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Fórum da Ahpaceg e The debateu a gestão em saúde

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O evento aconteceu na Casa Opus Vaca Brava, no Setor Bueno, em Goiânia, e reuniu médicos, gestores de saúde, empresários do segmento e profissionais das áreas hospitalar e de tecnologia

Para discutir a realidade do sistema de saúde no Brasil que vem passando por muitas transformações, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e a empresa The1 promoveram na segunda-feira, 27, o Fórum de Gestão em Saúde com o tema "O futuro da saúde está em nossas mãos". O evento aconteceu na Casa Opus Vaca Brava, no Setor Bueno, em Goiânia, e reuniu médicos, gestores de saúde, empresários do segmento e profissionais das áreas hospitalar e de tecnologia.

O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, destacou a importância de se debater a gestão em saúde e elencou que apesar de algumas disparidades entre a assistência de saúde prestada nos Estados Brasileiros, Goiânia tem uma medicina de alta qualidade e essa qualidade é traduzida em segurança. “Nossos hospitais estão sendo mais bem geridos, temos comparado dados e buscado melhorias para alcançar um serviço de saúde de melhor qualidade”, ressaltou.

Haikal Helou disse que os temas tratados pelos palestrantes foram muito atuais e cumpriram com o propósito do evento que foi debater a gestão em saúde em todos os seus aspectos. “É importante que nós possamos trazer pessoas com histórias de sucesso, que possam nos inspirar e servir de modelo”, completou.

Christiano Quinan, CEO da The1, afirmou que a gestão em saúde é um tema muito importante para o futuro da saúde, da medicina e do atendimento ao cliente. “O futuro da saúde passa pela gestão”, assinalou. Para o executivo, a parte assistencial já está bem estabelecida e vem se desenvolvendo naturalmente com o avanço da tecnologia aplicada à saúde, enquanto a área de gestão tinha ficado um pouco pra trás nos últimos anos.

Ele acredita que o fórum atingiu o seu objetivo principal. “Precisamos criar um ambiente transparente, medir resultados financeiros com inteligência na gestão de recursos, medir indicadores clínicos, comparar os resultados com outros serviços de referência buscando modelos de protocolos médicos baseados em evidências, e medir a satisfação dos clientes. É necessário dar um passo em direção à gestão da saúde e não somente insistir na Gestão da Doença”, acrescentou Christiano Quinan.

Palestras

“Transformação Digital e a era Cognitiva”

Emerson Bueno, da IBM Brasil, abriu o evento com a palestra “Transformação Digital e a era Cognitiva”. Ele explicou que o mundo passa por um período de transformação digital, com mudanças significativas nos mercados e na forma de pensar e utilizar a tecnologia. “Estima-se que 65% das crianças que hoje estão na pré-escola terão uma profissão que ainda não existe”, comentou.

O palestrante também falou sobre as ferramentas computacionais que podem ser usadas como aporte para as decisões dos profissionais de saúde. Emerson Bueno explicou que já existem ferramentas capazes de tratar os dados de forma inteligente com processamento de linguagem natural. “São informações úteis e que podem servir de consulta para o diagnóstico médico, por exemplo, mas a avaliação e decisão serão sempre do profissional”, disse.

Além disso, ele afirmou que a tecnologia cognitiva permite uma maior interação entre as pessoas e os computadores, de forma que estes possam disponibilizar um volume muito grande de dados úteis em um tempo de resposta muito rápido, reduzindo assim o tempo para pesquisar conteúdos científicos, por exemplo. “Algumas tecnologias já são usadas na área do tratamento de câncer com bons resultados”, pontuou.

“Cuidando de Quem Cuida – Case de Saúde Corporativo do Hospital Sírio Libanês.”

Paulo Ishibashi, diretor de Relações com o Mercado do Hospital Sírio Libanês (SP), palestrou sobre o tema “Cuidando de Quem Cuida – Case de Saúde Corporativo do Hospital Sírio-Libanês”, estabelecimento de saúde referência na área de gestão no Brasil. Ele enfatizou os resultados alcançados pelo programa Cuidando de Quem Cuida, que assumiu os cuidados com saúde e bem estar de aproximadamente 12 mil pessoas, incluindo os colaboradores do hospital e seus dependentes. “Se você faz gestão da saúde primária, você irá transformar a população em uma população saudável”, destacou.

