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Portais de pacientes realmente engajam? [infográfico]

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Executivos reconhecem que, apesar da elaboração de um portal, falta estratégia para engajar de fato. Confira estudo do HIMSS Analytics

O engajamento de pacientes vem ganhando cada vez mais a atenção da área de saúde. Para apurar o comprometimento e os investimentos das organizações de saúde dos Estados Unidos no engajamento dos pacientes, o HIMSS Analytics - Healthcare Information and Management Systems Society, realizou uma pesquisa quantitativa online com 114 executivos e um Focus Group.

O estudo, realizado com o patrocínio da InterSystems, concluiu que as organizações de saúde estão adotando o engajamento de pacientes por meio de estratégias e investimentos centrados em portais de pacientes. Entretanto, uma análise mais aprofundada dos resultados revela que, quando os líderes avaliam o engajamento de pacientes, eles se questionam se atualmente estão ou não em uma trajetória que realmente levará  para melhores resultados clínicos e redução de custos.

Definição

Embora o conceito esteja em constante evolução, o HIMSS Analytics define o engajamento de pacientes como “Uma estratégia organizacional para obter o envolvimento do paciente, bem como de familiares e daqueles por quem é responsável, de forma ativa e bem informada, na gestão de sua própria saúde e bem-estar. Isto inclui revisão e gerenciamento de registros de saúde, o conhecimento de doenças, a adoção de comportamentos saudáveis, a realização de compras médicas bem fundamentadas e a interação com os provedores de saúde (médicos, enfermeiros, especialistas, etc.) como parceiros”.

Ao contrário de algumas definições anteriores, esta explicação indica que o engajamento de pacientes é muito mais do que uma simples conformidade, que tipicamente envolve seguir requerimentos (uma prescrição medicamentosa, por exemplo). Quando pacientes estão verdadeiramente engajados, eles estão ativamente envolvidos, identificando e gerenciando suas próprias necessidades, atuando em parceria com o provedor de saúde.

Avaliada no Focus Group, esta definição, entretanto, tem carência de um elemento. “O que eu não vi nesta definição foi algo sobre responsabilidade”, disse um CMIO de hospital da Costa Oeste dos Estados Unidos. “Uma das coisas que falta no engajamento do paciente é a transferência da responsabilidade na perspectiva financeira. Você precisa torna-la atraente para as pessoas ficarem engajadas, pois se elas não tiverem muito a perder, isto não é valioso”.

O infográfico abaixo resume o levantamento, que você pode acompanhar os detalhes logo abaixo do infográfico: 

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Estratégia

Embora o comprometimento com o engajamento dos pacientes ainda esteja em desenvolvimento, as organizações estão seguindo adiante. De acordo com a pesquisa quantitativa, que inclui respostas de executivos de sistemas multi-hospitalares integrados (44%), centros médicos acadêmicos (21%), hospitais (21%), clínicas ambulatoriais (13%) e hospitais de emergências (1%), aproximadamente nove de 10 organizações contam, atualmente, com estratégias de engajamento de pacientes.

Estas estratégias são direcionadas pela missão de aumentar e melhorar a saúde das comunidades (77%), de construir uma marca leal para os pacientes (77%), e de atender aos requisitos de uso significativo (60%). Entretanto, essas estratégias podem não estar totalmente maduras, de acordo com o Focus Group. De fato, alguns participantes questionaram seus planos de engajamento de pacientes.

“À medida que discutimos, enxergo que nós não temos, de fato, uma estratégia de engajamento  verdadeira, apenas um projeto de portal”, disse um executivo. “Falamos que temos uma estratégia de engajamento para os pacientes, mas é na verdade apenas parte de outras estratégias, como para bem-estar, melhoria da saúde e saúde da população”, acrescentou outro executivo.

Os comentários são motivos de preocupação. Kathleen Aller, profissional sênior de Informação na Saúde da InterSystems, salienta que, enquanto os líderes estão expressando que contam com uma estratégia, na realidade, eles estão avançando com planos táticos.

“Mesmo que as organizações tenham uma visão para o real engajamento do paciente, muitas delas são completamente consumidas com formulários”, diz Aller. “Infelizmente, em alguns casos, eles estão focando em coisas que não encorajam realmente o engajamento dos pacientes. Apenas ter a capacidade de fazer com que as pessoas acessem um portal não significa, necessariamente, que o verdadeiro engajamento está ocorrendo. O foco no curto prazo sobre o uso de formulários tem forçado os provedores de saúde a tomarem caminhos sub-otimizados para metas de longo prazo”.

Liderança

Com as estratégias para o engajamento de pacientes ainda está em desenvolvimento, é facilmente perceptível que alguém deve assumir a liderança. O estudo, entretanto, revela que faltam lideranças definitivas para essa iniciativa.

De acordo com os resultados da pesquisa, comitês multi-departamentais/multi-função são os responsáveis mais comuns das estratégias de engajamento (26%), enquanto diretores de Marketing respondem por 15%, CFO por 10% e CEOs por 8%. Ficou claro para os participantes da pesquisa que a estratégia de “donos” pode não possuir os meios financeiros para seguir em frente com as iniciativas.

O obstáculo, neste caso, reside no fato de que os gastos com engajamento estão espalhados por toda a organização, como a área de Tecnologia da Informação ao adquirir as ferramentas, os Departamentos Ambulatoriais pagando pelos custos associados com o programa de administração e o Marketing aplicando o dinheiro para promoções.

