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Para mudar a saúde: Colaboração / Hospitalar 2014

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Eu estive cobrindo o 9º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saúde, organizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área de Saúde (IEPAS), mantida pela FEHOESP (Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo) e pelo SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais de São Paulo). Já na primeira palestra o foco no emprendedor ficou claro.

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Hoje foi dada a largada de alguns dos principais congressos da Feira Hospitalar, maior evento de saúde das Américas, e entre os 5 maiores do mundo. Nossa equipe se dividiu para cobrir o máximo do evento, então prepare-se para uma avalanche de conhecimentos de Gestão, Tecnologia e Sistemas de Saúde.

Eu estive cobrindo o 9º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saúde, organizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área de Saúde (IEPAS), mantida pela FEHOESP (Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo) e pelo SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais de São Paulo). Já na primeira palestra o foco no empreendedor ficou claro. A primeira palestra foi denominada: “Visão Empreendedora – Onde estou e aonde pretendo chegar”, essêncial em um momento em que o que o setor mais precisa é liderança empreendedora.

Por exemplo, na sala dos palestrantes questionei a questão da proibição de capital estrangeiro no Brasil para serviços de saúde. Há muito se diz que isso vai mudar, porque não faz sentido algum, mas não houve liderança empreendedora com senso de urgência pra isso mudar.

A primeira palestra foi proferida pelo Enrico De Vettori, Sócio da Deloitte Consultores para a área de saúde, em seguida André Pereira, da IGC Partners, com o painel coordenado pelo conhecido consultor Eduardo Regonha, da XHL – Consultoria em Saúde.

Antes das palestras foram feitas 2 perguntas aos gestores presentes se estavam preparados para receber novos sócios ou para um fusão, e se estavam preocupados ou interessados em investir para crescer.

Na abertura, Regonha reforçou: “o emprendedor tem que entender que saúde é um negócio. Mesmo entidades com forte cunho social, precisam entender isso para manter sua rentabilidade para fazer os investimentos e manter o destaque da sua marca, investir em recursos humanos de alto nível, com perspectiva de perenidade e longevidade do negócio”.

Eduardo disse ainda que as clínicas devem olhar o que os hospitais estão fazendo, como a Rede D’Or, para se inspirarem e crescer. Reforçou que clínicas de oncologia e ortopedia estão entre as mais visadas para investimentos com capacidade de dar bons retornos aos investidores. Disse que de 2001 a 2012 o número de beneficiarios de planos de saúde cresceu quase 70%, de 30 milhões para mais de 50 milhões de beneficiários, uma grande oportunidade, mas que vem com cada vez mais demandas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para os convênios, que acabam pressionando os serviços, que tem que se profissionalizar, o que acaba aumentando os custos.

Isso tem feito também com que o número de operadoras tenha caído muito, de mais de 2000 para 1000 operadoras, com margens cada vez mais baixas, com margens de 1-2%, tendo que pressionar cada vez mais os prestadores.

“Ainda, a acreditação tem se tornado uma imposição praticamente, e mudanças no modelo de remuneração são cada vez mais necessários”, reforçou Eduardo Regonha.

“A população de idosos também traz custos crescentes para o setor e a profissionalização é a única saída para lutar contras essas mudanças e aproveitar as oportunidades”.

Reforçou que a saúde já representa 10,2% do PIB, com custos crescentes, enquanto a concorrência cresce a cada dia, com necessidade de investimento constante, nem sempre para crescer, mas muitas vezes apenas para se manter no mercado e se manter atualizado. “Hoje se sente que se trabalha mais e ganha menos. E isso não é uma sensação, é uma realidade”.

Como consultor, falou ainda do descompasso entre recebimento e pagamento, que exige um capital de giro significativo para as organizações.

Concluiu com a pergunta: “O que você espera da sua clínica? É uma empresa da qual você espera lucro e longevidade ou simplesmente um condominio em que as pessoas trabalham, retiram tudo que ganham e não há investimento na perenidade?”.

Enrico De Vettori, da Deloitte, iniciou sua palestra reforçando a característica empreendedora do público, em que 90% respondeu que quer investir para crescer, mas quase 80% disse que não estava preparado para tanto. Enrico trouxe um vídeo para empreendedores, entitulado “Did you know?”, para reforçar a mensagem “We’re living in exponencial times”, de mudanças constantes.

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De Vettori disse que para ele, Foco é a principal habilidade do emprendedor para lidar com esses períodos de mudança, listando prioridades e separando as prioridades das urgências. Reforçou que somos submetidos à riscos todos os dias, e isso é algo que temos que lidar, com noção de compliance, trabalhando dentro da lei, com rigor. “Se a sua empresa não consegue operar pagando os impostos devidos”, não deve operar, em resumo.

Enrico reforçou que “Converter” é uma palavra importantíssima para o emprendedor, pois significa resultado de trabalho e “Inovação” é a nova maneira de trabalhar. O lema da Deloitte esse ano é “Reshape your Advisory” trazendo a inovação na preocupação da Consultoria. Disse ainda: “Eu acredito em Pactos, há de haver colaboração para mudar o setor. Alguém do seu lado tem o que você precisa e pode ser beneficiado pelo que você oferece”

“O empreendedor não só fareja, mas busca. Até dormindo está antevendo coisas, sempre em busca de oportunidades e do “estalo”, todo o seu repertório de vivência e faro, com obstinação para fazer dar certo. Há de haver comprometimento, não o commitment que eu falava alguns anos atrás, mas o engagement. Pessoas comprometidas não resolvem mais, preciso de pessoas obstinadas na minha equipe. Não sei de vocês, mas a minha vida está bastante difícil”.

