faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Eficiência energética no centro dos debates da Digital Journey by Hospitalar

Article-Eficiência energética no centro dos debates da Digital Journey by Hospitalar

DJ_20_05_imagem2.jpg

A 1ª edição da Digital Journey by Hospitalar aconteceu entre 4 e 20 de maio.

Durante três semanas, os assuntos mais relevantes da saúde tornaram-se tema de grandes discussões e palestras. O público se beneficiou de conteúdo qualificado, empresas tiveram a oportunidade de se apresentar e experiências de networking se consolidaram por meio da plataforma digital do evento.

O último dia da jornada de conhecimento foi destinado ao tema Energia. Renomados especialistas da área compartilharam informações e insights com o público a respeito do custo de energia para os hospitais e os caminhos para economizar, ser mais eficiente e melhorar o desempenho do serviço.

Confira alguns destaques do dia 20.

Keynote: Os Principais Benefícios da Geração Distribuída para uma Gestão Socioambiental Eficiente

Na primeira apresentação da noite, Danilo Geraldeli, Diretor Executivo de Recursos Próprios da Unimed Rondonópolis, tratou dos principais benefícios da geração distribuída para a construção de uma gestão socioambiental.

Geraldeli lembrou que a matriz energética do Brasil é extremamente diversificada se comparada à matriz energética mundial. Essa diferença também aparece na energia proveniente de fontes renováveis e não renováveis já que, no Brasil, 45% da energia é proveniente de fontes renováveis, enquanto no mundo esse número é de apenas 14%.

“A Unimed possui uma essência sustentável e conta com o que há de mais moderno em inovação e sustentabilidade”, afirmou. Na Unimed Rondonópolis há uma expertise relacionada à energia fotovoltaica, modelo que consiste na energia elétrica produzida a partir da luz solar. “Sabemos que o Brasil é o país que mais recebe irradiação solar em todo o mundo. Por isso, buscamos aproveitar essa incidência solar na construção do novo hospital da Unimed no município do Mato Grosso.”

Na sequência, Geraldeli comentou sobre as vantagens da geração distribuída. Em termos de economia, a geração distribuída tem um custo menor de energia e um custo menor da própria célula fotovoltaica (é produzida através de um processo com o silício). Além disso, a geração distribuída proporciona menor custo de falhas técnicas da rede, pois reduz a incidência de sobrecarga na rede, prevenindo quedas de energia; redução de custos da geração de transmissão e distribuição; a ocupação de uma área menor, portanto com um custo menor; e apresenta vantagens políticas e vantagens sociais por ter menor impacto nos arredores, causar menos desapropriações, aumentar a qualidade na saúde e gerar mais empregos.

Em contrapartida, o palestrante também apresentou algumas desvantagens da geração distribuída, como o custo de distribuição, operação, geração e da rede inteligente.

Com base nesses aspectos, Geraldeli demonstrou a importância da implementação da usina de geração de energia fotovoltaica na nova instituição de saúde da Unimed Rondonópolis. “Pretendemos ter um hospital de referência no estado do Mato Grosso e no Brasil. Para isso, utilizamos equipamentos médicos de alta tecnologia, e para manter o padrão, utilizamos os mesmos conceitos para a infraestrutura do hospital”, disse.

Com a implantação da usina no hospital será possível economizar gastos com energia e ser mais benéfico ao meio ambiente, já que proporcionará redução de emissão de gases na atmosfera.

Industry Talks: Ação Climática no Setor da Saúde

Mathieu Piccin, Diretor da Schneider Electric na América Latina, abordou a tendência do setor de saúde de focar suas atenções  e ações no meio ambiente.

Existe um senso de urgência para encarar o aumento da temperatura global dos últimos anos. “As empresas precisam agir agora para diminuir o impacto das mudanças climáticas”, alertou.

Piccin elencou algumas vantagens do investimento em sustentabilidade. “Pesquisas relatam que empresas sustentáveis superam seus concorrentes apresentando melhores resultados e maior longevidade corporativa; empresas com metas públicas de sustentabilidade têm maior probabilidade de adotar soluções inovadoras e empresas sustentáveis têm mais facilidade para atrair talentos e investidores.”

