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“Padronização dos procedimentos é saída para mercados emergentes”

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- shutterstock
Para professor da Universidade de Miami, Arun Sharma, que esteve em SP, industrialização de protocolos cirúrgicos aumenta acesso a tratamentos

Enquanto muitas nações consideradas desenvolvidas estão buscando personalizar cada vez mais os tratamentos de saúde, em países emergentes, como o Brasil, o movimento anterior parecer ser o de padronizar os procedimentos médicos, reduzindo custos, aumentando a produtividade e o acesso da população aos cuidados hospitalares. Mais detalhes sobre como anda o desenvolvimento da medicina personalizada no País, você verá em breve no portal, depois de debate realizado sobre o tema na última quinta-feira (13).

Entretanto, a
padronização dos procedimentos é defendida em tese pelo professor da Universidade de Miami, Arun Sharma. Ele tem estudado a chamada Industrialização dos Procedimentos Médicos.
Na Índia, por exemplo, o Hospital Narayana passou a realizar 30 cirurgias cardíacas por dia, a um custo de US$ 2.000 cada e com taxas de segurança comparáveis aos dos melhores hospitais norte-americanos. Em outras instituições do mesmo país, a padronização diminuiu o preço das cirurgias de pontes de safena para US$ 2.500 e de catarata para US$ 100, considerados os preços mais baixos do mundo no momento.

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A abordagem da padronização é completamente diferente da personalização dos cuidados, que ocorre largamente nos EUA. Mas, de acordo com Sharma, esse modelo pode ajudar a melhorar o acesso e a qualidade em mercados emergentes como a América Latina.

O professor defende que a industrialização dos procedimentos deve ser feita com base em evidências e em melhores práticas, com a finalidade de reduzir a variabilidade nos tratamentos. Segundo ele, instituições, por exemplo, que padronizaram protocolos para cirurgias de ponte de safena, de hérnias e artroplastias têm obtido melhorias na eficácia dos procedimentos, na evolução dos pacientes e na otimização dos recursos.

Além disso, a padronização pode contribuir para a redução da taxa de mortalidade, elevação da rentabilidade de prestadores de serviços de saúde e da produtividade dos médicos.

“Nos nossos estudos, constatamos que alguns cirurgiões gastam menos de 20% do seu tempo realmente realizando cirurgias. Com a industrialização, esses médicos podem aumentar sua produtividade em até mais que 100%, criando protocolos-padrão para que outros profissionais possam realizar procedimentos que, tradicionalmente, estão sendo feitos pelos cirurgiões”, afirmou Arun Sharma em comunicado ao mercado.

Sharma é Ph.D. em marketing pela Universidade de Illinois e Bacharel em Engenharia e atualmente trabalha em dois projetos de industrialização de procedimentos - cateterismo nos Estados Unidos e tratamento do diabetes na Índia.

Na última quinta-feira (13) professor participou do Seminário Internacional “Estratégias Inovadoras para o Aperfeiçoamento do Sistema de Saúde – Usando a Industrialização e Padronização para Ampliar o Acesso, Reduzir Custos e Otimizar Processos”, promovido pela Boston Scientific.