No Hospital Sírio Libanês, a telemedicina se traduz em atendimento a distância, telecirurgia e educação contínua. A tecnologia ocupa um papel importante na instituição e está em constante desenvolvimento de projetos, programas e aplicações, que se refletem na busca pela excelência e qualidade do atendimento. O tema foi apresentado por Raul Cutait, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP e diretor geral do Centro de Oncologia do HSL, durante o I Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde. O Dr. Cutait explica que a incorporação da telemedicina no Sírio Libanês como nova área de atuação deve-se a um conjunto de características da instituição. Primeiro, porque se trata de um hospital filantrópico, sem fins lucrativos, a adoção de tecnologia ou programas pioneiros não está vinculada à geração de lucro. Outro fator é a forte atividade acadêmica e universitária do corpo clínico do hospital. Também contam a tecnologia incorporada e o pioneirismo na adoção de tecnologia, além da tradição em ensino e pesquisa.
O Programa de Telemedicina do Hospital Sírio Libanês teve duas motivações principais, a tecnologia emergente e a possibilidade de educação médica contínua. Segundo Cutait, as maiores dificuldades encontradas pela instituição para iniciar o projeto dizem respeito a investimento, custos para conexão, inexistência de iniciativas similares no país e a participação dos médicos do HSL.
Mas a evolução do programa já rendeu alguns resultados, como o desenvolvimento de melhor tecnologia, que gera redução de custos e acesso a outros centros de telemedicina, e a criação da Conexão Médica, uma rede de TV IP (Internet Protocol) para troca de experiências.
Atualmente, as atividades de telemedicina do Hospital Sírio Libanês consistem em três grupos principais: reuniões interativas, segunda opinião e aulas em cursos por teleconferência. Dentro das reuniões interativas, realizadas semanalmente, destacam-se as discussões sobre oncologia, que chegam a reunir entre 400 e 500 participantes cada uma. Em menor proporção, há debates para enfermagem, e em janeiro de 2004 entra em pauta o tema pacientes críticos.
Segundo Cutait, o Sírio Libanês tem em vista novos projetos em telemedicina. Os objetivos são o desenvolvimento de maior interação com as instituições nacionais e internacionais pelos meios tecnológicos, a criação de programas de educação continuada à distância e o telemonitoramento de atendimento à distância.
"O Programa de Telemedicina cresce no hospital à medida que a comunidade médica se interessa pela atividade", comenta Cutait, para quem a participação dos profissionais é fundamental. Ele também insiste na importância das parcerias. "Acredito nas alianças. O projeto de telemedicina não pode se restringir a uma única instituição", conclui.