A Schneider Electric é a empresa mais sustentável do mundo, de acordo com o índice mais recente da Corporate Knights (Global  100, 2021) e trabalha com a seguinte pergunta: como eu posso fazer para ajudar meus clientes a serem sustentáveis? Desse modo, explicou Piccin, a empresa lidera pelo exemplo e, como referência em sustentabilidade, apresenta as soluções aos clientes.  

De acordo com o executivo, algumas ações são pilares de uma estratégia de performance sustentável: a digitalização e analytics, para identificar oportunidades; a ambição climática, que é atingida melhorando o seu modelo de negócio com intenção e inovação; operação eficiente em recursos, aumentando o desempenho enquanto há adaptação e melhorando as operações; e acesso inteligente a recursos, avaliando a necessidade de investimento pensando em custo, impacto e risco.

Painel de Debate: Implantação de Programas de Eficiência Energética e Sustentabilidade

O mediador do encontro, Renan Bello, Gerente de Gestão de Energia da Thymos Consultoria, abriu as discussões perguntando sobre as experiências dos convidados no período da pandemia do coronavírus.

O primeiro convidado a falar foi Antônio José Rodrigues Pereira, Superintendente do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O Hospital das Clínicas é um dos maiores e mais importantes polos brasileiros de disseminação de informações técnico-científicas. É considerado um centro de excelência e referência no campo de ensino, pesquisa e assistência. “Junto com seu tamanho e importância vêm os desafios com relação à energia”, ressaltou Pereira.

Ele explicou que todos os projetos realizados nos últimos anos foram baseados em tecnologia e programas economizadores de energia e água. Com isso, houve redução de mais de 25% de água, além da economia de energia elétrica. O hospital consome energia equivalente ao consumo de 26.000 residências, em geral. “Para atender às necessidades provenientes da COVID-19, o consumo foi maior do que esse patamar.”

Ana Cristina Mascarenhas, Gerente de Eficiência Energética do Grupo NeoEnergia, foi a próxima debatedora a compartilhar suas experiências. A NeoEnergia é a segunda maior distribuidora de energia do país em número de clientes. Atua na geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia.

A especialista apresentou o programa de eficiência energética da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), que tem como objetivos promover o uso eficiente da energia elétrica em todos os setores por meio de projetos que demonstrem a importância e a viabilidade econômica de ações de combate ao desperdício e melhorar a eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais de energia.

“Com projetos como esse, obtivemos a eficiência energética”, acentuou. Esse conceito baseia-se na obtenção de um serviço com menor desperdício de energia. “Um edifício é mais eficiente energeticamente do que outro quando proporciona as mesmas condições de conforto com menor consumo de energia”, explicou. “A aplicação de recursos para eficiência energética pode melhorar o desempenho de instituições de todos os setores e tamanhos, principalmente do setor de saúde.”

Sandoval Feitosa Neto, Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, apresentou as ações da empresa para evitar aumentos tarifários e oportunidades de eficiência energética em hospitais.

Diante do cenário de pandemia, a ANEEL criou a Conta Covid de empréstimo, concentrou recursos de pesquisa e desenvolvimento em eficiência energética, melhorou a transmissão e distribuição, entre outras ações. “Chegamos a um cenário que permitiu reajustes inferiores”, esclareceu.

Por causa da utilização de energia em capacidade máxima durante muito tempo, expansões emergenciais, impossibilidade de pausas para manutenções e uso intenso de equipamentos, é necessário investimento em eficiência energética nos hospitais no pós-pandemia, na visão do executivo da ANEEL. “Para isso, criamos o Projeto Prioritário de Eficiência Energética em Hospitais Públicos, a fim de alcançar a otimização de energia nos hospitais e capacitá-los para fazer o melhor atendimento possível”, concluiu.

Ficou entusiasmado com o conteúdo das conversas? Acompanhe as novidades no blog, site e demais redes sociais da Hospitalar para saber o que vem por aí.  

Em agosto, teremos a 2ª edição da Digital Journey!