Em um cenário de crescente pressão sobre os custos assistenciais, um terço das empresas brasileiras implementou alterações em seus planos de saúde corporativos no último ano, visando mitigar o impacto dos reajustes. Este é um dos principais insights da 4ª edição da Pesquisa de Benefícios de Saúde e Bem-Estar da Pipo Saúde, que analisou práticas de 573 organizações de 26 segmentos diferentes, abrangendo aproximadamente 900 mil colaboradores.

O estudo identificou tendências claras nas estratégias de gestão de benefícios de saúde:

  • Revisão de reembolsos: 23% das empresas reduziram ou revisaram seus processos de reembolso
  • Aumento da coparticipação: A adoção de modelos de coparticipação cresceu expressivamente, saltando de 52% em 2023 para 79% em 2025
  • Elegibilidade estratificada: A prática de oferecer planos diferenciados por nível hierárquico aumentou 7% no último ano, atingindo 63% das organizações
  • Compartilhamento de custos: A contribuição direta dos colaboradores na mensalidade dos planos subiu de 40% em 2023 para 58% em 2025

Sinistralidade: Um Desafio Crítico

Um dado preocupante revelado pela pesquisa é que 50% das empresas estão operando com índices de sinistralidade acima do esperado, o que pressiona diretamente os custos dos benefícios de saúde. Mais alarmante ainda, 14% das organizações desconhecem os índices de sinistralidade de suas apólices, indicando uma lacuna significativa na gestão de dados assistenciais.

Apesar do cenário de contenção de custos, a pesquisa identificou mudanças relevantes na composição dos pacotes de benefícios:

  • Planos de saúde: Mantêm-se como o benefício mais oferecido, presente em 93% das empresas
  • Saúde mental: Houve crescimento de 20% na oferta destes benefícios, com 73% das grandes empresas disponibilizando este suporte
  • Telemedicina: Consolidou-se no pós-pandemia, sendo oferecida por 81% das organizações
  • Benefícios flexíveis: Crescimento de 22%, atingindo 44% das empresas
  • Plano odontológico e seguro de vida: Presentes em 78% e 71% das empresas, respectivamente

Novas Prioridades

“Mesmo com o controle de custos, as empresas estão reconhecendo a importância de investir em saúde mental e bem-estar de forma preventiva, também por serem práticas que impactam diretamente a produtividade e o engajamento dos colaboradores”, analisa Marcela Ziliotto, CHRO da Pipo Saúde.

O auxílio-educação aparece pela primeira vez entre os benefícios mais bem avaliados pelos profissionais de RH, enquanto o home office caiu para a oitava posição. Apenas 67% das empresas incluem benefícios de bem-estar físico em seus pacotes, indicando uma oportunidade de desenvolvimento nesta área.