A Liga Ventures lançou um estudo sobre o panorama de investimentos e M&As nas healthtechs. Em 2023, o segmento registrou uma queda de 13% no valor captado em comparação a 2022, acumulando R$ 993 milhões em 34 negócios, frente a R$ 1,142 bilhão em 33 negócios no ano anterior. 

O estudo destaca que as healthtechs que receberam investimentos a partir da Série B captaram cerca de 80% do montante total de 2023. As startups de saúde com investimentos Série B garantiram R$ 155 milhões, seguidas pelas de Série C (R$ 100 milhões), Série D (R$ 125 milhões) e Série F (R$ 420 milhões). 

Valor captado por fase das startups 

Outro dado relevante é a variação no valor captado em cada fase das startups: as mid-stage e early-stage registraram uma queda de 79% e 20%, respectivamente, em comparação a 2022, enquanto as late-stage apresentaram um aumento de 87% no montante captado. 

Houve um crescimento no número de rodadas de investimento nas healthtechs em estágio inicial, passando de 12 para 15, e em estágio avançado, de três para cinco. Em contrapartida, as startups em estágio intermediário sofreram uma redução significativa, de 13 em 2022 para apenas sete em 2023. 

Categorias que mais captaram investimentos 

As categorias que mais captaram em 2023 foram: bem-estar físico e mental, com R$ 420 milhões, planos e financiamento (R$ 165 milhões), buscadores e agendamentos (R$ 125 milhões), gestão de processos (R$ 113 milhões) e espaços (R$ 65 milhões). 

“A pandemia global teve impacto direto no mercado de healthtechs, forçando a digitalização de processos em um momento de alta demanda. Embora o montante investido tenha caído após 2021, o número de rodadas de venture capital permanece quase três vezes maior que no período pré-pandemia. O aumento das rodadas em startups early-stage sugere que veremos um novo ecossistema de healthtechs pronto para grandes avanços nos próximos anos”, analisa Daniel Grossi, Chief Ventures Officer da Liga Ventures. 

Número de M&As em 2023 

O relatório também analisa o número de M&As em 2023, que somou três aquisições no segmento de saúde, comparado a cinco em 2022 e ao pico de nove aquisições em 2021. 

O estudo foi realizado com dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma da Liga Ventures que monitora startups no Brasil e América Latina, permitindo que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores acompanhem as movimentações do mercado e identifiquem oportunidades de negócios sinérgicos.