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Como a P&D tem sido a base para a medicina diagnóstica

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Tratamento mais ágil e eficaz; disponibilidade de testes; maior precisão e acurácia; medicina personalizada; entre outros benefícios

O mercado de diagnóstico tem passado por uma expansão acelerada nas duas últimas décadas. Esse salto se dá, principalmente, às informações geradas pelos consórcios de pesquisa, em paralelo a expansão em tecnologia para o mercado de saúde, que registra um crescente grau de sofisticação dos equipamentos e reagentes desenvolvidos pelas grandes empresas que atuam no setor. Resultado fruto da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), área que tem ganhado atenção, seja de instituições acadêmicas ou de empresas privadas.

A medicina diagnóstica enfrenta, neste século, o desafio de lidar com um volume maior de informações e o alto grau de especialização dos exames. Nesse aspecto, as grandes mudanças ocorridas nas últimas décadas ocorreram em função da automação dos processos e da utilização de ferramentas de tecnologia da informação (TI) na análise de dados. Essas tecnologias aplicadas à saúde vêm sofrendo renovações constantes, e os laboratórios, assim como os profissionais de saúde, precisam se atualizar para acompanhar os avanços da medicina diagnóstica.

Na área de Análises Clínicas, uma das inovações que mais revolucionou o setor foi a automação dos processos pré e pós-analíticos. A automação permite a redução do custo do exame. Além disso, requer menor manipulação de amostras e, consequentemente, diminui os riscos de erros do processo. Na fase pós-analítica, a utilização de softwares de análise de dados possibilita a uniformidade da análise e a diminuição do prazo de liberação dos resultados. Outra inovação é a utilização de novas tecnologias que possibilitam a avaliação mais sensível e seletiva de analitos.

Como exemplo, podemos citar a Espectometria de massa utilizada no monitoramento de drogas terapêuticas.

O setor de Imagem mostra como pesquisas básicas em diferentes áreas do conhecimento, tais como física, engenharia, computação e medicina, podem ser utilizadas em conjunto para gerar novos produtos e trazer benefícios para a saúde.

A ressonância magnética, a tomografia computadorizada e o PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons ou, conforme a sigla em inglês, PositronEmissionTomography) são bons exemplos de como os avanços tecnológicos têm auxiliado a medicina na Imagem. O PET-CT é um método que utiliza a tecnologia de imagem juntamente com a Medicina Nuclear, possibilitando a associação do estudo morfológico e funcional/metabólico no mesmo exame. A modalidade é revolucionária no diagnóstico, no estadiamento e no acompanhamento do tratamento das doenças oncológicas.

Outra área que ganhou e ainda tem ganhado com a Pesquisa e Desenvolvimento é a Genética. Pode-se afirmar que é uma das áreas que mais cresceu na medicina diagnóstica nos últimos anos em função dos avanços gerados por pesquisas. Esse crescimento se deveu aos projetos genômicos realizados na década de 1990 e ao desenvolvimento de novas tecnologias para sequenciamento e análise de DNA na década de 2000 (NGS, sequenciamento de nova geração).

O NGS possibilita que todos os genes codificantes do genoma (exoma) sejam estudados em um único exame. A análise do exoma permite encontrar respostas com maior eficiência quando comparada com as técnicas tradicionais, especialmente em doenças geneticamente heterogêneas, isto é, aquelas nas quais uma mesma característica pode ser causada por alterações em diferentes genes, como no caso de atraso cognitivo ou atraso no desenvolvimento neuromotor.

No Grupo Hermes Pardini, por exemplo, novas tecnologias foram incorporadas ao longo dos últimos três anos, sendo que uma série de painéis genéticos utilizada para o diagnóstico, prevenção e acompanhamento de doenças estão senda oferecida. É possível, por exemplo, avaliar em um único exame diversos genes para o risco do desenvolvimento de determinada doença ou característica, como câncer de mama, problemas cardiovasculares, obesidade etc.

Ressalto que para a saúde um dos grandes legados do projeto Genoma foi o desenvolvimento de ferramentas de Bioinformática que ocorreram em função do volume de dados obtidos. Essas ferramentas são hoje indispensáveis para a medicina moderna.

Por último, não poderia deixar de citar a Imunonologia. A biotecnologia tem contribuído de forma decisiva para a produção de novas vacinas ou ao aprimoramento de vacinas já existentes, de forma que se tornem mais seguras e eficazes. A vacina contra o vírus HPV (Papilomavirus Humano), por exemplo, é produzida por recombinação genética, dos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18 que oferecem alto risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Os estudos de eficácia foram feitos em um período de 5 anos após a vacinação, mostrando proteção em torno de 94% para os quatro tipos contidos na vacina.

Em resumo, mas do que construir algo do nada, a área de P&D é a habilidade de pensar em uma ideia comum de um jeito incomum. É uma ação que consiste de trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso desses para desenvolver novas aplicações, tais como produtos ou processos. São estruturadas por meio de projetos, cujos resultados e produtos são concebidos para atender as necessidades da empresa.

Para finalizar, atesto que a área de Pesquisa e Desenvolvimento traz inúmeros benefícios não apenas para as empresas de saúde, mas também os médicos e usuários. A rapidez no resultado, que possibilita um diagnóstico mais imediato e consequentemente um tratamento mais ágil e eficaz; ampla disponibilidade de testes no portfólio do laboratório; maior precisão e acurácia dos testes; a possibilidade de direcionar o tratamento para cada paciente com base na medicina personalizada; e preços dos serviços mais acessíveis estão entre as inúmeras vantagens quando se investe em P&D.

*Elvis Cueva Mateo - Coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do Hermes Pardini