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Fim da extensão de patentes pode deixar medicamentos para covid-19 até 40% mais barato

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A informação foi tratada durante o lançamento do Movimento Medicamento Acessível, que une associações de pacientes e representes da indústria de fármacos

O caos sanitário instaurado no Brasil pela pandemia de Covid-19 evidenciou a necessidade do fim da extensão de patentes - medida que garantiria maior oferta e menor preço dos fármacos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Medicamentos hoje fundamentais no tratamento da doença, por fazerem parte do chamado kit intubação, teriam queda brusca no valor e poderiam ser produzidos em maior escala - o que resolveria o grave problema de escassez enfrentado no momento. O assunto foi abordado em coletiva de imprensa on-line nesta sexta-feira (26) - que marcou o lançamento do Movimento Medicamento Acessível, encabeçado por associações de pacientes e representantes da indústria de medicamentos.

Um exemplo é o remédio Sugamadex, vendido por R$ 4 mil. Caso o parágrafo único do Artigo 40 da Lei de Patentes Industriais (LPI) seja revogado, este custo pode cair pela metade. Também é o caso do anticoagulante Rivaroxabana, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de Covid-19 e que chega a custar R$ 300 a unidade. Atualmente, ambos estão em falta nos hospitais devido à exclusividade de produção estendida pela legislação.

A mudança na lei também impactaria na estrutura de enfrentamento à pandemia e ajudaria a salvar vidas. De acordo com estudo realizado pela consultoria GO Associados, a economia total com o fim da extensão de patentes permitiria o investimento em 7,8 mil respiradores e a criação de 100 mil leitos de UTI para o tratamento da Covid.

Prejuízos ao SUS

Os prejuízos causados pelo Artigo 40 da Lei de Patentes Industriais (LPI), no entanto, não se limitam ao contexto da pandemia. Estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que o fim da extensão de patentes de medicamentos provocaria a redução de pelo menos 35% no valor dos medicamentos e evitaria prejuízos ao SUS - que, segundo os dados, chegaram a R$ 2,17 bilhões apenas entre 2015 e 2017.

Movimento Medicamento Acessível

O Movimento pede mudança na atual legislação - que possibilita que uma só empresa seja responsável pela produção de medicamentos por mais de 20 anos, o que limita e encarece as opções de tratamento. No próximo dia 7 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará a constitucionalidade desta lei.

O Movimento Medicamento Acessível é formado por entidades como a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), e Grupo Farma Brasil, Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina (Abifina), Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (Fenapar), Associação Brasileira de Transplantados (ABT), Associação Mineira dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais, e (Amidii) e Instituto Contemple.

Além disso, mais de 15 mil pessoas já assinaram a petição on-line apoiando o Movimento.