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Ecossistema de saúde personalizado: tendências impulsionadoras

Article-Ecossistema de saúde personalizado: tendências impulsionadoras

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A consultoria EY lançou em outubro de 2020 um relatório com as cinco tendências que impulsionam a construção de um ecossistema de saúde personalizado, com um recorte específico para o Brasil. Conversamos com Leandro Sanches e Renata Galdino, especialistas que fizeram parte da elaboração do relatório, para explorar o tema.

Com consumidores cada vez mais empoderados, avanços tecnológicos e novos entrantes focados no digital, a forma de entregar saúde tem mudado. A reestruturação dos sistemas de saúde tem se projetado para a criação de uma atenção integral e personalizada baseada cada vez mais na gestão de dados.  

Os acontecimentos de 2020 corroboraram a necessidade dos investimentos em inteligência analítica ​e uso de todo poder dos dados para que as empresas sejam mais ágeis e resilientes. Forças de trabalho, cadeias de suprimento e economias têm sido transformadas pela disrupção massiva causada pela pandemia e pelos empenhos globais de resposta. 

Os esforços organizacionais devem ser concentrados em 5 áreas, segundo a EY, para propelir a construção deste ecossistema de saúde personalizado. São eles: 1. construir um ecossistema colaborativo, 2. inserir tecnologias geradoras de dados no paradigma da saúde, 3. incorporar ciência comportamental a produtos e serviços, 4. viabilizar a confiança dos stakeholders e 5. adaptar modelos de negócios. 

A contextualização inicial traz um dado surpreendente: somente em 2018, a saúde gerou 100 vezes mais dados que toda a informação gerada na história até o ano 2000! Posto isto, o foco das organizações deveria, daqui para frente, ser menos em possuir e monetizar dados e mais em conectá-los e combiná-los para gerar insights valiosos que possam transformar a saúde. Esta conexão e interoperabilidade tendem a alterar os poderes tradicionais dos stakeholders, aumentando o poder da tecnologia, dos pacientes e dos funcionários.  

Sensores, inteligência artificial (IA) e 5G mostraram sua utilidade no combate à Covid-19 e amadureceram neste período. Futuramente, o consumo destas tecnologias ficará cada vez mais barato, possibilitando a expansão do acesso a populações hoje marginalizadas, focar em prevenção e personalizar as intervenções.  

Atualmente, existe um consenso científico de que comportamentos são reconhecidamente mais impactantes às consequências para a saúde ​do que os próprios cuidados médicos tradicionais. Além disso, aproximadamente 40% dos resultados individuais de saúde são influenciados por fatores socioeconômicos.  

A grande questão é: como as empresas conseguem influenciar esses comportamentos? Para Renata, a adoção de estratégias de wellness (bem-estar) tem se expandido e ganhado forças com a ajuda dos dados. “Com base em dados de características demográficas, sociais e econômicas é possível construir algoritmos para identificar perfis de saúde [mais suscetíveis] e elaborar uma oferta personalizada de produtos e serviços ao beneficiário”, afirma. A especialista reforça que estes estímulos de comportamento possibilitam ainda a transição para novos modelos de remuneração baseados em valor.  

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O ecossistema de saúde tornou-se mais colaborativo em função da ameaça global da Covid-19. Porém, será um desafio manter os níveis de confiança e colaboração quando esta ameaça deixar de existir. Para Leandro, existem 3 pilares que podem ser construídos para fortalecer o respeito e a segurança entre os stakeholders: consentimento, proteção de dados e dispositivos. As companhias que prosperarem nesse ambiente terão uma grade vantagem, estarão em uma melhor posição para criar os sistemas de “inteligência confiável” do futuro que darão ao paciente as ferramentas seguras e convenientes aumentando o engajamento. 

Por último, o paper da EY identificou quatro grandes vetores de novos modelos de negócios que podem ser explorados pelo ecossistema de saúde nos próximos anos: inovador disruptivo, gestor de doenças, gestor de estilo de vida e produtor eficiente. Para cada modelo são gerados um determinado volume e variedade de dados. A existência de dados dispersos em inúmeros sistemas cria uma grande dificuldade e complexidade de se ter uma visão integrada do negócio. 

“As empresas não utilizam ainda todo seu potencial de analytics”, reitera Renata. Para uma implementação bem sucedida destes novos modelos, as instituições precisam focar na governança, gestão e segurança de seus dados bem como em estabelecer uma cultura que favoreça e possibilite a ativação de tecnologias. O uso cada vez mais intenso de dados no ecossistema de saúde fará com que o foco dos tratamentos esteja cada vez mais no paciente e não na doença. 

Para ter acesso ao report completo, basta acessar este link