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Sociedade ainda não compreende a depressão, diz pesquisa

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Eurofarma e Datafolha realizam pesquisa e identificam, por exemplo, que a população enxerga erroneamente os profissionais de saúde mental como profissionais de doenças mentais

A primeira descoberta da pesquisa realizada pela farmacêutica Eurofarma, em parceria com o Instituo Datafolha, é de que 100% dos entrevistados não conhecem ou não encontraram nenhum site como referência no fornecimento de informações sobre depressão




O estudo quantitativo investigou as relações de portadores de depressão com seus parentes e médicos. As abordagens foram feitas pessoalmente, em pontos de fluxo populacional, nas cinco regiões da cidade de São Paulo.

De acordo coma pesquisa, a tamanha falta de informação está atrelada ao preconceito em relação à doença. Outra descoberta foi em relação ao tempo que os pacientes deprimidos demoram para procurar um médico, que é de mais de seis meses para 44% dos pesquisados.




Visão do profissional especializado
Outro fator que contribui para o preconceito contra a doença é um erro conceitual por parte da população, que enxerga os profissionais de saúde mental como profissionais de doenças mentais. Dessa forma, é fácil compreender porque 67% dos entrevistados se esforçam para que as pessoas não percebam quando ele não está bem, outro dado revelado.

Na outra ponta, apesar de se ver muitas críticas em relação ao médico, 2/3 dos pacientes fazem uma avaliação positiva dos profissionais e estão satisfeitos com o tratamento. Os sentimentos do primeiro contato com o médico e com o diagnóstico são, na maioria, negativos, como preocupação, tristeza e medo. Mas, ao mesmo tempo, de alívio.

Outras descobertas foram: 71% dos entrevistados demoraram mais de um mês para obter os primeiros sinais de melhora após o início do tratamento; pelo menos 50% dos pacientes entrevistados dizem que percebem a melhora após três meses; e outros 35% mais de 180 dias.

Ainda segundo a pesquisa, essa demora influencia na tendência ao abandono da terapia e, consequentemente, da cura. Para o médico Edson Shiguemi Hirata, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa, quase 30% dos pacientes abandonam o tratamento após o primeiro mês e mais de 50% abandonam após o terceiro mês.

Segundo ele, os fatores que contribuem para a demora na percepção de melhora, após o início do tratamento, são: orientação quanto ao efeito do tratamento e evolução da doença, bem como uso incorreto da medicação.

Hirata esclarece que a medicação faça efeito após uma ou duas semanas de uso e, assim, após um mês o médico poderá fazer uma avaliação quanto à resposta do paciente ao tratamento. “A melhora rápida do início é fundamental para a aceitação da terapia e diminuição do índice de o abandono do tratamento”, informou em comunicado.

Outro aspecto importante revelado pela pesquisa é valor do tratamento, sendo imprescindível torná-lo acessível e, ao mesmo tempo, divulgar canais de atendimento gratuito ou mais econômicos.

*A margem de erro máxima da amostra é de sete pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. O que significa que, se fossem realizados 100 levantamentos simultâneos com a mesma metodologia, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.

Definição de portador de depressão: quem consome ou consumiu alguma das 21 marcas de medicamentos dispostas num cartão e que recebeu diagnóstico médico de depressão.