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Saúde sustentável: entidade filantrópica poupa mais de R$10 milhões com projetos de farmacoeconomia

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Trabalho contribuiu para reduzir resistência bacteriana e tempo de internação do paciente

Com a implementação de projetos de farmacoeconomia, a Pró-Saúde economizou mais de R$10,7 milhões, apenas nos últimos três anos, na área de assistência farmacêutica, ao desenvolver projetos voltados para o uso racional de medicamentos. É um mecanismo de promover a saúde sustentável.

A farmacoeconomia é um estudo realizado com os recursos da saúde, como medicamentos e insumos, com o objetivo de aliar qualidade do tratamento e redução de custos e desperdícios. Na entidade, as análises de custo passaram a ser prática constante, onde a atuação do farmacêutico proporcionou ótimos resultados. 

“Em um setor altamente pressionado e com escassez de recursos financeiros como é o da saúde, aplicar uma visão estratégica para diferentes setores dentro de uma unidade hospitalar é essencial para a sustentabilidade do negócio”, destaca Fernando Paragó, diretor Corporativo Médico da Pró-Saúde.

Os resultados da entidade, com presença em todas as regiões do país, desde os grandes centros urbanos, até localidades remotas em meio à floresta Amazônica, englobam o período de pandemia da covid-19, entre os anos de 2020 e 2022, quando medicamentos e equipamentos de proteção individual sofriam altas de até 1000%, impactando significativamente o mercado mundial.

Em 2020, aproximadamente, R$ 3 milhões foram poupados por meio da farmacoeconomia. Já em 2021, ápice da crise sanitária mundial e gerenciando mais de 30 unidades em todo o país, a entidade chegou à marca de R$4,5 milhões, seguido de R$ 3,2 milhões no ano passado.

“Até pouco tempo atrás, a área era vista apenas como um setor da assistência à saúde que onerava as instituições. No entanto, com inteligência em gestão, passa a ser um setor estratégico para a alta gestão e parceiro para a equipe multiprofissional”, enfatiza Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica.

“No centro desta temática, temos o profissional farmacêutico, essencial no cuidado do paciente e diretamente ligado à melhora no desfecho clínico e na economia por meio do uso racional dos medicamentos”, enfatiza a gerente. Nesta semana, é celebrado o Dia Nacional do Farmacêutico (20/1), data escolhida em função da fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), em 1916, que na época era a maior instituição representativa da categoria no país.

Saúde sustentável: soluções eficientes

Entre as principais estratégias adotadas pela entidade, está o Programa Stewardship, focado no gerenciamento e intervenção no uso de antimicrobianos. A iniciativa consiste na detecção de oportunidades de adequação nas prescrições, considerando o quadro clínico de cada paciente.

Esse trabalho refletiu na melhoria contínua e expertise no tratamento de infecções e, por consequência, reduziu custos para os serviços. Somente nos primeiros seis meses de 2022, a iniciativa resultou na economia de R$ 986 mil reais. Entre os resultados, é possível citar ainda outros beneficios, como a redução da resistência bacteriana, menor tempo de internação, diminuição dos riscos de lesão e casos de infecção hospitalar.

Durante a pandemia, a entidade atuou com ênfase no projeto de Sedoanalgesia, em decorrência da dificuldade na aquisição de sedativos, que impactou serviços em todo o país. Para isso, foi necessário realizar uma revisão nos protocolos de sedação, avaliando as medicações, diluições e doses, a fim de identificar possíveis desperdícios, aumentando a capacidade de atendimento e gerando uma economia de quase R$ 700 mil.

Outro destaque é o projeto de compartilhamento de doses, por meio da reorganização da agenda de pacientes. O método, aplicado em todos os setores, com destaque para a quimioterapia, consiste no agendamento inteligente, buscando uma proporção entre os pacientes e frascos dos medicamentos abertos no dia.

“Muitos medicamentos são perecíveis e, após a abertura do frasco, há um tempo determinado para consumo. Ao reunir na agenda os pacientes que utilizam os mesmos medicamentos, aumentamos a capacidade de atendimento, reduzindo o desperdício, já que as doses são usadas em sua totalidade”, explica Letícia.

A gestora cita ainda outras soluções exitosas, como a implementação da Farmácia Central de Produção, que resultou na otimização da produção e redução nos atrasos de dispensação e perda de materiais; e o projeto Prescrição Farmacêutica, onde a autonomia dada aos farmacêuticos contribuiu com a efetividade dos planos terapêuticos e diminuição das ocorrências de erro com medicação. A iniciativa foi apresentada pela entidade no Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), edição 2022, realizado no mês de novembro.

Para os próximos anos, o uso racional de medicamentos continua como meta principal da entidade. “Contudo, agregaremos aos projetos de inovação a análise de custo x benefício para entrega de valor. Além disso, focaremos também em melhorias que otimizem o tempo dos profissionais farmacêuticos, para que eles tenham ainda mais disponibilidade para a atuação clínica”, finaliza Letícia.