inimigos”.

INSATISFATINA

Edson Bueno costuma dizer que tem uma enzima chamada “insatisfatina”. “Celebro um grande negócio e, em seguida, já estou atrás do próximo.”

“Nunca me acomodei. Abri o capital, vieram aqueles milhões todos e, em vez de relaxar, passei a trabalhar 3 horas a mais por dia”, diz Edson.

Fonte: Revista Exame, Edição 984, 26/1/2011