“O Peer Learning deriva de uma história um pouco mais longa.” Assim que Leonardo Vedolin, Vice-presidente da área médica da Dasa, começa a nos contar a história por trás do programa que não só aumenta a qualidade dos exames do laboratório, mas também gera engajamento médico e os motiva a continuar aprendendo.
Assim como um grande número de empresas ainda o faz, o sistema de auditoria pré-Peer Learning na Dasa era baseado em um indicador. Manualmente, um grupo de médicos revisava alguns exames por amostragem e fazia um controle numérico, que era avaliado por um grupo pequeno de executivos para saber como a operação estava indo.
Com o grande número de aquisições ao longo da história e práticas muito heterogêneas entre os laboratórios no passado, a partir de 2015 acelerou-se o processo de transformação digital fundamentada no conceito de silêncio operacional, indicando que a operação precisa sempre ter qualidade, eficiência, ser confiável, rápida e inovar em ciclos curtos.
Focados em ter padrões de qualidade acima do mercado, os investimentos foram fortes em capital humano e em certificações internacionais. Foi então que em 2017 criou-se o Peer Review, ou revisão de pares. Estruturada em uma plataforma, os laudos do Brasil inteiro eram revisados de forma aleatória e os indicadores começaram, portanto, a ficar mais acurados. Neste processo era possível notificar os médicos de eventuais oportunidades de melhorias.
Em 2 anos, a qualidade aumentou e como evolução deste processo, os exames que apresentaram potencial erro ou oportunidade de melhoria começaram a ser utilizados para aprendizagem de toda equipe. Surgiu assim o Peer Learning. Com ele, foi criado o Great Call, ou seja, o reconhecimento quando o médico faz um diagnóstico extraordinário. “Dizer que ‘seu laudo talvez não esteja tão correto’ poderia causar uma certa resistência no primeiro médico”, afirma Vedolin, por isso a importância em manifestar os elogios.
Para que tudo isso fosse possível, a Dasa investiu e desenvolveu a plataforma com uma empresa israelense. Hoje o programa funciona dentro da área de radiologia e imagem, para médicos e biomédicos, e está se expandindo pelo Brasil, com planos de chegar às operações argentinas e uruguaias. Durante a pandemia, esta metodologia de trabalho pode se adaptar ao Home Office, beneficiando inclusive todo sistema, pois o médico não precisava mais estar fisicamente em uma central e talentos do Brasil inteiro puderam ser acessados mais facilmente.
Ainda como um desdobramento do programa e da pandemia, a Dasa Educa, projeto concebido e idealizado em outubro de 2019, cresceu de forma exponencial. A proposta inicial que era educar e capacitar os profissionais Dasa expandiu para fora de seus muros. Com o início da pandemia, a grande maioria dos médicos precisou sair do laboratório e ir para casa. Foi durante este tempo que algumas pessoas começaram a se disponibilizar para dar aulas e muito do que era dividido dentro do Peer Learning começou a ser usado como insights e conhecimento para ser compartilhado e melhorar o nível de desenvolvimento dos profissionais.
“Foi um período em que as pessoas pararam e tiveram um tempo para se reciclar em coisas que elas não estavam planejando fazer nos próximos 1 ou 2 anos”, afirma Vedolin. Atualmente, estão em fase de criação de uma plataforma de educação própria, onde ficarão hospedados todo conteúdo produzido pelo laboratório. Para o médico, a principal barreira da educação médica contínua é que o profissional entenda que educação não é mais algo que acontece numa fase restrita da vida, ela precisa ser para o resto da vida, ou seja, a pessoa não pode mais parar de ser educada. O Peer Learning e a Dasa Educa são a semente para este modo de pensar, engajando profissionais na cultura da empresa e gerando resultados exponenciais.
