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Como a confiança dos colaboradores fizeram as empresas crescerem na pandemia?

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Buscamos aceitação em diversos momentos de nossa vida. Esse é um impulso natural do ser humano e a razão de nos adaptarmos a situações que nem sempre concordamos e assumirmos comportamentos que não são genuínos à nossa natureza. Essa adaptação, entretanto, acaba por tornar as relações rasas, com pouca conexão ou sentido, tornando-as imutáveis na maneira de pensar e agir.

Num mundo com mais surpresas do que rotinas, as companhias estão buscando novas alternativas para se destacarem e se adequarem às novas legislações e iniciativas de sustentabilidade, tendo os melhores talentos ao seu lado e as soluções mais inovadoras em seus portfólios. Contudo, essa é a meta, ou seja, a teoria. Na prática, como as organizações podem aprender com seus erros e atingir um resultado diferente do que é entregue hoje?

De acordo com o recente estudo da Mckinsey sobre segurança psicológica, uma alternativa para a sobrevivência das empresas, que foi impulsionada em 2020, é a de fortalecer as relações de confiança. Ainda nessa linha, durante a pandemia da Covid-19, as empresas que estabeleceram ambientes nos quais os colaboradores pudessem compartilhar seus anseios, discutir suas dúvidas e propor ideias sem receberem represálias ou serem expostos, criaram e proporcionaram uma atmosfera de segurança psicológica que otimizou a performance de seus times. Afinal, a pandemia destacou aos colaboradores a importância da saúde mental, assim como a responsabilidade das empresas tratarem esse assunto como prioridade.

Funciona assim: num ambiente no qual as atividades podem ser realizadas com autenticidade e os propósitos e papéis estão claros para cada colaborador, como consequência, as relações se fortalecem e a inovação começa a integrar a rotina, o que fomenta a criação de novos formatos de entrega e o compartilhamento de opiniões diferentes. Ou seja, quanto mais espaço para diversidade há no ecossistema, mais chances de a companhia cobrir todos os problemas existentes e resolvê-los com alto índice de sucesso.

Para conquistar esse objetivo, a confiança precisa ser trabalhada recorrentemente pela liderança por meio da prática da escuta ativa e da cultura horizontalizada, ou seja, sem exercer o viés do poder. Afinal, estamos todos juntos num processo de aprendizagem e constante evolução e, portanto, os cargos de liderança devem ser usados para influenciar positivamente as decisões e os líderes devem demonstrar sua vulnerabilidade e admitir que, mesmo estando nessa posição, ninguém possui as repostas para todas as perguntas.

Outro ponto é que a comunicação acerca dos objetivos estratégicos da companhia e das áreas deve ser realizada frequentemente, pois não se pode dar espaço para dúvidas, seja sobre o destino dos esforços dos colaboradores ou o impacto do trabalho de cada um para alcançá-lo.

Para que este mundo VUCA (do inglês, Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade) não engula as organizações e elas resistam às surpresas, o desenvolvimento da liderança, independente da senioridade ou da posição, é de suma importância, pois as referências e inspirações que são criadas nos líderes impulsionam as boas práticas comportamentais dos times. O relacionamento entre líder e liderado é decisório para o sucesso da companhia, pois não há nada mais motivador para um profissional do que um ambiente saudável psicologicamente.

Sobre a autora

Angélica Assunção é gerente de Gente e Gestão da Engineering Brasil, companhia global de Tecnologia da Informação e consultoria especializada em Transformação Digital.