O ano de 2021 começou com certo ar de que 2020 não acabou, não é mesmo? Faltaram as festas, o amigo secreto e a confraternização com os colegas de trabalho para colocar um ponto final no ciclo. Dessa vez, tudo isso precisou ser online e sem tantos motivos para celebrar, afinal, o Brasil encerrou o ano com mais 200 mil mortes por conta do coronavírus.
Por isso, o que mais queríamos é sair de um ano difícil e entrar em outro totalmente novo, com a vida que tínhamos antes de tudo isso acontecer, como num passe de mágica. Mas não foi bem assim. A pandemia está longe de ter um fim e a vacina tão aguardada, segue um plano modesto de imunização.
Um problema de tamanha dimensão e sem precedentes também não traz respostas prontas ou fáceis de resolver, o que resulta em ansiedade, angústia, estresse e depressão. Estamos todos vivendo há meses esses sentimentos e tentando manter a vida o mais “normal” possível. Mas a grande verdade é que o mundo mudou e estamos bem diferentes.
Nos isolamos dos amigos, dos familiares, adiamos os passeios, as viagens, os cuidados com a nossa saúde. Mudamos a maneira de trabalhar e construímos um escritório na sala ou no quarto de nossas casas, conciliamos o home office com os filhos que estão em casa e com os afazeres domésticos e tantas outras questões que ficaram ainda mais evidentes durante o período de isolamento social.
Com todos esses desafios, líderes de várias empresas se desdobram para manterem suas equipes motivadas diante desse cenário. Enfrentam também um momento de transformações empresariais que precisam ser implementadas de maneira rápida e que são determinantes para o sucesso ou o fracasso dos negócios.
De acordo com o novo relatório anual da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, no período de distanciamento social, as mulheres foram as mais acometidas pela ansiedade: 28% delas afirmaram ter enfrentado o problema. Entre os homens, a taxa ficou em 8,33%. Foram elas também que tiveram mais dificuldade de concentração. A porcentagem ficou em 24% entre as mulheres, e 17,71% entre eles. E quanto ao estresse, os homens sofreram mais, com 7,29% contra 5% das mulheres.
Neste contexto, as empresas passaram a olhar com mais cuidado para os seus colaboradores e as doenças emocionais como depressão, transtorno de ansiedade e estresse que podem aparecer durante esse tempo de crise. Por isso, é fundamental investir em estratégias que ajudem esses trabalhadores.
Aliás, desenvolver a saúde mental nas empresas nunca deveria estar fora da lista de prioridades, já que, de acordo com o Ministério da Fazenda, os transtornos mentais são a principal causa de afastamento do trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de trabalhadores ao redor do mundo sofrem de depressão.
Por isso, mesmo com trabalho remoto, é necessário manter o ambiente corporativo ativo, saudável e com um bom relacionamento entre equipes. Não é porque um colaborador está trabalhando de casa que deve ficar isolado e sem interação com a equipe. Pelo contrário, agora é ainda mais fundamental estreitar laços. É sempre bom lembrar que, em uma organização, ninguém cresce sozinho e sim em grupo.
Mesmo que o novo ano ainda tenha cara de velho e que os problemas e angústias ainda sejam os mesmos, é bom lembrar que estamos no mesmo barco e só sairemos dele se tivermos uma boa dose de empatia. Isso serve, para todas as empresas que quiserem continuar existindo. Cuidar da saúde mental dos colaboradores aumenta a produtividade dos negócios.
Então, mesmo que o seu 2021 ainda pareça 2020, estamos vivendo transformações culturais importantes dentro das organizações que se beneficiarão cada vez mais por olharem para seus colaboradores como indivíduos fundamentais para o sucesso de seus negócios! Bem-vindo a 2021 e além!
Sobre o autor
Paulo Vaz é CEO da eCare Group
