O impacto da queda do dólar, abaixo de R$ 2, o menor valor dos últimos seis anos, preocupa a indústria brasileira de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios. Segundo Franco Pallamolla, presidente da ABIMO, entidade que representa nacionalmente os fabricantes, o setor é estratégico, de acordo com a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior brasileira, e deveria ter sido contemplado com os benefícios anunciados pelo Ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para cinco áreas da indústria (têxtil e de vestuário, automobilística, naval, de calçados e móveis).
Na avaliação de Palamolla, há uma necessidade imperiosa de proteger a indústria de equipamentos e artigos para saúde sob risco de causar uma forte desindustrialização. Para ele, os danos causados pela pesada carga tributária e vulnerabilidade aos produtos estrangeiros já são imensos, inclusive com uma grande quantidade de fabricantes brasileiros em regime de recuperação judicial.
A indústria brasileira de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios movimentou em 2006 cerca de R$ 6,5 bilhões e exportou aproximadamente US$ 442 milhões, 11% a mais em comparação com o período anterior.
As medidas de emergência anunciadas pelo governo para os cinco setores contemplam a redução dos tributos incidentes na folha de pagamento e o aumento de alíquotas de importação para proteger alguns produtos.
A ABIMO, em conjunto com o SINAEMO ? Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo, representa um segmento industrial em franca evolução, com 303 empresas filiadas, 80% delas compostas por capital nacional. As associadas respondem por 80% do faturamento total do setor. É uma indústria que possui capacidade para suprir de 90 a 95 % das necessidades de equipamentos e materiais de consumo de um hospital geral, nos padrões atuais.