O secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata anunciou novo repasse aos hospitais filantrópicos paulistas. O secretário fez a declaração durante o encerramento do 19º Congresso da Fehosp, que encerrou na última sexta-feira (23).
Na oportunidade, Barradas informou sobre o repasse extra de R$ 11,4 milhões. O auxílio beneficiará 364 entidades com verbas que poderão ser utilizadas no pagamento de fornecedores, aquisição de materiais ou pequenas reformas, por exemplo. Para hospitais da Grande São Paulo será enviado R$ 3,8 milhões.
A verba faz parte do Tesouro do Estado e é dividida conforme o volume de atendimento das entidades pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os recursos serão depositados até 90 dias nas contas das instituições.
O objetivo é auxiliar no equilíbrio financeiro dos hospitais filantrópicos que, em sua maioria, apresentam problemas de caixa em razão da defasagem da tabela de procedimentos do SUS, definida pelo Ministério da Saúde.
"As santas casas são o braço direito da saúde e sofrem com a falta de verbas, especialmente com a baixa remuneração das tabelas do SUS. O governo do Estado tem atuado de maneira firme para ajudar essas entidades. Assim como a Fehosp, que dá o exemplo de que é possível congregar os hospitais e enfrentar as dificuldades do dia a dia por meio iniciativas para a melhoria da gestão", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Falta de recursos
O presidente da Fehosp, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior, aponta como principal impasse a defasagem nos preços da Tabela de Procedimentos do SUS, que cobre, aproximadamente, 60% dos gastos dos hospitais. "A falta de financiamento é a principal causa da dívida. As Santas Casas e demais entidades beneficentes têm de cobrir o déficit médio financeiro de 40% nos serviços prestados ao SUS", afirmou José Reinaldo.
O Estado de São Paulo tem 455 hospitais beneficentes. Cerca de 81% dessas entidades encontram-se no interior, onde em 56% dos casos são o único hospital do município, senão da região. Estima-se que mais de 80% dos hospitais filantrópicos atendem ao SUS acima da sua capacidade, ou seja, destinam ao SUS mais de 60% dos seus serviços.
Em cada três leitos no Brasil, um é beneficente, constituindo a maior rede hospitalar - a segunda rede de hospitais no país são os estaduais, seguidos pelos hospitais municipais, contratados e universitários. As santas casas respondem por mais da metade das internações hospitalares em vários Estados brasileiros, entre eles São Paulo (cerca de 60%).
A dívida dos hospitais beneficentes no Brasil, segundo levantamento da CMB junto às entidades, seus fornecedores, BNDES e Caixa Econômica Federal, chega a R$ 1,8 bilhão. Em São Paulo a dívida é estimada em R$ 500 milhões. Nos últimos cinco anos, 23 hospitais filantrópicos encerraram suas atividades no Estado.
*Com participação de Carla Fornazieri, da Assessora Online
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