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Atual Modelo SUS/Saúde Suplementar não deu certo - melhor não insistir mais

Article-Atual Modelo SUS/Saúde Suplementar não deu certo - melhor não insistir mais

atendimento
É evidente que uma única saúde suplementar não pode continuar sobrevivendo

A cada dia a pergunta que não quer calar é : quando o governo vai deixar de brincar com a saúde?

Somos vítimas de tudo que nunca alguém imaginou que pudesse ocorrer.

O SUS, por mais bem definido que poderia ter sido, pelas pessoas mais admiráveis que conheço, é uma piada. A população está desassistida, o dinheiro arrecadado jorra sem controle no ralo do desperdício, as pessoas adoecem sem que haja uma política de prevenção de doenças minimamente adequada ... as pessoas morrem em filas intermináveis para fazer consultas, realizar exames, fazer cirurgias e por falta de medicamentos. Enquanto isso tecnocratas só pensam em arrecadar mais através de tributos para financiar o caos;

Já que não existe uma política central de fato (apenas no papel) os governos estaduais e municipais vão inventando a roda, criando equipamentos públicos desconexos, cuja única finalidade é dar assistência aos palanques e não à população, desenhando um cenário que só nos faz agradecer a Deus pelo caos de hoje, pela certeza que amanhã será pior;

E a Saúde Suplementar regulamentada como se fosse um jogo de azar, onde os jogadores utilizam sua influência política para privilegiar o poder econômico que representa.

Uma vergonha ... 7x1 perto disso é carinho de mãe ... os sistemas público e privado de saúde do Brasil não deram certo, as pessoas ricas e pobres estão cada vez mais desassistidas e o governo pensa em reformar a previdência: não é necessário – as pessoas vão morrer antes de se aposentarem !

É hora de termos coragem para dizer o que deve ser dito, mesmo que isso choque os que não entendem que estes modelos, embora teoricamente muito bem elaborados, não têm como funcionar.

Começando pelo SUS – não é possível que qualquer coisa funcione sem que haja alguma espécie de freio no desperdício. Você pode fazer o que quiser, se for absolutamente de graça e não houver mecanismo de controle, não funciona ... não vai funcionar nunca. É um sistema errado no atacado, e não no varejo.

O médico e os demais profissionais assistenciais não ganham por produtividade, então é de se esperar que sua produtividade não seja a mesma de quem ganha por produtividade. Na prática os serviços de saúde “contratualizados” também não ganham por produtividade, e, portanto, não produzem o que poderiam (ou deveriam).

O paciente (população) não paga absolutamente nada pelo que consome no SUS. Isso é lindo e maravilhoso, mas faz com que não haja controle de desperdício – o principal ator para fiscalizar o desperdício em qualquer relação de consumo é o consumidor, mas no SUS o consumidor não paga a conta, então tanto faz o que vai ser gasto ... na verdade ele ainda questiona por que o SUS gasta menos com ele do que uma operadora de planos de saúde gasta com seu beneficiário. E não para por aí: em qualquer pronto socorro SUS “porta aberta” que você for uma grande parcela da população que ali comparece vai para pear um atestado médico para faltar no trabalho.

Nada que é de graça funciona no Brasil. Guardadas as devidas proporções, para ilustrar como as coisas são no Brasil, pela minha empresa sempre dei pelo menos 1 turma de um dos nossos cursos para não pagantes por ano (1 turma de curso gratuito). Quando era simplesmente assim, anunciado como gratuito bastando a pessoa apresentar uma declaração que não podia pagar, abria a inscrição e a turma ficava lotada, mas nos dias do curso havia um monte de faltas. As pessoas se inscreviam porque era gratuito e não se importavam em tirar a vaga de quem realmente gostaria de fazer o curso – quando chegava a data ele simplesmente faltava e a cadeira ficava vazia. Ultimamente para se inscrever a pessoa (ou a empresa que recomenda) assina uma declaração que, em caso de falta, terá que pagar pelo curso. Nunca mais uma cadeira ficou vazia!