Enrico De Vettori falou ainda de Atitude e Assertividade, “não adianta dar um resultado de 2013 em 2015. Temos que fazer a coisa direito, no momento certo.”

“Quando eu entrei na Deloitte tínhamos um tipo de avaliação de riscos, hoje vemos isso diferente, porque sabemos que os riscos são parte de fazer bons negócios em tempos rápidos de mudança, então fazemos uma avaliação ampliada de risco, considerando coisas diferentes, de certa forma mais criteriosa, mas também mais próxima da realidade”.

O Brasil vai ser bom? Vai ser ruim? Enrico trouxe a capa da Veja “Nem Euforia Nem Depressão”, dizendo “vamos ser pé no chão e trabalhar duro, que vai dar certo, é isso que vai importar e fazer alguma diferença”.

Encerrou falando sobre o custo médio ponderado de capital, “Quanto custa para o seu negócio operar? Vocês rodam o negócio de vocês com empréstimo bancário, de BNDES, etc, e outros grupos pegam dinheiro estrangeiro muito mais barato para operar e competir. Essa é a nova realidade, e o negócio de vocês tem que estar preparado”

Enrico fez ainda o lançamento da Converge Health, um produto da Deloitte de Big Data e Analytics para gestão de informações do negócio. “As operadoras e as indústrias farmacéuticas precisam das informações do negócio de vocês. Se valorizem.”

Conheça a Deloitte Converge Health

Em seguida, André Pereira, da IGC Partners, iniciou falando que a demanda reprimida no setor de saúde deverá impulsionar Fusões e Aquisições no Setor Saúde, trazendo exemplos da CVS Caremark que adquiriu a Onofre em 2013, a UnitedHealth Group que adquiriu a Amil em 2013, a Sanofi que adquiriu a Medley em 2009, a Celesio que adquiriu a Panarello em 2011, entre outros.

“Cada vez mais as empresas brasileiras tem sido abordadas por fundos de investimento e compradores estratégicos estrangeiros procurando aquisições, o que também é estratégico para os fundos que procuram estratégias de saída para o seu capital.”

André Pereira reforçou que o aumento da renda e a mudança da pirâmide etária foram 2 fatores que estimularam muito o interesse pelo país.

Com o slide intitulado “O que os fundos de investimento estão olhando em saúde?”, respondeu que esses fundos estão olhando oportunidades de consolidação que permitam criar um líder nacional, dando exemplos do DASA, investido pelo Pátria, a Brasil Pharma, investida pelo BTG, a Rede OncoClínicas, que recebeu investimentos da FIR Capital e da Vitorias Partners, que se capitalizaram com foco em fazer aquisições no setor de oncología, extremamente fragmentado. A OncoClínicas já tem hoje 26 unidades, com porte, acesso à capital mais barato (reforçado por Enrico na palestra anterior) etc.

André reforçou que a organização da empresa é essencial para os que pretendem fazer ou ser alvo de uma aquisição. “Preferimos uma empresa não tão boa, mas organizada, do que uma boa empresa desorganizada, já vi várias negociações não se concretizarem por desorganização das empresas”.

No próximo slide, “Por quê ter um sócio investidor”, André elencou as razões:

  • Empresa fica capitalizada;
  • Saída de sócios que desejam vender a sua parte;
  • Profissionalização da gestão/ governança (“o investidor é o personal trainer da empresa”);
  • Auxílio em decisões estratégicas;

Para quem quer ter uma empresa de fato e não um condominio, um fundo de investimento pode ajudar muito.

E como saber se a sua empresa é um alvo interessante para um fundo de investimento?

  • Empresa com histórico de sucesso;
  • Equipe para execução do plano;
  • Plano com alto crescimento e claro uso de recursos;

E o que dificulta o processo? “Basicamente, falta de preparo, de 2 tipos”

Da Empresa:

  • Contabilidade incorreta;
  • Informalidades tributárias e trabalhistas;
  • Falta de organização financeira e despreparo para recebe uma auditoria externa;

Do Acionista:

  • Desconhecer o valor da empresa;
  • Não ter conhecimento sobre as operações da empresa;
  • Não implantar regras de governança;
  • Não saber a real necessidade de saída do investidor;

Quais os passos que preciso dar?

  • Preparação de Plano de Negócios que valorize a empresa;
  • Organizar a empresa para o processo de diligência;
  • Contratar um assessor financeiro experiente;

Vendendo o peixe ao final da necessidade de se ter um assessor para esses processos, André Pereira finalizou:

“Os fundos tem pessoas que negociam isso todo dia. Fazer negociação direta é o mesmo que tentar ganhar um jogo de um profissional atuando como amador. Pode até acontecer, mas é improvável”.

Na sessão de perguntas de encerramento, destaco apenas 3 coisas. Enrico De Vettori, da Deloitte, disse que hoje boa parte do seu trabalho é fazer as pessoas conversarem, “levo a operadora falar com o hospital, o hospital falar com o médico” etc, o que é exatamente o papel do EmpreenderSaúde. E uma pergunta feita por uma das clínicas para o André Pereira, da ICG Partners: “Como calculo o valor da minha empresa/clínica?”, o que mostra um interesse e ao mesmo tempo um despreparo dos empreendedores de saúde.

E Eduardo Regonha finalizou com algo que poucas vezes as pessoas dizem no setor hoje:”Não vejo mais espaços para consultórios médicos no Brasil, pois é necessário reduzir custos, e clínicas especializadas ou policlínicas são o caminho”.

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