O aumento em até 10% da taxa de cura da tuberculose é esperado com a chegada, em setembro, no país de um novo esquema terapêutico para o tratamento da doença.
A afirmação foi feita ontem (20) pelo coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), Draurio Barreira, em encontro para capacitação dos programas estaduais de controle da tuberculose. Os técnicos estão se preparando para trabalhar com o novo tratamento.
No encontro, realizado em Brasília, o coordenador do PNCT disse que a estimativa do Ministério da Saúde para o final de 2010, já com o uso do esquema terapêutico, é reduzir a taxa de abandono da terapia de 8% para menos de 5% e, por consequência, aumentar os casos de cura da doença, que, hoje, variam entre 55% a 88%, por unidade da federação.
A dificuldade de adesão aos medicamentos que controlam a tuberculose é um dos principais fatores que levam aos índices de contaminação e de mortes pela doença no país. "Nossos dois grandes desafios são reduzir o abandono do tratamento e melhorar a taxa de cura no final desse processo", disse Barreira.
O novo tratamento, destinado somente para o uso em casos novos, constitui em uma dose fixa combinada conhecida como 4 em 1, ou seja, um único comprimido irá disponibilizar as quatro drogas necessárias para o tratamento do paciente, o que vai reduzir o número de doses diárias.
Hoje, o portador de tuberculose se trata com, aproximadamente, 10 comprimidos diários, em um período de seis meses, tempo de duração da terapia.
Caso a previsão do Ministério da Saúde se confirme, sobre a data de chegada do medicamento, o produto será distribuído para uso no mês de outubro, conforme Barreira.
Serão 20 milhões de comprimidos só no primeiro lote, números necessários para garantir o tratamento dos 72 mil novos casos de tuberculose que, pelas estimativas, devem surgir no Brasil, no próximo ano. "A expectativa é que a gente distribua o medicamento imediatamente e comece a capacitação de profissionais em todos os estados brasileiros" , contou o coordenador do programa.
O Brasil ocupa o 18° lugar no ranking dos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo, segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS). As maiores incidências de casos no país ocorrem nos estados do Rio de Janeiro (73,27 por 100 mil habitantes), Amazonas (67,60 por 100 mil), de Pernambuco (47,79 por 100 mil), do Pará (45,69 por 100 mil) e do Ceará (42,12 por 100 mil).
A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch e transmitida pelo ar. A doença apresenta como sintomas principais: tosse prolongada, cansaço, emagrecimento, febre e suor noturno.
Você tem Twitter? Então, siga http://twitter.com/SB_Web e fique por dentro das principais notícias do setor.