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Maior desafio do SUS é garantir acesso, diz KPMG

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- Shutterstock
Relatório mostra dificuldades – inclusive do setor privado – e aponta caminhos. Aumentar a autonomia do paciente é um deles

Um relatório divulgado recentemente pela consultoria multinacional KPMG constatou que, entre os muitos e grandes desafios da saúde pública brasileira, o maior é o acesso, tanto na atenção primária quanto na secundária, influenciado pela variação geográfica no atendimento em função de uma rede descentralizada. O estudo cita ainda outros problemas, incluindo o tamanho da rede, considerada pequena para atender toda a população, a demora para chegar a um diagnóstico inicial e a falta de canais de reclamação.

O relatório “O que dá certo: gerando mais valor em conjunto com pacientes, cuidadores e comunidades” também apontou deficiências parecidas na saúde privada. As exigências burocráticas por parte dos planos de saúde também criam atrasos no acesso.

Segundo Marco Boscolo, sócio da KPMG no Brasil, há assistência de primeiro mundo em hospitais das regiões Sul e Sudeste, por exemplo, formando um contraste muito grande com Norte e o Nordeste.

Com relação à pesquisa clínica aplicada à saúde, o estudo mostrou que os pacientes estão frustrados com o acesso desigual e inconsistente às drogas, dificuldades em participar de ensaios clínicos e atrasos na aprovação de novas tecnologias e tratamentos. Boscolo ressalta a demora da ANS e da Anvisa em aprovar, por exemplo, medicamentos já em uso com sucesso em outros países.

Pacientes
Outra falha ressaltada pelo documento é a falha em entender os sintomas dos pacientes, gerando pedidos desnecessários de diagnósticos e tratamentos em excesso, aumentando custos e comprometendo resultados. O consultor defende uma abordagem mais centralizada no paciente, focado não só em diagnose e tratamentos de doenças tradicionais, mas também nos objetivos e nos perfis de saúde individuais dos pacientes.

Mark Britnell, sócio no Reino Unido e líder da prática global de saúde da KPMG, defende ainda uma mudança de cultura que permita aos pacientes e cuidadores maior autonomia nos serviços de saúde e no planejamento.

O relatório mostra que as pessoas que têm doenças crônicas, por exemplo, passam apenas uma pequena parte do tempo sob os cuidados de um especialista clínico. Grande parte dos cuidados é suprida por elas mesmas, por seus cuidadores ou por seus familiares, obtendo bons resultados com custos menores.


“O que dá certo: gerando mais valor em conjunto com pacientes, cuidadores e comunidades” pode ser acessado (em inglês) no site da KPMG.