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Os Usuários de Planos de Saúde Podem Utilizar Recursos do SUS?

Article-Os Usuários de Planos de Saúde Podem Utilizar Recursos do SUS?

sistemas de saúde, sus, saúde suplementar
Inicio parceria com o Empreendersaúde neste interessante espaço de ideias e reflexões. A temática que abordo hoje é pertinente a minha área de paixão e trabalho: relacionamento entre o setor público e o setor de saúde suplementar (SS) na área da saúde.

Inicio parceria com o EmpreenderSaúde neste interessante espaço de ideias e reflexões. A temática que abordo hoje é pertinente a minha área de paixão e trabalho: relacionamento entre o setor público e o setor de saúde suplementar (SS) na área da saúde.

Recentemente o tema foi bastante discutido em fórum promovido por iniciativa do jornal O Estado de São Paulo no dia 16/07/2014, com participação de diversos especialistas renomados (Fóruns Estadão Brasil 2018 – Terceiro encontro com temática saúde). O conteúdo do evento foi publicado no jornal dia 18/07/2014.

“Relação entre SUS e SS precisa de ajuste”, sentencia-se logo no início da matéria. “Os sistemas público e privado deveriam estar mais integrados”, afirma Sergio Bento, da consultoria Planisa. “É preciso aumentar a coordenação entre SUS e saúde suplementar”, diz André Medici, do Blog Monitor de Saúde.

Após clara demonstração de que a ideia envolvendo estreitamento das relações entre SUS e SS está muito presente no debate, aparece um lado talvez mais crítico sobre a maneira como a relação se desenvolve hoje. Basicamente discute-se a utilização do SUS pelos pacientes da saúde suplementar, com destaque para questionamentos como a legitimidade dos atendimentos a pacientes da SS pelo SUS: “se tem gente procurando o SUS é porque alguma coisa não está funcionando direito”, afirma Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

É no mínimo complexa a tarefa de encontrar bons argumentos para questionar a colocação da Professora Ligia. Afinal, por que um indivíduo que paga mensalmente por seu plano de saúde (direta ou indiretamente) procuraria os serviços do SUS na hora em que aparece a necessidade?

Parece ainda ser possível afirmar que essa pergunta é mais impactante para quem já ficou seriamente adoecido, pois nessa hora menos importa quem vai pagar a conta, e mais quem vai resolver o problema. Adicionem-se evidências de que os pacientes da SS utilizam mais o SUS nas esferas da alta complexidade, como relata o Professor Eugenio Villaça Mendes .

Se for assim de fato, por que a ascendente classe média brasileira (e a massa de trabalhadores que estão dentro da formalidade) a cada dia consome mais planos de saúde? A resposta só pode estar no fato de que algo é ofertado, e algo de interesse. Afinal, a massa de beneficiários da SS busca aquilo que interpreta como qualidade no atendimento rotineiro, na consulta de pronto-socorro para sua enxaqueca, no conforto do quarto para sua internação breve, na coleta do exame laboratorial de rotina.

Quem já utilizou os serviços do SUS sabe que essas coisas não são facilmente localizáveis em qualquer unidade do sistema. Podemos ir além, apostando na surpresa e heterogeneidade daquilo que se pode encontrar em algum ponto de atendimento à população, dentro de algum prestador de serviços que pertença ao gigantesco SUS. Além disso, qual o percentual dessas pessoas que precisarão de um transplante de fígado? Quantos deles terão uma grave leucemia? E quantos terão um pioderma gangrenoso? Certamente a minoria.

Cabe a fala de Monica Viegas, da Universidade Federal de Minas Gerais: “temos que parar de pensar na dicotomia público versus privado”. Então vale questionar por que é que não podemos aproveitar o que há de melhor nestes dois sistemas? A discussão ficará ainda mais interessante quando adicionarmos a palavra “como” à pergunta...

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