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Com mais de 500 participantes e interações virtuais, 3º FILIS analisa setor brasileiro de medicina diagnóstica

Article-Com mais de 500 participantes e interações virtuais, 3º FILIS analisa setor brasileiro de medicina diagnóstica

Com mais de 500 participantes e interações virtuais, 3º FILIS analisa setor brasileiro de medicina diagnóstica

Promovida pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a terceira edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) reuniu no dia 31 de agosto, em São Paulo, mais de 500 participantes para um amplo debate sobre os atuais desafios do setor de medicina diagnóstica no Brasil. Trazendo discussões sobre os impactos da inteligência artificial nos negócios, e a ampla necessidade de reestruturação do atual modelo de remuneração bem como permitindo a interação da plateia por meio de uma plataforma virtual, as lideranças presentes no evento traçaram estratégias e detalharam as perspectivas futuras do segmento.

Ao abrir a programação, Claudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, ressaltou a importância da reunião de líderes, autoridades e profissionais atuantes na área para o desenvolvimento do complexo sistema de saúde brasileiro. "Tivemos uma grande oportunidade de inspirar e discutir temas relevantes para a saúde ao lado de mentes brilhantes", declarou.

O evento, que teve início às 8h30 e se estendeu até o final da tarde, foi dividido em quatro módulos. O primeiro deles debateu "Como dar longevidade à saúde suplementar com o impacto das leis e normas regulatórias", começou com uma apresentação inicial de Renato Nunes, sócio fundador da Machado Nunes Advogados, ressaltando a grande quantidade de normas e leis que "inundam" o cotidiano dos brasileiros. "Já dizia um secretário do Tesouro Americano: vai mal o país em que há mais advogados do que engenheiros. Infelizmente, essa é uma realidade no Brasil", afirmou Nunes.

Na sequência, dois debates abordaram a visão estratégica e estruturante da saúde, e o impacto no dia a dia de quem opera o setor. Com membros de grandes grupos do segmento como o DASA, o Sabin e o Fleury, além do Hospital Israelita Albert Einstein, os painéis também receberam representantes do setor público da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e de organizações que contribuem com a dinâmica de toda a cadeia da saúde, como o Instituto Coalizão Saúde (ICOS), o Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia (ComSaude/FIESP) e a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

Moderadas por Conrado Cavalcanti e Wilson Shcolnik, respectivamente vice-presidente do Conselho e coordenador da Câmara Técnica da Abramed, as discussões emergiram questões relacionadas a regulamentações da Anvisa e da ANS, coparticipação e franquia, e a troca de informações na saúde suplementar (TISS). "Se temos desconfiança, precisamos ter mais confiança. Se temos falhas de comunicação, precisamos de novos diálogos. Carecemos de segurança jurídica, mais acesso da população à saúde e saber utilizar os dados. Devemos seguir a lei", comentou Cavalcanti.

Benefícios da inovação

O terceiro módulo do FILIS deu destaque aos avanços tecnológicos que vêm mudando a rotina da área da saúde. Para refletir sobre os impactos dessa mudança, o evento recebeu especialistas que lidam com intervenções tecnológicas no dia a dia de hospitais e laboratórios. Estavam representados, no debate, os grupos DASA, Hermes Pardini e Fleury, a Roche Diagnóstica Brasil, a Siemens Healthineers, a Alliar Médicos à Frente e o Hospital Sírio Libanês.

"É muito bom ver que não só estamos perdendo o medo dos robôs como estamos começando a querer que eles cheguem mais rapidamente às nossas vidas", declarou Thiago Julio, gerente de inovação Aberta do Grupo DASA e curador do Cubo Health.

Além de inteligência artificial e automação, a humanização como ponto indispensável à adesão saudável à tecnologia também foi item de discussão. Lembrando que a terceira causa de morte nos Estados Unidos são eventos adversos evitáveis dentro de hospitais, foi enfatizada a importância da atuação profissional junto aos aparatos tecnológicos. "Um componente fundamental na educação e no cuidado é a interação humana, o grau de empatia e a confiança que levarão o paciente a seguir o tratamento. Nós somos insubstituíveis", declarou Paulo Chapchap, CEO do Hospital Sírio-Libanês.

Interatividade e motivação

A interação da plateia foi um dos pontos fortes desta edição do FILIS e o segundo módulo foi totalmente dedicado à participação do público. Por meio de uma plataforma virtual acessível por qualquer dispositivo conectado à Internet, foram realizadas nove perguntas aos participantes para que as respostas fossem analisadas, na sequência, por especialistas da área.

Metade dos participantes pertencia ao setor de medicina diagnóstica e a outra metade estava dividida entre membros de hospitais, de operadoras de saúde, ou atuantes diretos no setor de equipamentos médicos ou suprimentos para análises clínicas. "Entendo que as pessoas que participam destes eventos de forma espontânea são as que têm boa vontade e apostam em iniciativas para dialogar e fazer da área de saúde um setor muito melhor", disse Leandro Figueira, diretor de relacionamento da Alliar Médicos à Frente que ao lado de Ademar José de Oliveira Paes Jr, presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM); Carlos Senne, presidente da Senne Liquor; e Eliezer Silva, diretor de medicina diagnóstica do Hospital Israelita Albert Einstein, analisou os retornos do público presente.

Como resultado, o evento chegou à conclusão que a grande maioria dos profissionais presentes (77%) tinha conhecimento sobre os termos "overuse" e "underuse", que tratam do uso excessivo de exames complementares e da utilização menor do que a adequada de exames no processo de diagnóstico. Além disso, grande parte (66%) concordou ser responsabilidade de todos os players da cadeia de saúde investir na sustentabilidade do segmento.

Questionados sobre mudanças nos modelos de remuneração, 20% confirmaram ter implantado novos modelos com resultados positivos, 3% disseram ter obtido resultados negativos após a implementação e 56% declararam a implementação de novos modelos que seguem em avaliação. A plateia também foi questionada, dentre outros assuntos, sobre a tendência de verticalização e sobre a confiança no uso de inteligência artificial dentro do setor de medicina diagnóstica.

Para encerrar o evento, o palestrante internacional Michael Neill falou sobre inspiração e liderança. Em contato direto com a plateia por meio de uma atividade com massinhas de modelar, Neill, reconhecido mundialmente por livros como "A revolução do pensamento" e responsável por uma apresentação do TEDx com mais de 225 mil visualizações no YouTube, instruiu os presentes a não materializar os problemas: "estamos criando monstros e problemas sem solução".

Quem acompanhou a apresentação também aprendeu a despertar a inteligência natural e a buscar, dentro da própria mente, espaço para a criação de soluções inovadoras. "Nossa mente não funciona tão bem quando estamos com a cabeça pegando fogo, quando estamos estressados", declarou.

Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld

Criado pela Abramed para reconhecer profissionais que fomentam o desenvolvimento e a melhoria da saúde no Brasil, o Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld reconheceu Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas. "A escolha foi árdua, mas chegamos a um consenso, uma figura muito bem vista e quista por toda a cadeia de saúde", declarou Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Associação.

Em julho deste ano, Barbosa, que já foi diretor-presidente da Anvisa e secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, tornou-se responsável por supervisionar os programas de cooperação técnica fornecidos pela OPAS aos 35 Estados Membros. O prêmio, que teve sua primeira edição realizada este ano no FILIS, presta uma homenagem ao Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, médico hematologista e patologista clínico e membro da Câmara Técnica da Abramed, que faleceu em março após décadas de empenho em tornar o segmento de diagnóstico mais unido.