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Ações da rede social polemizam relação privacidade e lucro

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- Shutterstock
Artigo relata que o Facebook pode estar de olho no espaço de saúde para criar novas comunidades e aplicativos

O Facebook, que já é especialista na criação de comunidades, na coleta rica de informações sobre seus membros e no desenvolvimento de uma poderosa ferramenta de busca, está, supostamente, de olho no mercado de serviços de saúde com algumas intenções – embora talvez use um pseudônimo.

A empresa está considerando criar redes de suporte online que conectem pessoas com diversas condições médicas, e um pequeno grupo interno está revisando aplicativos de “cuidados preventivos”, de acordo com a Reuters. O Facebook pode usar um subproduto ou uma empresa separada para operar essas iniciativas de saúde, segundo o serviço de notícias.

Por mais que eu poste, vez ou outra, uma queixa sobre dor de cabeça ou um resfriado no meu feed do Facebook, não me sinto confortável com a ideia de confiar à empresa (sob qualquer nome) informações mais significativas sobre minhas condições médicas. Na semana passada, a empresa publicou um mea culpa público prometendo “ser melhor” depois de obrigar, anteriormente, que drag queens, transgéneros, vítimas de perseguição (stalking) e outros utilizassem seus nomes verdadeiros nas contas do Facebook.

Parte da sede do Facebook pelo mercado de saúde veio depois que foi confirmado que usuários diabéticos utilizam o site para buscar conselhos sobre a condição, contou um ex-funcionário do Facebook à Reuters. É claro que os negócios fazem análises e diagnósticos sobre como seus consumidores utilizam produtos ou serviços. Mas, quando se tem o nome real dos usuários, o nome de seus amigos mais próximos e membros da família e, agora, acrescentar informações de saúde, os pelinhos na minha nuca até arrepiam – a não ser que exista um acordo de privacidade muito claro e muito firme.

Comunidades online para pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, fibromialgia ou síndrome da fadiga crônica não são novidade. Geralmente, eles oferecem aos pacientes, familiares e cuidadores, informações sobre a condição e tratamento, apoio, áreas de bate-papo e, em alguns casos, compras. Mas, privacidade e lucro são tópicos delicados.

Enquanto alguns pacientes compartilham abertamente informações sobre suas condições, outros preferem não compartilhar essa informação com colegas, empregadores e com o resto do mundo. Com termos de serviço complexos, que sofrem constantes alterações, e um histórico problemático com a garantia da privacidade dos usuários, o Facebook terá dificuldade para convencer alguns usuários de que irá tratar informações relacionadas à saúde de modo diferente de vídeos de animais e reclamações sobre o atendimento de um restaurante.

Enquanto novos sites começam do zero e devem provar aos usuários que são confiáveis, a comunidade de saúde do Facebook começa devendo para alguns. Na semana passada, a empresa se desculpou por brincar com os sentimentos dos usuários em seu experimento de manipulação de humor.

Questões de privacidade foram levantadas mais uma vez na semana passada, quando o Facebook lançou uma versão renovada o Atlas, serviço de propaganda adquirido em 2013 da Microsoft. O software foi desenhado para permitir que anunciantes utilizem informações de usuários do Facebook para enviar anúncios em sites externos, especialmente em tablets e smartphones, o que levanta questões sobre invasões.

“Isso expande a economia de vigilância nos aspectos mais íntimos e importantes da vida das pessoas”, especialmente quando se trata de alvos em múltiplos dispositivos, disse Neil Richards, professor de direito da Universidade Washington em St. Luis, que estuda privacidade digital, em entrevista à PCWorld