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Nova rede social para o Paciente 2.0

Article-Nova rede social para o Paciente 2.0

Enquanto trabalhava num dos maiores conglomerados de saúde do país, Istvan Camargo acompanhava a evolução no comportamento digital dos pacientes de todo o mundo e enxergava que uma mudança aconteceria também no Brasil. “Os pacientes já estão na internet há muito tempo. A diferença é que com o boom da internet social eles não estão mais buscando apenas o conteúdo. Eles também querem a interação com pessoas em condições semelhantes às deles”.

Foi então que o executivo decidiu abandonar a gravata e iniciar o projeto de uma rede social com características sociométricas diferentes daquelas encontradas em uma rede social tradicional e que fosse capaz de suportar a interação entre diversos grupos de pacientes crônicos. “Já existem redes sociais específicas para questões profissionais, como o LinkedIn. O mesmo princípio deve valer para questões de saúde”, explica.

Após um longo período de desenvolvimento Istvan inaugurou a rede social Cidadão Saúde numa experiência inédita contratada junto a um importante grupo de apoio a pacientes com fibromialgia ligado a Universidade Federal de São Paulo. “Durante alguns meses participei de todas as reuniões presenciais com os pacientes e moderadores e pude notar as necessidades que surgem desse contato entre eles. Foi uma experiência fundamental” explica.

No Cidadão Saúde as pessoas podem separar seus assuntos sociais daqueles assuntos relativos à sua saúde, mantendo intacta a sua privacidade. Além disso encontram no interior da comunidades um painel com estatísticas sobre a doença produzidas pelos próprios membros. “É uma fonte de feedbacks”. Outra funcionalidade muito utilizada é a rádio online que leva programações sobre saúde enquanto o site é visitado.

No último mês de agosto a rede social lançou um novo projeto, dessa vez apoiando um importante projeto de pesquisa genética realizado pela Universidade de São Paulo em conjunto com a Universidade da Califórnia. “Dessa vez trata-se de uma comunidade voltada para familiares. As pesquisas realizadas no exterior revelam que os “caregivers” tem um nível de engajamento ainda maior que os próprios pacientes e estamos constatando isso na prática”.

A patologia em torno da qual se desenvolve essa nova comunidade é o autismo, uma síndrome cuja Cidadao-saude-rede-social-pacientesprevalência vem aumentando de forma preocupante ao redor do mundo e isso exige um esforço de conscientização cada vez maior entre os pais. “Tanto a fibromialgia quanto o autismo são síndromes de difícil diagnóstico e que ainda não tem cura. Percebemos que isso aumenta muito a necessidade da troca de experiências entre os participantes”.

Istvan explica que as interações são diferentes das que ocorrem entre médicos e pacientes durante a realização de uma consulta. “Nas nossas comunidades os participantes buscam se instrumentalizar para o convívio com a doença: Ninguém faz diagnóstico, solicita exames ou prescreve medicamentos. Eles apenas querem obter respostas para questões cotidianas a partir do conhecimento acumulado por outros pais e pelos moderadores” explica. “Outro dia uma mãe comentou que um post lido na comunidade aliviou-a da culpa que sentia há anos sempre que saía do consultório médico. Fiquei verdadeiramente emocionado.”

Embalado pelo sucesso que as redes sociais de saúde americanas têm obtido no apoio ao desenvolvimento de pesquisas, o Cidadão Saúde não descarta seguir esse rumo por aqui também. “Existe um espaço grande para melhorar processos ligados às pesquisas no país”.

Sobre a forma de monetizar a rede, Istvan Camargo explica que já vem desenvolvendo projetos que geram receitas baseadas na prestação de serviços. “Não visamos faturamento com publicidade”, explica.

Ainda esse ano Istvan explica que irá lançar mais uma comunidade em torno de uma nova patologia. “Encaramos cada comunidade como um filho. Isso exige estratégias diferentes, moderadores e curadores diferentes, políticas comunitárias diferentes. Também buscamos escolher parceiros com diferentes tipos de atuação dentro da Saúde” conclui.

Quer saber mais?

Acesse www.cidadaosaude.com.br

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