Em apenas um ano de mercado, o Helleva, medicamento para disfunção erétil do Laboratório Cristália, saiu da quinta colocação para a terceira entre os remédios mais indicados pelos médicos. De acordo com os números da Consultoria Close-Up International, que levanta os resultados no segmento de prescrição médica, o produto brasileiro só perde para os dois líderes mundiais Cialis, da Eli Lilly, e o Viagra, da Pfizer. E no que depender do fabricante esse crescimento vigoroso deve continuar. Para isso, a empresa lança mão de uma agressiva estratégia de marketing, que inclui um trabalho intenso junto aos médicos, bem como uma redução de mais de 40% no preço do medicamento, o que deve deixar o produto cerca de 55% mais barato que seus rivais, passando a atender uma população que hoje não tem acesso.
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A ação inclui ainda um acordo inédito, que está sendo fechado com o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes (Lafepe), para distribuição do medicamento por meio das 40 farmácias populares daquele estado. "Será a primeira vez que um medicamento de disfunção erétil será distribuído pela rede pública, buscando atingir a camada da população de menor renda, mas que também sofre com isso", diz o diretor executivo do Laboratório Cristália, Rogério Frabetti.
Para atender à demanda, o laboratório já trabalha na ampliação da produção na fábrica de Itapira, no Interior de São Paulo, cuja inauguração será em setembro deste ano. A unidade permitirá à companhia triplicar sua capacidade de produção de medicamentos em comprimidos e semi-sólidos, num investimento total de R$ 120 milhões.
"O êxito do Helleva só mostra o bom trabalho que os laboratórios brasileiros estão fazendo em pesquisa", diz Frabetti. Segundo ele, os estudos de química fina da companhia, que resultaram no desenvolvimento da molécula, chamaram a atenção de laboratórios internacionais, que já tentam negociar com a empresa o licenciamento do produto lá fora. "Temos ainda mais de 30 projetos de pesquisa em andamento com novidades garantidas para os próximos 10 anos, incluíndo biotecnológicos", afirma o executivo.
Hoje, o Helleva já responde por 15% da receita da divisão de farmacêutica do Cristália, mas deve chegar a representar 40% em 2 anos. O carro-chefe da empresa, no entanto, ainda é a divisão de produtos hospitalares, em especial os anestésicos, que respondem por 40% do faturamento, ante os 20% dos farmacêuticos e 20% de biotecnologia. No total, a companhia faturou R$ 700 milhões em 2008, o que representa crescimento de cerca de 18% em relação ao ano anterior.
Depois de ver seu movimento baixar 3% em 2007, o mercado de disfunção erétil voltou a mostrar vigor em 2008. Ao todo foram comercializadas 6,89 milhões de unidades deste tipo de medicamento, o que representa alta de 5,4% em relação ao período anterior. Em valores os números subiram ainda mais, atingindo alta de 15%, movimentando US$ 259,5 milhões. Em cinco anos, este mercado praticamente dobrou em valor, com crescimento de 110%, e ampliou em 24,2% o volume, de acordo com IMS Health.