Um tomógrafo inédito no mundo, desenvolvido por pesquisadores da USP e já em operação no Hospital das Clínicas de São Paulo, monitora em tempo real o funcionamento dos pulmões e tem conseguido melhorar o tratamento de pacientes submetidos à respiração artificial nas UTIs (unidades de terapia intensiva).
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O objetivo é que a nova tecnologia, a ser lançada oficialmente no próximo dia 18, reduza também a mortalidade desses doentes. De 40% a 60% dos pacientes de UTI necessitam de ventilação artificial, e a estimativa é que 40% deles morram por complicações associadas ao procedimento, como lesões pulmonares causadas por má distribuição de ar.
Segundo o pneumologista Carlos Carvalho, responsável pela UTI respiratória do HC, a inovação do aparelho -chamado de tomografia de impedância elétrica- é possibilitar ao médico acompanhar, em tempo real, as condições do pulmão enquanto ele é submetido à respiração artificial, permitindo um controle adequado do volume, da pressão e do fluxo de ar injetado pelo ventilador.
O aparelho também está sendo usado em punções de veias profundas (para o paciente receber medicação), procedimento que pode "furar" a pleura, explica o médico. "Muda completamente a forma de tratar o paciente", diz ele.
A tomografia computadorizada (raio X), por exemplo, fornece uma imagem anatômica do pulmão (como se fosse uma foto), mas não revela como está funcionando o órgão, segundo o professor Marcelo Britto Passos Amato, responsável pelo Laboratório de Pneumologia Experimental da Faculdade de Medicina da USP e um dos idealizadores do aparelho.
"Fazemos as manobras no ventilador [para corrigir uma baixa oxigenação, por exemplo] totalmente às cegas. Lidamos com o pulmão como uma caixa preta, não sabemos o que acontece dentro dele. Pode ser que o pulmão esteja fechado, pode ser que você esteja aplicando pressão demais ou de menos. E cada uma dessas situações requer uma decisão diferente." (Folha de S. Paulo)