faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

3 mudanças de comportamento com a revolução digital

Article-3 mudanças de comportamento com a revolução digital

shutterstock_215633524
Obviamente não é possível detalhar hoje quais serão essas mudanças de comportamento. Mas já podemos afirmar algumas coisas sobre elas

Um dos chavões mais repetidos sobre a revolução digital é o de que ela nos colocou em meio a uma “época de mudanças”. Trata-se na verdade de algo muito mais intrigante: estamos atravessando uma importante “mudança de época”.

Mudanças de época são diferentes por definição. Elas sacolejam a realidade. Elas desarrumam os lugares que as instituições ocupam em nossas mentes. São períodos profundamente libertadores.

Leia Mais: Deep Learning: como essa tecnologia pode transformar a medicina?

Tecnologia da Informação: O futuro da saúde

Revolução digital da saúde brasileira: Como será? [Infográfico]

Momentos assim não ocorrem do dia para a noite. Eles vão se consolidando através de mudanças lentas e silenciosas em nosso comportamento. Os efeitos desses períodos se alastram através da vida social, política, econômica e cultural. Em geral, acontecem em conjunto com importantes mudanças na tecnologia.

Peguemos como exemplo a mudança de época que aconteceu no final do século 19. Ela se ergueu sobre uma série de inovações que tiveram por base a criação de tecnologias novas, como a máquina a vapor. Dentre seus efeitos estiveram a urbanização, a massificação do ensino, a popularização da imprensa, a universalização do voto etc.

Muitos daqueles efeitos permanecem até hoje entre nós. Alguns estão dando seus sinais de esgotamento devido à revolução digital que vem pautando nossa mudança de época.

Graças a essa nova revolução assistimos movimentos políticos nascendo em redes sociais, conflitos de interesse violentos em setores regulados, como nos casos da mobilidade urbana (leia-se Uber) e telefonia móvel (leia-se Whatsapp), além da incorporação rápida a nossa rotina do acesso instantâneo entre pessoas, informações, produtos e serviços.

No universo da Saúde, essa mesma revolução digital tem atraído o interesse do grande público nos últimos anos. Temos lido cada vez mais sobre big data, mhealth, social health, wearable devices, 3D printing, internet of things etc.

Raramente, porém, paramos para pensar que, mais do que uma panaceia tecnológica, o que vem se desenhando no horizonte é o rascunho do que virá a ser o nosso comportamento futuro, em relação aos nossos auto cuidados.

Obviamente não é possível detalhar hoje quais serão essas mudanças de comportamento. Mas já podemos afirmar algumas coisas sobre elas.

A primeira dessas mudanças se resume a uma busca crescente pela hipereficiência em questões de saúde. Ela diz respeito a forma como a tecnologia deverá tornar as decisões de saúde mais seguras e assertivas.

Isso já vem acontecendo em outras esferas de nossa vida, por exemplo, no momento em que temos que decidir sobre um trajeto enquanto guiamos. Em breve teremos um controle sobre a precisão de nossa saúde tal qual aquela que exigimos quando perguntamos para o Waze a distância que nos separa de um destino.

Isso deverá trazer à tona tendências de criação de interfaces mais amigáveis para produtos ligados à saúde, realização de pesquisas instantâneas a partir de grande volumes de dados e a predição de alternativas para a saúde pessoal e para a saúde populacional.

A segunda dessas mudanças é a conexão cada vez maior entre pessoas. Ela diz respeito a criação de grupos de colaboração e assistência virtual tal qual já ocorre quando precisamos decidir sobre a compra de um produto ou realizar a assistência remota num notebook.

Aqui deveremos observar o surgimento de tendências como o aconselhamento virtual, o empoderamento de pacientes em comunidades online e a formação de grupos de estudo em redes sociais especializadas visando disseminar o conhecimento e acelerar o andamento de pesquisas clínicas.

A terceira e última grande mudança diz respeito à busca cada vez maior pela personalização no mundo digital. Da mesma forma que ocorre quando acessamos um site como Amazon ou Facebook, iremos exigir uma experiência cada vez mais relevante para nosso perfil individual também nas questões ligadas à saúde.

Aqui devemos notar o crescimento das tendências de quantificação de dados pessoais de saúde, massificação da genética personalizada e o pagamento de recompensas individuais para superação de desafios relacionados à saúde.

É certo que existem muitas outras especulações possíveis, mas com essas 3 mudanças no comportamento será possível explorar um sem fim de oportunidades históricas para desatar alguns nós que o sistema vem trazendo desde o século passado.

*Esta reportagem está na edição de outubro-novembro-dezembro da revista Saúde Business