Pela primeira vez, a Feira Hospitalar — que acontece entre os dias 20 e 23 de maio, no São Paulo Expo — incluirá em sua programação oficial o Congresso de Supply Chain, marcado para o dia 21. A iniciativa reflete uma alta demanda por soluções mais eficientes, sustentáveis e tecnológicas na gestão da cadeia de suprimentos hospitalar.
O congresso foi idealizado por três especialistas do setor: Leonisa Obrusnik, diretora da Cadeia de Suprimentos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Ana Paula Melo, head de Supply Chain da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Anderson Cremasco, executivo em saúde e doutorando em Administração. Juntos, eles assinam a curadoria do conteúdo, que pretende oferecer uma abordagem prática e acessível para os desafios enfrentados por hospitais de diferentes portes.
“É fundamental ter um evento focado na área de supply dentro da Hospitalar. Existe uma conexão muito forte entre fornecedores e a área assistencial, e esse congresso complementa algo que estava faltando”, afirma Leonisa Obrusnik.
Foco em soluções práticas e acessíveis
O congresso foi estruturado em quatro pilares fundamentais:
- Gestão de demanda com foco em previsibilidade
- Gestão de compras integrada e digitalizada
- Gestão logística automatizada
- Gestão de farmácia hospitalar inteligente
“A gente tem a intenção que seja prático. Muitas das soluções apresentadas podem ser implementadas rapidamente. No outro dia, o hospital já pode começar uma conversa para implantar inteligência artificial ou outras ferramentas”, explica Cremasco.

Desafios reais, soluções viáveis
Segundo os especialistas, a cadeia de suprimentos em saúde vive um momento de tensão e transformação. A imprevisibilidade na demanda por insumos, os modelos de remuneração ainda pouco alinhados à performance e a crescente pressão por práticas sustentáveis compõem um cenário desafiador para gestores hospitalares em todo o país.
“Temos muita incerteza de volume, do perfil de paciente, do que está acontecendo fora dos nossos olhos. E ainda há a questão de ESG, que exige controle de custos com qualidade”, observa Ana Paula Melo.
A fala de Ana Paula reflete uma realidade enfrentada por hospitais de diferentes portes: a necessidade de equilibrar eficiência operacional com responsabilidade ambiental e social, sem perder de vista a qualidade assistencial.
Sustentabilidade como parte da estratégia
A pauta ambiental, cada vez mais presente nas decisões estratégicas do setor, também terá destaque no congresso. A cadeia de suprimentos, muitas vezes invisível ao paciente, é uma das principais responsáveis pela pegada de carbono das instituições de saúde.
“Se a sua cadeia tem muita emissão, o produto final também não será sustentável. Estamos trabalhando com fornecedores em projetos como carros elétricos, logística reversa e uso de embalagens retornáveis”, explica Anderson Cremasco.

Inovação acessível e adaptável
Um dos principais objetivos do Congresso de Supply Chain é mostrar que inovação não precisa ser sinônimo de grandes investimentos. A proposta é democratizar o acesso a soluções que podem ser adaptadas à realidade de hospitais de pequeno e médio porte.
“A Santa Casa do interior também pode sair daqui com ideias aplicáveis. Inovação não é só tecnologia cara, às vezes é um novo jeito de fazer, uma parceria estratégica”, reforça Ana Paula.
Transformação com simplicidade
A curadoria do congresso aposta em uma abordagem prática, com foco em soluções que possam ser implementadas rapidamente, mesmo em contextos com recursos limitados.
“Quando as pessoas se veem naquele processo, percebem que não é preciso uma engenharia complexa para alcançar resultados. Às vezes, o simples é o que mais transforma”, conclui Leonisa Obrusnik.
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Para quem é o congresso?
O Congresso de Supply Chain da Hospitalar 2025 é voltado a compradores, farmacêuticos, planejadores de demanda, gestores e líderes do setor de saúde. As inscrições estão abertas no site oficial da Hospitalar. Acesse já!
“A expectativa é que as pessoas saiam inspiradas a fazer diferente, mas também confortáveis de que isso é possível. Não é uma utopia”, finaliza Ana Paula.