Trabalhando mais e ganhando menos. Este é o balanço feito por José Henrique Germann, vice-presidente e coordenador do Comitê de Informação, Análise e Qualidade da ANAHP (Associação Nacional dos Hospitais Privados) e diretor superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo o executivo, dados do Projeto SINHA que consolida os indicadores hospitalares dos associados da entidade em 2006, ilustram tal observação.
O estudo aponta que o total de internações por leito realizado no ano passado foi de quase 7 mil, contra cerca de 6.400 em 2005. De acordo com Germann, apesar do número de associados ter aumentado, o fato dos hospitais estarem trabalhando mais e ganhando menos, acontece possivelmente, em decorrência do aumento do número de glosa e da verticalização dos serviços pelos planos de saúde.
"As operadoras aumentaram a lucratividade ao longo do tempo e isso vem penalizar nosso rendimento", avalia Germann.
Para o superintendente da ANAHP, Roberto Cury, o índice de receita líquida por paciente que, no ano passado foi de R$ 2.374, contra R$ 2.476 de 2005, também é um indicador importante. "Segundo dados da saúde suplementar, os prêmios para as operadoras cresceram, e houve uma redução da sinistralidade. Os resultados das operadoras melhoraram, porém, na ANAHP, houve uma diminuição", diz.
Outros indicadores
O número de colaboradores empregados pelos 36 hospitais da ANAHP aumentou 22,6% em 2006, em comparação ao ano anterior. De acordo com a entidade, havia 49,9 mil empregos diretos no final de 2006, ante 40,7 mil em 2005.
O faturamento estimado dos associados da ANAHP passou de R$ 4,5 bilhões em 2005 para R$ 5,2 bilhões em 2006 - um incremento de 15,5%. Este ano, o estudo contou com novos itens de indicadores, como EBITDA.
Segundo Germann, do Einstein, é preciso aprimorar a gestão hospitalar, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico, e é impossível gerenciar alguma coisa sem informações e dados. "Esta é a única forma de avaliar nossa performance e o Projeto SINHA tem justamente essa proposta: auxiliar os gestores a conhecerem seus próprios indicadores e terem a possibilidade de compará-los com o mercado", explica.
Atualmente, a entidade conta com 36 associados, distribuídos em nove estados. São 8.502 leitos, o equivalente a 2% do total de leitos com ocupação média de 75%. Em 2006, foram realizadas cerca de 572 mil internações, 185 por ano. E o faturamento representou 15,8% do custo assistencial da saúde suplementar no Brasil.