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Os novos horizontes do empreendedorismo sênior

Article-Os novos horizontes do empreendedorismo sênior

Na saúde, o chavão “fazer mais com menos” é argumento recorrente, mas por que não “fazer mais com mais”?

Na saúde, o chavão “fazer mais com menos” é argumento recorrente, mas por que não enfrentar os muitos desafios do setor com o raciocínio oposto, “fazer mais com mais”?

Dois movimentos, um dos EUA chamado Aging 2.0, outro que acaba de ser lançado em São Paulo, a Rede Lab 60+, operam com essa lógica e abrem novos horizontes para o empreendedorismo sênior.

Além do foco na maturidade, essas iniciativas têm em comum a aposta no pensamento disruptivo e a atuação por meio de parcerias estratégicas. Seus protagonistas perceberam que “fazer mais com mais” permite não só rever conceitos, mas colocar em prática  alternativas mais eficazes para lidar com o crescimento exponencial e as necessidades complexas da população idosa que hoje alcança paises ricos e emergentes.

O fato é que as lideranças de Aging 2.0 e Lab 60+ fecham um circulo virtuoso ao conseguir, simultaneamente, quebrar preconceitos e criar um ecossistema de negócios inovadores com foco em produtos e serviços pensados especialmente para atender às expectativas dos consumidores de idade mais avançada.

Aliança que visa impactar o cenário global

Com sede nos EUA, Aging 2.0 é uma organização global pioneira que, em menos de três anos de existência, ganhou reputação de principal plataforma de descoberta e incentivo a inovações voltadas para o envelhecimento.

Com o programa Aging Academy, Aging 2.0 conecta e apóia startups de várias partes do mundo que usam da tecnologias e da inovação para oferecer produtos e serviços que facilitam a vida de idosos ativos e também dos que exigem cuidados de longa duração.

Seus fundadores, Kate Fike e Stephen Johnston, já realizaram mais de 85 eventos em 22 cidades de 9 países, entre os quais Austrália, Brasil, China, Canadá e Reino Unido.

O objetivo desses encontros é cultivar um ecossistema interdisciplinar e intergeracional robusto, integrado por empresários, técnicos, designers, investidores, cuidadores e os próprios idosos. Fora dos Estados Unidos, Aging2.0 atua por meio de embaixadores e capítulos, que também realizam essas atividades, a exemplo de São Paulo, onde acontecem reuniões mensais. Saiba mais em https://www.facebook.com/aging2SP

Em janeiro de 2015 o movimento dará um grande salto com a entrada em operação de Aging 2.0 Alliance, uma aliança entre Aging 2.0 e Age Tech Oeste, uma rede que atua no Costa Oeste dos EUA, com  presença na Califórnia, Oregon e Washington..

Essa nova plataforma cria uma sinergia única, que vai acelerar a incorporação da inovação e das tecnologias pelas empresas e prestadores de serviços que atuam junto a adultos mais velhos de forma que esses modelos de negócios tenham impacto também no cenário global.

Tirar de cena visões ultrapassadas

Apesar de o Brasil ainda estar longe do nível de organização e maturidade alcançadas por iniciativas como Aging 2.0 nos EUA, aqui começam a despontar iniciativas que perseguem esses horizontes mais amplos.

Lançada na capital paulista em evento concorrido no dia 27/11, a Rede Lab 60+ foi prestigiada por cerca de 800 convidados, entre líderes de empresas e poder público, profissionais da área de saúde, artistas, empreendedores, pesquisadores da academia, jornalistas, aposentados, entre outros. O coletivo está aberto a adesão de ONGs, prestadores de serviços na área de bem-estar, empresas, centros de pesquisa, etc.

Com apoio das companhias BB Mapfre Seguros e Plenitud, marca do grupo Kimberly-Clark, a proposta da Rede 60+ é transformar as visões estereotipadas que a sociedade brasileira ainda tem sobre as pessoas mais maduras, como considerá-las “velhas” demais para atuar no mercado de trabalho ou iniciar um negócio próprio, praticar esportes radicais ou voltar á sala de aula, só para citar alguns exemplos.

A Rede Lab 60+ vem para preencher um enorme gap nesse momento em que o Brasil vive uma verdadeira “revolução da longevidade” – hoje cerca de 26 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos e, em 2030, a população de idosos será maior que a de jovens. A coalizão é liderado pelos empreendedores Max Petrucci e Sérgio Serapião.

Os idealizadores da Rede Lab 60+

Sergio Serapião é sócio da Via Gutenberg, uma consultoria  que desenvolve plataformas com foco em temáticas relevantes que fomentam o diálogo e o engajamento social. Uma de suas iniciativas mais reconhecidas e premiadas é o Cine Maior Idade. 

Diretor da agência Garage, o publicitário Max Petrucci catalisou, em 2013,  o movimento “Nova cara da Terceira idade”, que lançou um pictograma moderno para identificar as pessoas idosas em espaços públicos. Essa nova identidade visual nasceu de um processo de co-criação na web.  A imagem já foi adotada por mais de 600 estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços.

O movimento Nova cara da Terceira Idade também encampa uma campanha que pleiteia junto ao poder público a adoção do pictograma em substituição à imagem oficial, composta de um velho encurvado apoiado em uma bengala que hoje está estampada, por exemplo, em ônibus e trens para indicar os assentos preferenciais,

Adesões ao movimento

Parceiro da Rede Lab+60, Benjamin Rosenthal é um dos sócios da Gagarin, que desenvolve estudos e pesquisas de mercado com novas metodologias para compreender a complexidade das expectativas e necessidades dos consumidores com idade acima de 50 anos..

Seu objetivo é influenciar e apoiar políticas públicas e empresas interessadas em desenvolver produtos e serviços adequados para o público 50+ que não forma, como equivocadamente muitos ainda acreditam, uma massa homogênea, mas sim uma grande diversidade de tipos, características e segmentos.

O médico homeopata Fernando Bignardi, idealizador do Centro de Ecologia Médica Florescer na Mata, também participa da Rede 60+. Seu espaço, localizado em Cotia, município próximo da capital paulista, nasceu da observação sistemática de seus pacientes, especialmente aqueles com doenças crônicas ou graves que apresentaram sensível melhora à medida que se expunham à natureza.

Já o produtor cultural Gabriel Martinez buscou nas leis de incentivo à cultura os recursos para realizar o longa-metragem Envelhescência.

Com uma edição ágil, trilha sonora contemporânea e fotografia impecável, esse documentário conta a história de seis pessoas que se reinventaram na maturidade.

Também mostra depoimentos de personalidades como o filosofo e escritor Mario Sérgio Cortella. que compartilham reflexões provocativas sobre o que é a velhice e “ser velho” na sociedade brasileira.  Ano que vem a produção estreia no circuito comercial.

Outros parceiros participam da Rede Lab 60+ que promete capitanear  iniciativas que ajudem a mudar o jeito “capenga” que a sociedade brasileira ainda olha para seus idosos, além de estimular negócios com foco no mercado sênior.