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Unidade Vergueiro do HAOC participa de projeto sobre cuidado responsável

Article-Unidade Vergueiro do HAOC participa de projeto sobre cuidado responsável

Paulo Vasconcellos Bastian - CEO - Oswaldo Cruz (1)

No ano passado Emilio Püschmann, CEO da Amparo, apresentou ao Saúde Business o projeto da primeira Accountable Care Organization (ACO) brasileira. O projeto liderado pela ASSEFAZ (Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda) reúne a Amparo Saúde como prestadora de atenção primária, DaVita Serviços Médicos como prestador de atenção secundária, Hospital Alemão Oswaldo Cruz como atenção terciária, Humana Magna como cuidados de transição e Gympass focada em prevenção.

Neste mês, conversamos com Paulo Bastian, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para entender como o hospital foi escolhido para participar do projeto e o seu papel na iniciativa. Bastian conta que o êxito do modelo disruptivo da Unidade Vergueiro do hospital tem chamado atenção dos players pela previsibilidade de preços e eficiência, não só assistencial, mas também operacional.

A partir de 2007, foi criada uma área dentro do hospital para o cuidado dos próprios colaboradores. O espaço contava com ambulatório, espaço para atividades físicas, cuidado mental e pessoal. Como resultado, houve uma diminuição significativa da sinistralidade, se comparado com o período anterior quando os funcionários eram cuidados por uma empresa terceira. Este programa se tornou um case e despertou o interesse da Universidade de Stanford.

“Fizemos uma parceria com a Stanford University, e um representante deles disse: Olha, eu vi poucas empresa aqui no Brasil preocupadas com o cuidado dos seus colaboradores e saúde populacional. Nós já fazemos isso há 30 anos, temos uma experiência grande e gostaríamos de ajudar a desenvolver o projeto. Isso aconteceu em 2010”, ele relembra.

Assim, colaboradores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, fizeram um intercâmbio em Stanford para conhecer mais sobre o modelo. O desfecho da parceria foi o registro de todos os hábitos, perfis e histórico dos colaboradores, que resultou em um “passaporte da saúde”, no qual médicos se baseavam para as suas orientações de cuidado. Inclusive, dentro de um programa de remuneração variável.

A adesão dos colaboradores passou de 65% nos exames periódicos, para 99%. E a sinistralidade que era de 95%, variou até chegar ao número atual de 74%. Entre 2011 e 2014 não houve nenhum aumento nos custos de saúde, a não ser pelo aumento do número de vidas, e isso provocou grande entusiasmo.

Durante o processo, por não contarem com algumas áreas como, por exemplo, unidade pediátrica e obstétrica, a instituição percebeu uma limitação de atuação. Em um caso específico, um paciente precisou ser tratado por terceiros e a custo muito acima do esperado. “Nós vimos a necessidade de implementar uma nova unidade hospitalar que pudesse dar previsibilidade de custo, e realizar parceria complementares. Assim foi criada em 2017 a unidade referenciada Vergueiro”, e completa, “Evidentemente nós visitamos as principais operadoras de saúde e mostramos o produto antes de inaugurar para ver se fazia sentido para eles. Hoje as operadoras tem feito planos específicos para serem tratados com prestadores de serviço definidos. Isso cria uma rede de cuidado assistencial que garante o melhor atendimento para o cliente, pois dependendo do êxito obtido, há um success fee”.

Bastian explica que a operação da Unidade Vergueiro, fundamentada em contratos de pagamento baseado em valor, teve a sua implementação muito mais facilitada por não ter passado por uma transição, mas sim, ter sido cuidadosamente projetada para esse propósito. “Nós começamos a unidade do zero nesse modelo. Se tivéssemos migrado de um modelo de serviço para um modelo de valor, talvez fosse mais difícil. Toda a equipe de profissionais, seja da assistência ou operação, já foram preparados desde o início para trabalhar nesse modelo”

Ao todo, serão 13 mil vidas sob o cuidado dos membros da ACO, a qual o Hospital Alemão Oswaldo Cruz faz parte. As empresas são independentes e cada uma precisará atingir seus objetivos para conseguir uma margem de remuneração que seja sustentável para a parceria.

A implantação está prevista para os próximos meses, atualmente a fase é de finalização dos acordos. Bastian conta que o principal desafio para produtos deste tipo é a interoperabilidade de informações, mas que o hospital já está em andamento com soluções de sistemas que atendam a essa demanda.​

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