Após um ano de crise anunciada, o Incor, Instituto do Coração, administrado pela Fundação Zerbini, anuncia novos investimentos. A instituição conseguiu equilibrar e renegociar suas dívidas e aposta em novos recursos para aumentar o nível de atendimento e excelência clínica. Segundo David Uip, diretor executivo do Incor e diretor-presidente da fundação, a instituição passou de um déficit de R$ 49 milhões para um superávit de R$ 13,4 milhões de um ano para outro. "Se compararmos o período de janeiro a setembro de 2006 com o mesmo período em 2007, tivemos nossa receita reduzida em R$ 40 milhões, porém deixamos de gastar R$ 100 milhões. Isso deu ao Incor-SP um maior foco", explica o diretor.
Para esta recuperação, o Incor contou com o apoio de uma consultoria financeira que auxiliou a instituição em todas as negociações com credores, inclusive a dívida com o BNDES. Em fevereiro deste ano, a dívida com o banco estava em R$ 120 milhões. Atualmente estão sendo renegociados R$ 92 milhões. Já com os bancos privados, as dívidas caíram em R$ 30 milhões.
Novos investimentos
Buscando sempre a melhoria dos serviços e do atendimento, o Incor projeta um plano de crescimento para os próximos 10 anos que deve receber investimentos de R$ 110 milhões. As principais áreas que receberão investimentos serão a qualificação de atendimento e pesquisa, atualização e incorporação de novas tecnologias médicas, suporte e reformas.
"Se tivermos a verba, nossa expectativa é um investimento imediato. Porém não temos previsão de quando vamos conseguir os recursos. Cerca de R$ 106 milhões são recursos de emendas que precisam ser descontigenciados pelo governo. Esperamos apoio ainda do Governo do Estado de São Paulo e também do Governo Federal", afirma Noedir Stolf, presidente do Conselho Diretor do Incor. Além destes recursos, o hospital também realizou recentemente um jantar beneficente para anunciar a nova fase do instituto.
Entre as metas está a construção de um prédio para abrigar as áreas de pneumologia e cirurgia torácica, que hoje são separadas, pois uma parte está concentrada no Hospital das Clínicas. O Incor passará então a ter um atendimento não somente cardíaco, mas integral. Também será construída uma Unidade de Pesquisa Clínica e também um prédio para o Centro de Pesquisa Animal. Outra área que numa terceira fase também receberá reforços é a Unidade de Emergência, que hoje está saturada. "Com a ampliação, vamos duplicar a capacidade atual de atendimento para suportar toda a demanda que temos", afirma Stolf.
De acordo com Stolf, a expectativa é de aumentar em 20% o atendimento em todos os níveis da assistência do Incor, que hoje possui uma demanda anual de 260 mil consultas médicas, 37 mil atendimentos multiprofissionais, 13 mil internações, 5 mil cirurgias, 2 milhões de exames de análises clínicas e 330 mil exames de diagnóstico de alta complexidade.