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5 pesquisas que ajudam a inovar em saúde suplementar

Article-5 pesquisas que ajudam a inovar em saúde suplementar

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Apesar da baixa produção científica no campo da saúde suplementar em nosso país, há estudos que podem contribuir para qualificar as ações e programas visando a inovação na gestão e no cuidado em saúde

Cada vez se torna importante a busca da inovação através do embasamento técnico-científico evitando equívocos, desperdícios e perda de tempo e energia. Apesar da baixa produção científica no campo da saúde suplementar em nosso país, há estudos que podem contribuir para qualificar as ações e programas visando a inovação na gestão e no cuidado em saúde. Cito alguns exemplos relevantes:

  1. Precisamos usar as informações mais atuais e confiáveis para a gestão dos programasNeste contexto, o Vigitel Saúde Suplementar, lançado em novembro deste ano permite ter uma visão ampla dos fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em todas as capitais brasileiras em adultos que são beneficiários de planos de saúde. Além disso, permite a comparação com o Vigitel (que abrange toda a população) e uma visão da curva histórica das pesquisas anteriores. Naturalmente, também não é necessário “inventar a roda” com a criação de questionários sobre estes fatores, mas sim utilizar os itens sobre cada tópico, pois eles foram criados com base em evidências científicas e parâmetros internacionais. Assim, se o gestor da operadora utilizar estas questões poderá comparar os resultados de seu programa com o obtido no Vigitel Saúde Suplementar.
  2. Gestão em saúde populacional pode reduzir os efeitos da mudanças na estrutura etária dos beneficiários dos planos de saúde no BrasilDe acordo com pesquisa realizada por especialistas do CEDEPLAR-UFMG, financiada pela ANS-OPAS, analisando os dados do Sistema de Informação de Beneficiários (SIB) da ANS e a evolução das despesas e das receitas das OPS por grupos de idade em uma amostra de 21 operadoras. Sem dúvida, este estudo é um importante subsídio para a análise do pacto intergeracional na saúde suplementar e a discussão sobre as regras de precificação. Com relação à análise das receitas e despesas na amostra estudada, encontraram-se resultados positivos em quase todos os grupos de idade exceto entre os mais velhos (80-89 e 90+), sendo que os grupos mais jovens (até 39 anos) são responsáveis por quase 70% do resultado positivo total das operadoras. Portanto, o cuidado adequado e a atenção à saúde de toda a população atingida permitem uma maior possibilidade de equilíbrio entre receita e despesa.
  3. Cada vez mais é importante orientar o usuário para a utilização racional do sistema de saúdeOs beneficiários do sistema de saúde, frequentemente, enxergam a atenção à saúde somente com o olhar do acesso a serviços e acreditam que o cuidado adequado é obtido quando as consultas, exames e procedimentos são realizados em prazo curto, não há espera para atendimento e tem uma ampla rede de serviços à sua disposição. Pesquisa realizada  por pesquisadores da UFES e UFF, financiada pela ANS e OPAS analisou, dentre outros aspectos, quase 20.000 e-mails dos beneficiários da região sudeste enviados à Central de Relacionamento da ANS de março de 2014 a março de 2015. A principal queixa (43%) foi a dificuldade/impossibilidade de acessar os serviços devido à imposição de condicionantes, a entrega de laudos, relatórios, documentos, avaliação por perícia, etc, os problemas de comunicação entre operadoras e beneficiários (informações contraditórias, dificuldade de estabelecer contato). Em 30% houve a negação direta do acesso por parte das operadoras e em 27% restrição da rede de prestadores. Apesar dos pesquisadores entenderem que as questões ligadas ao acesso a serviços tem forte relação com a questão da integralidade na atenção à saúde, em minha opinião, o aspecto mais relevante para os gestores da saúde suplementar se refere à importância da educação do usuário, à organização do acesso aos serviços e a busca de uma melhor comunicação com o consumidor.
  4. As ações para rastreamento de cancêr precisam ser revistasAs campanhas envolvendo a comunidade, com os meios de comunicação e várias organizações são cada vez mais frequentes e utilizam o rastreamento oportunístico, ou seja, não se direcionam para o público-alvo baseado nas diretrizes clínicas e nas evidências científicas. No entanto, é importante que os gestores das operadoras de saúde tenham discernimento para a escolha da melhor estratégia, evitando desperdício com exames e procedimentos desnecessários e onerosos. Um estudo, vencedor do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, feito por Marcia Rodrigues Braga, envolvendo mais de 120.000 mamografias realizadas por beneficiárias de uma autogestão em saúde, constatou que a proporção de mulheres que realizou o exame na faixa etária de 40 a 49 anos superou a utilização das de 50 a 69 anos (a faixa etária recomendada por diretrizes internacionais e pelo INCA), sendo elevada também a utilização do exame por mulheres da faixa etária de 30 a 39 anos. A taxa de reconvocação por alterações na mamografia de rastreamento foi mais elevada que aquela evidenciada no contexto dos Programas de Rastreamento Organizados do Canadá em todas as faixas etárias, atingindo o auge nas mulheres de 40 a 49 anos, nas quais um quarto das mulheres submetidas ao rastreamento com mamografia realizou algum outro exame de mama no período subsequente.
  5. Calcular os custos totais em saúde é viável e muito importante para a gestão em saúdeUm estudo realizado por Fabiana Maluf Rabacow, que recebeu o Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, fez a avaliação de 2201 trabalhadores de uma companhia aérea em São Paulo com foco no absenteísmo e nos custos com assistência médica. Durante os 12 meses de seguimento do estudo, 53.5% dos trabalhadores tiveram pelo menos um episódio de afastamento por doença e entre esses, a média de absenteísmo foi de 8.3 dias de trabalho. A média de gastos por trabalhador com serviços de saúde foi de US$505. Constatou-se que o tabagismo foi associado a maior absenteísmo e excesso de peso foi associado a maiores gastos com saúde. Mas a maior contribuição foi a construção de um modelo que permita a avaliação dos custos totais em saúde em uma empresa brasileira que pode ser reproduzido em outras realidades e que é amplamente utilizada em vários países.

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