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Medicina preventiva efetiva

Marcelo Murilo, da Benner, conta como desenvolver iniciativas de prevenção que englobem todos os beneficiários

Com a aquisição de outras empresas do setor de saúde, a Benner pretende oferecer soluções integradas, que apóiem a realização e acompanhamento de ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. Em entrevista ao portal Saúde Business Web, o gestor da unidade de auto-gestão da Benner, Marcelo Murilo, conta os planos para 2009 e comenta as mudanças na forma de operar dos planos de saúde.

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Saúde Business Web: Quais são os planos da Benner para 2009?

Marcelo Murilo: Vamos buscar uma solução para a área hospitalar em 2009, talvez por aquisição. Também queremos trabalhar com mais personalização. Nosso foco será na área pública, principalmente em atenção primária, onde estarão os investimentos, porque o orçamento já é vinculado, há um percentual obrigatório para a saúde. Haverá uma certa retração na área privada, por conta da crise, mas acredito que há também uma histeria no que diz respeito aos impactos para o setor.

SBW: Como é a atuação da Benner, hoje, com as operadoras de planos de saúde?

Murilo: Hoje o foco é bem grande em operadoras. Não queremos apenas ajudá-las em tecnologia, mas também oferecer consultoria e serviços, ampliar o leque de atuação. O mercado se movimento para este caminho, por isso, a Benner adquiriu a Auditech, para a parte de auditoria médica, e a Top Med, para a parte de medicina preventiva. Estamos migrando para levar a solução completa ao cliente, e esta é a idéia do nosso novo produto, o PIC (Programa Integrado de Cuidados). Hoje, ações de prevenção funcionam na população nicho, mas não no todo. O resultado não é significativo. Com uma inflação médica de 5% a 6% ao ano, estas ações pontuais não resolvem o problema.

SBW: Como funciona o PIC?

Murilo: O PIC é um conceito. O modelo de atuação mudou, a operadora não pode mais só pagar a conta, precisa também promover a saúde. A prevenção começa a trazer resultado quando traz o usuário para o centro da atenção. Hoje as operadoras vendem rede, não saúde. Ajudamos a operadora a ir para esse caminho, mas não vendemos isso. Temos parceiros. Queremos oferecer a consultoria e depois a solução integrada, como alguém que conhece do negócio.

SBW: E o que é preciso para se ter um programa efetivo de medicina preventiva?

Murilo: É preciso organizar a informação, um serviço integrado depende de informação e tecnologia. A empresa tem que trabalhar com escala, com 100% dos usuários. O primeiro passo é criar um banco de dados centrado no usuário, que esteja disponível em toda a cadeia, com prontuário e histórico médico eletrônicos. Depois, é hora de estruturar a rede: gerenciar os serviços, ter uma rede menor, mais preparada e para a qual se possa pagar melhor, para tornar o serviço significativo. Isso permite direcionar o usuário na porta de entrada.

SBW: De que forma a operadora pode garantir ações de prevenção para todos os seus beneficiários?

Murilo: Com o prontuário, qualquer contato pode ser uma iniciativa de prevenção. Cria-se uma árvore de decisão, com orientação médica pelo telefone. A operadora pode pagar mais para hospitais que seguirem protocolos e tiverem acreditação.

SBW: E qual será o papel do usuário nas ações de medicina preventiva?

Murilo: Com o registro pessoal, o paciente insere os dados e se responsabiliza por eles. Isso induz ao auto-cuidado e reduz o sinistro. O registro também ajuda a reduzir os pedidos de exames.

TAG: Hospital