O SUS necessita ser repensado de forma que haja algum tipo de participação do usuário (agora vou apanhar), porque só assim os usuários do SUS começarão a fazer piquete no congresso nacional para que ele funcione – hoje como é de graça as pessoas nem mesmo se dignam a reclamar, e o governo vai nadando de braçada, sem se preocupar em realmente resolver o problema.

Existem várias formas já discutidas de materializar esta participação, basta o governo querer resolver o problema e não querer aumentar cada vez mais a arrecadação para financiar o sistema público mais ineficiente que o Brasil já experimentou na sua história.

E a Saúde Suplementar?

Você acha que está correto haver uma única regulamentação que coloque no mesmo balaio de gato seguradora, medicina de grupo, auto-gestão e cooperativa?

Somente um órgão sem noção pode regrar uma auto-gestão (que não está no mercado para obter lucro), uma seguradora (que só está no mercado para obter lucro), e uma cooperativa (que só está no mercado para defender os interesses do cooperado) da mesma forma. É como ter a mesma regra para o jogo de futebol, basquete e tênis ... daria para jogar?

O destino da autogestão é a falência ou o aumento exacerbado das contribuições dos beneficiários (que também será a falência). Como pode o governo não entender isso ? Estas empresas estão desesperadas e sem saber o que fazer, porque só existem para cuidar da saúde da sua carteira específica – não pode buscar receita em outra carteira – e a cada dia vai tendo mais dificuldade para fechar a conta. Sem recursos financeiros adequados, tem que cumprir as mesmas regras das outras, quando poderia ser menos abrangente que as demais, e assim funcionar com menor custo ... mas o órgão regulador não entende assim.

Enquanto isso as medicinas de grupo vão se capitalizando cada vez mais, crescendo geometricamente, e transferindo recursos do país para suas mantenedoras multinacionais. Que coisa ... enquanto centenas de empresas de auto-gestão super bem-intencionadas vão à falência, quem está no mercado atrás de lucro vai comemorando. Não que as empresas que estão no mercado em busca de lucro estejam erradas ... errada está quem regula todas da mesma forma.

E do outro lado da mesa ... você acha que está correto haver uma única regulação que coloque no mesmo balaio de gato hospital filantrópico, hospital privado, hospital público porta 2 e mais uma infinidade de outros tipos de instituições de saúde que não têm nada a ver uma com as outras?

Somente um órgão sem noção pode regrar um hospital privado que faz propaganda na televisão e financia corridas automobilísticas da mesma forma que regra uma santa casa que atende pacientes de convênios com um nível de hotelaria paupérrimo para cobrir as despesas que tem com os pacientes que atende pelo SUS.

Somente um órgão sem noção pode regrar uma instituição isenta de pagamento de tributos da mesma forma que uma que é obrigada a recolher todos eles. Você sabe o que significa pagar toda a infinidade de impostos que existe no Brasil competindo com alguém que não paga nem mesmo INSS sobre a folha de pagamento. Isso é concorrência ou é malvadeza?

É evidente que uma única saúde suplementar não pode continuar sobrevivendo. É preciso separar quem está no mercado de forma profissional, em busca de lucro, dos que estão no mercado privado simplesmente para sobreviver. E é preciso deixar de interferir na margem de lucro das empresas – a iniciativa privada vive do lucro e da livre concorrência, e não existe pecado nisso.

O governo precisa parar de querer ser o justiceiro, aplicando multas ridículas no privado, e se eximindo da sua responsabilidade de cuidar da saúde da população. Existem várias formas já discutidas para resolver a saúde suplementar, basta vontade política.

Nesta época do ano costumamos desejar um bom ano novo para as pessoas que gostamos, como se a vida fosse separada em episódios de uma série ... de uma novela. É meio inexplicável porque fazemos isso todo o ano, mas já que é assim, se é para pedir algo para o Papai Noel, meu pedido é que ilumine os governantes para que entendam que a saúde não deve ser prioridade de campanha ... estamos na pior situação dos dois sistemas de financiamento da história, e sem nenhum movimento de melhoria ... nenhum sinal de que alguém do governo esteja realmente preocupado ... Papai Noel, faça o governo entender que saúde é uma prioridade real e não uma prioridade eleitoral ... por favor,