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Produção de novo teste para COVID teve investimento da Desenvolve SP

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- Shutterstock

Exame molecular criado pelo laboratório brasileiro Mendelics em parceria com o Hospital Sírio-Libanês tem resultado em uma hora e custará R$ 95; metodologia será compartilhada gratuitamente com outros laboratórios

Um novo exame molecular que permite processar, por dia, centenas de milhares de testes que detectam o Covid-19 a preço acessível (cerca de R$ 95) foi desenvolvido pelo laboratório brasileiro Mendelics, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. O desenvolvimento da testagem obteve investimento da Desenvolve SP - O Banco do Empreendedor, instituição financeira do Governo do Estado de São Paulo, via Fundo de Investimento em Participações (FIP).

O Fundo BBI Financial, pelo qual a Desenvolve SP realizou a aplicação, investe em empresas emergentes e com alto potencial de crescimento que atuam no mercado de saúde e ciências da vida, de perfil inovador em termos de produtos, serviços ou modelo de negócios. Por meio do Fundo, o laboratório recebeu, no total, R$ 20 milhões.

"Investir em empresas com altíssimo potencial por meio de fundos é uma das formas de apoiar o empreendedorismo e a inovação em nosso estado. Temos orgulho de apoiar iniciativas que diretamente auxiliam no combate ao coronavírus e tornam-se pioneira em nosso país. A nova metodologia de testagem é um marco no enfrentamento da doença, que vai ajudar o Brasil a aumentar o controle de casos e reduzir o número de mortes", afirma o Presidente da Desenvolve SP, Nelson de Souza.

Disponibilidade

Batizado de #PARECOVID, o novo teste utiliza reagentes e equipamentos amplamente disponíveis no mercado, sem depender dos utilizados anteriormente, hoje escassos. Com isto, é o teste de maior capacidade de processamento lançado no Brasil até o momento. A estimativa é que sejam processados diariamente cerca de 110 mil amostras pela Mendelics. Neste momento, está em curso projeto piloto com 50 mil pessoas. Após esta etapa, Mendelics e HSL se comprometeram a publicar os protocolos, permitindo que outros laboratórios se unam aos esforços para que o número de testes possa chegar a centenas de milhares por dia.

"Nosso objetivo é que todos os laboratórios possam reproduzi-lo com seus próprios equipamentos para que, juntos, possamos processar milhões de testes diariamente e, assim, retomar as nossas atividades econômicas e sociais em segurança o mais brevemente possível. Estamos enfrentando uma das maiores crises de saúde mundial da história e desenvolver uma solução para a testagem em larga escala, publicando-a gratuitamente para que todos possam se beneficiar do método, é nossa obrigação. O momento é de união e pede solução universal" explica David Schlesinger, médico, CEO e fundador da empresa.

A Mendelics possui parceria com o Hospital Sírio-Libanês para a realização do exame, que já está disponível para alguns parceiros. Amostras podem ser coletadas de todo o Brasil, e o processamento, por enquanto, será feito exclusivamente em São Paulo. Os resultados serão postados em sistema fechado online para que os médicos tenham o laudo de forma rápida e precisa. "A parceria na área de pesquisa da Mendelics com o Sírio-Libanês é mais uma vertente do nosso trabalho de gerar e compartilhar conhecimento, e nos ajuda a fomentar inovação num momento tão desafiador, trazendo excelência e acesso à saúde para a população brasileira, para ajudarmos a construir uma sociedade cada vez mais solidária", diz Paulo Chapchap, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês.

Metodologia

O novo teste utiliza a metodologia RT-LAMP (Reverse Transcription Loop-Mediated Isothermal Amplification). A partir da coleta de saliva do paciente, o exame identifica a presença do SARS-CoV-2 por meio de um teste molecular que reconhece o material genético viral. O método leva apenas uma hora e possui especificidade de 100% (não foram identificados resultados falso-positivos) e sensibilidade comparável ao teste de RT-PCR disponível no mercado.

A maior parte dos exames existentes que identificam o vírus SARS-CoV-2 coleta a amostra por meio de um swab nasal longo (um tipo de cotonete alongado) que obtém amostras das secreções coletadas da garganta. Tal ato causa um movimento involuntário que pode expelir o vírus, aumentando o risco de infecção para os profissionais da saúde. A partir do método aperfeiçoado pela Mendelics, o próprio paciente realiza a coleta de amostras de saliva em um tubo estéril, resolvendo também o problema de demanda de kits de coleta nasofaríngea, fator que tem limitado diretamente a capacidade de coleta e testagem no Brasil.