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EUA anunciam novas diretrizes para expostos ao ebola

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- Shutterstock
Profissionais de Saúde ganham proteção extra para tratar doentes e suspeitos. Na China, cresce temor de chegada da doença, trazida por trabalhadores na África

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (27) novas diretrizes para pessoas que tenham sido expostas ao vírus ebola, em uma tentativa de unificar a resposta nacional diante de medidas mais restritivas impostas por alguns estados. Os centros de Controle e Prevenção da Doença (CDC, na sigla em inglês) elaboraram uma classificação de acordo com o risco de contrair o vírus, sendo que apenas aqueles com "alto risco" devem isolar-se em suas casas.

É considerada uma pessoa de "alto risco", por exemplo, um profissional de saúde que se feriu com uma agulha ao prestar assistência a um doente de ebola, ou qualquer pessoa que tenha estado em contato com fluidos corporais de um infectado sem a proteção adequada.

Segundo as novas diretrizes do governo, a grande maioria dos casos - como os profissionais de saúde que chegam de países afetados - fica em uma categoria intermediária, tendo de passar por controle diário em um centro médico local e informar sua temperatura por telefone.

Se não apresentarem sintomas, essas pessoas não terão os movimentos limitados, nem ficarão isoladas em suas casas, como estabeleceram na semana passada os estados de Nova York e Nova Jersey. Essas medidas unilaterais irritaram a Casa Branca, que tem tentado evitar o alarmismo e dar uma resposta nacional à crise de ebola, nomeando um coordenador federal, Ron Klain.

As organizações humanitárias também criticaram as restrições desses estados, considerando que elas criam um estigma e desestimulam os profissionais de saúde a viajar para a África Ocidental, onde faltam voluntários para enfrentar a epidemia.

Oriente ameaçado
Um dos cientistas que descobriu o vírus ebola acredita que a China está sob ameaça devido ao elevado número de trabalhadores chineses na África.

"[A situação geral] vai piorar durante algum tempo e depois esperamos que comece a melhorar quando as pessoas estiverem isoladas", disse Peter Piot, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O cientista esteve na região administrativa especial chinesa para um simpósio durante dois dias.

Piot, que prevê que a epidemia dure ainda entre seis e 12 meses, lembrou que na África há muitos chineses trabalhando. "Isso pode representar um risco para a China em geral, e assumo que um dia [um surto de ebola na China] vai ocorrer, disse o diretor da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

O cientista lembrou que as medidas de controle de infeções nos hospitais da China Continental não estão sempre "de acordo com os padrões", colocando a saúde pública em risco.

Piot destacou a importância de formar pessoal capaz de identificar passageiros aéreos de risco antes de embarcarem e alertou que as medidas de segurança aplicadas no Aeroporto Chek Lap Kok, em Hong Kong, são insuficientes.

"Rastreio generalizado [à chegada] não é eficaz, para ser honesto. O método mais eficaz é verificar as pessoas antes de entrarem no avião", acrescentou.

No domingo (26), um homem procedente da Nigéria teve de ser submetido a exames médicos por receio de ser portador do vírus. Os testes acabaram, no entanto, dando negativo.