“Estou chegando à conclusão de que talvez não tenhamos realmente uma estratégia organizacional em torno do engajamento de pacientes se não tivermos um orçamento que considere todos os aspectos”, afirmou um dos executivos.

Tecnologia

Enquanto as organizações podem não ter uma estratégia financeira coesa, os departamentos de TI estão se voltando para os portais de pacientes como ferramenta preferencial.

De fato, 71% dos entrevistados que têm uma estratégia estão utilizando a tecnologia de portal para atender os usos significativos mínimos (meaningful use) exigidos por funcionalidade e compartilhamento de uma única fonte de dados; 54% estão usando portais que oferecem um mix de serviços aos pacientes, tecnologia e conteúdo; 51% estão utilizando os portais como uma plataforma interoperável de troca de informações com compartilhamento de dados de múltiplas fontes. No geral, dois terços dos entrevistados estão usando portais oferecidos por seus fornecedores de prontuários eletrônicos.

Quando convidados a avaliarem qual o comprometimento de sua organização para “ir além do critério básico de uso relevante”, os respondentes apontaram um ranking médio de 4.35, em uma escala de 1 (menos comprometido) à 5 (mais comprometido). No entanto, quando olham a realidade, eles tendem a achar o desafio mais difícil. Quando consultados sobre a confiança na habilidade de seus provedores em oferecer as funcionalidades necessárias para atender aos objetivos de engajamento de pacientes, eles ranquearam suas confianças em um nível de 3.33 numa escala de 1 à 5.

Como esperado, o grupo participante expressou preocupações sobre suas soluções de portal. “Um dos problemas é que, se você olha os portais, eles não estão realmente bem alinhados com a definição de engajamento de pacientes”, afirmou um dos líderes. “Eles são ótimos para conveniência, mas não ajudam as pessoas a gerenciarem suas doenças crônicas, melhorarem sua saúde ou contribuir com informações para seguirem adiante com comportamentos mais saudáveis. A maioria das ferramentas não cumpre essa promessa”.

Os resultados da pesquisa também mostram que as organizações estão atualmente usando os portais para oferecer funções de conveniência, como acesso o registro de pacientes (92%), distribuição de resultados laboratoriais e de análises (90%), e-mail seguro/ requerimentos de fornecedores de medicações (63%).

Na verdade, enquanto esses portais podem oferecer conveniência, bem como funcionalidades necessárias mais relevantes, muitos deles são inadequados para levar a um engajamento significativo, de acordo com P. Nelson Le, Médico e conselheiro clínico da InterSystems.

“A maioria dos portais são ‘apenas para leitura’ e não oferecem a oportunidade para os pacientes verdadeiramente interagirem com seus provedores de saúde. Eles oferecem pouca ou nenhuma oportunidade para eles adicionarem informações relevantes de acompanhamento em suas condições atuais, reações a remédios ou tratamentos, bem como outras indicações de seus status de saúde”.

Outro obstáculo em potencial é o fato de que cada organização que contata um paciente provavelmente conta com um portal isolado, com cada um solicitando registros diferentes, login e senhas, mostrando uma gama diferente de dados. Um paciente com condições complexas pode ter registros de entrada (internação) e saída (alta) com instituições médicas, especialistas, laboratórios e outros. A multiplicidade dos portais faz com que seja difícil para o paciente acessar efetivamente uma visão unificada de suas informações médicas.

Possibilidades

Para o completo engajamento de pacientes, os líderes estão olhando para os portais de próxima geração para oferecer as funcionalidades que permitirão que os pacientes se tornem parceiros em seus próprios cuidados. Mais especificamente, eles estão buscando funcionalidades como e-Visitas e e-Consulting (80%), interoperabilidade entre múltiplos provedores de saúde (70%), avaliação e treinamento de saúde (70%) e teleatendimento (50%).

Esta mudança dará aos pacientes informações oportunas e abrangentes, que lhes permitam uma parceria com seus provedores de saúde, viabilizando uma verdadeira gestão da própria saúde.

Com isso, as organizações podem obter as informações necessárias para ajudar os esforços de saúde da população, bem como tornar possível a melhora dos resultados clínicos para um grupo de pacientes e o sucesso sob modelos baseados em valores de atendimento médico. De acordo com os participantes do Focus Group, enquanto a maioria das organizações de saúde ainda não está neste nível, algumas estão testando este novo formato através da implantação agressiva de programas de bem-estar e de engajamento com seus funcionários. Estes pacientes são motivados a se envolverem porque a organização de saúde oferece um incentivo na forma de seguros premium reduzidos, por exemplo.

Para apoiar esses esforços estratégicos de saúde da população, porém, se faz necessário uma plataforma de informação que possa criar registros de saúde compostos que agregam dados do pacientes de cuidados contínuos, e também, que possam compartilhar informações entre médicos, pacientes, e outros profissionais de saúde.

A partir disso, os pacientes poderiam facilmente acessar os portais não apenas por conveniência, mas para verdadeiramente gerir seus estados de saúde em parceria com seus médicos. Assim como as organizações poderiam compartilhar dados tanto internamente quanto externamente para melhorar a gestão da prestação de cuidados em toda a sua extensão; e as instituições de saúde alavancar informações para melhorar a saúde geral de determinada população.

Fonte: InterSystems, que  desenvolve tecnologias de software, fornecendo gerenciamento de dados, interoperabilidade estratégica e plataformas de análises usadas nos setores de Saúde, Serviços Financeiros, Governo e outras indústrias. Fundada em 1978, a InterSystems é uma empresa privada com sede em Cambridge, Massachusetts (EUA), com escritórios pelo mundo inteiro.