O palestrante lembrou que este trabalho foi iniciado em 2013 a partir da formação de um Comitê de Saúde que avaliou as necessidades de atendimento em saúde dos colaboradores do hospital e mapeou a quantidade de pessoas que precisavam desse suporte, incluindo os dependentes de cada colaborador. Paulo Ishibashi disse que o foco inicial foi a prevenção de doenças e a conscientização sobre os cuidados que cada pessoa deve ter com a própria saúde. “Integramos Medicina do Trabalho com a Saúde do Trabalhador promovendo atenção primária e medicina da família”, ressaltou.

O representante do Sírio-Libanês explicou que além do atendimento em saúde o hospital ampliou as ações que promovem o bem-estar do trabalhador, construindo creches para os filhos deles, salas de descanso, promovendo cursos de dança, jogos, ginástica laboral e incluíram um programa de Saúde Mental para garantir o atendimento em psiquiatria para todos.

Paulo Ishibashi informou que os resultados foram surpreendentes, como a redução dos dias de trabalho perdidos e de afastamento para tratamento de saúde, aumento do engajamento das equipes e da satisfação dos trabalhadores. “Como os resultados superaram as nossas expectativas, optamos por levar este programa para outros estabelecimentos de saúde”, acrescentou.

“Modelos de remuneração em saúde”

O sócio e responsável pelo setor de saúde da consultoria KPMG, Daniel Greca, foi o terceiro palestrante do fórum e explanou sobre “Modelos de remuneração em saúde”, tema que vêm sendo cada vez mais discutido entre operadoras de planos e prestadores de serviços de saúde em todo o Brasil. Ele explicou que há uma tendência global de mudanças nos modelos de remuneração para os serviços de saúde com foco no conceito de valor de serviço. “A ideia de se estabelecer a cobrança a partir do conceito de valor busca um equilíbrio entre a qualidade e o custo”, pontuou.

Segundo Daniel Greca, neste novo modelo de planejamento de preços cobrados o paciente percebe o valor da saúde a partir da sua experiência durante o atendimento dentro de um custo adequado. “No Brasil, o modelo em que se recebe pelo serviço prestado não gera valor para quem está na ponta, que é o paciente, que consome o serviço prestado”, observou. O palestrante também disse que um novo paradigma para cálculo de preços em serviços de saúde propõe uma mudança financeira sustentável de forma gradativa, criando modelos mais eficientes e com melhor qualidade assistencial. “Não podemos confundir este modelo de valor com o famoso fazer mais por menos”, acrescentou.

“Case de expansão e crescimento do Sabin”

O encerramento do ciclo de palestras foi feito pela empresária Janete Vaz, co-fundadora do Sabin, um dos maiores grupos de medicina diagnóstica no Brasil. Ela falou sobre o “Case de expansão e crescimento do Sabin”, empresa que registra 30% de crescimento médio por ano e está presente em 21 Estados brasileiros. Ela explicou que um dos pilares adotados para a expansão do Sabin foi colocar as pessoas no centro das estratégias corporativas e focar na inovação. “Temos um grupo de inovação desenvolvendo projetos de forma constante para conseguir acompanhar todas as mudanças do mercado”, assinalou.

Janete Vaz afirmou que a alma da empresa sempre foi a qualidade, a tecnologia, a inovação, a sustentabilidade, a gestão e a emoção. Além disso, destacou a importância do cliente para a tomada de decisões de gestão da empresa. “Nós não existiríamos se não existisse o cliente, por isso a empresa precisa entender o valor do cliente para a organização”, comentou. Ela lembrou que atualmente o Sabin conta com 4 mil colaboradores e faturou no ano de 2016 um montante de R$ 740 milhões, se posicionando entre as 500 maiores empresas do Brasil. “Nosso maior desafio é encantar e reter os clientes todos os dias e nós temos buscado isso”, finalizou.