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Brasil precisa fortalecer bloqueio ao ebola, diz Chioro

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O ministro da Saúde, Arthur Chioro - Agência Brasil
Ministro classificou situação como preocupante. Enquanto Japão autoriza uso de drogas experimentais, nos EUA morre primeiro paciente detectado fora da África

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avaliou na quarta-feira (8) como preocupante a situação do ebola na África Ocidental. “Embora o risco continue sendo muito baixo de termos casos no Brasil, não podemos desconsiderar a gravidade da situação. Estamos tomando todas as medidas”, disse.

Em entrevista à Agência Brasil, lembrou que os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS), no sentido de conter os casos na região atingida pela epidemia, não impede, por exemplo, que voluntários adoeçam e precisem ser repatriados, como já aconteceu nos Estados Unidos e na Espanha. “Isso é uma possibilidade que existe e temos que estar preparados”, destacou.

Segundo Chioro, o Brasil precisa fortalecer a construção de uma segunda e terceira linhas de bloqueio de casos a partir de uma investigação feita em portos e aeroportos. “A nossa vantagem em relação à Europa é que não temos voos diretos com esses países [afetados pelo ebola]. Sempre serão casos onde a primeira linha de bloqueio será feita na própria África e a segunda, em um aeroporto ou porto antes de embarcar para o Brasil”, explicou.

O ministro destacou que o governo brasileiro está atento aos desdobramentos da epidemia e adiantou que fará uma simulação de caso suspeito da doença, no Porto de Santos, para aprofundar a integração entre a Secretaria Especial de Portos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as autoridades sanitárias locais. “É sempre mais remota a possibilidade de entrada [da doença] por um navio do que por um avião, mas não podemos desprezar essa possibilidade. Estamos tratando todas as frentes possíveis com a seriedade que o caso exige”.

O último balanço da OMS indica que o ebola já infectou 8.033 pessoas e matou 3.879 delas. Ainda de acordo com o levantamento, os países com casos confirmados da doença até o momento são: Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Estados Unidos. A Espanha também confirmou um caso de contaminação pelo ebola – uma auxiliar de enfermagem que contraiu a doença mesmo usando roupa protetora. Nos Estados Unidos, o homem de nacionalidade liberiana diagnosticado com ebola, no Texas, morreu hoje durante um tratamento experimental para combater a doença.

Medicamentos experimentais
O governo japonês vai permitir o uso de medicamentos experimentais contra o ebola, desenvolvidos por empresas nipônicas e que já foram testados em vários países, apesar de nenhum ter sido aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde está elaborando um plano específico para autorizar o uso de fármacos no caso de contágios no país e se os pacientes se responsabilizarem, informa a TV NHK.

Os medicamentos serão administrados a doentes que tenham dado a sua autorização depois de informados dos efeitos secundários observados na fase de testes.

O antigripal Avigan, feito por laboratórios do grupo japonês Fujifilm, é um dos poucos usados atualmente de forma experimental para tratar o ebola, ainda que a sua efetividade não tenha sido provada clinicamente, nem a sua utilização autorizada pela OMS.

Morte nos Estados Unidos
Morreu na quarta-feira (8), em Dallas, no estado do Texas, o liberiano Thomas Duncan, a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos. Ele estava hospitalizado desde 26 de setembro. Segundo o hospital, Thomas morreu de manhã. O governo americano investiga se houve imprudência no primeiro atendimento hospitalar. Antes da internação, ele chegou a ser atendido, mas foi liberado, porque o funcionário do hospital não teria reportado ao médico, como indicava o protocolo, que ele era um viajante do Oeste africano.

Quando retornou ao hospital, já apresentava sintomas mais graves e teve a confirmação do diagnóstico de ebola. Duncan chegou aos Estados Unidos em 26 de setembro, para visitar familiares. Os órgãos de saúde norte-americanos mantêm entre 30 e 50 pessoas em observação, por suposto contato com o liberiano.

Inicialmente, o governo norte-americano não havia identificado o paciente liberiano, mas a imprensa americana conseguiu contato com familiares e o governo acabou confirmando a identidade de Thomas. As TVs e jornais dos Estados Unidos veicularam entrevistas e reportagens sobre erros cometidos no primeiro atendimento hospitalar. Algumas matérias informavam que o liberiano teria negado contato com pessoas doentes na Libéria.

Os casos de Thomas e da auxiliar de enfermagem da Espanha obrigaram os Estados Unidos a reavaliarem protocolos para prevenção. A informação é que o governo começará a aferir a temperatura de viajantes em aeroportos a partir do próximo fim de semana.

O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Tom Frieden, afirmou que, em breve, serão adotadas ações para aumentar a segurança dos americanos com relação ao ebola.