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Varejo Farmacêutico no Brasil: a receita de sucesso para 2021

Article-Varejo Farmacêutico no Brasil: a receita de sucesso para 2021

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Setor em crescente expansão no mercado brasileiro, se antes de 2020 o varejo farmacêutico já vinha registrando bons resultados, agora no período pós-pandemia pesquisas recentes apontam para um avanço ainda mais acelerado, e impulsionado, sobretudo, por duas frentes: novas tecnologias e mudança no perfil do consumidor.

Prova disso são os dados divulgados pela IQVIA, os quais mostram um crescimento de 15,6% no faturamento do varejo farmacêutico no ano passado na comparação com 2019, destacando dentro desse percentual o aumento da procura por suplementos vitamínicos e a importância da cesta de não medicamentos nas vendas totais.

Somado a essa conveniência inerente à ampliação da variedade de produtos oferecidos pelas farmácias, questões relacionadas à autorização para venda de medicamentos à base de cannabis, à aquisição de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e aos impactos da pandemia pelo novo coronavírus, como o isolamento social e o fechamento do comércio não essencial em diferentes cidades do país, também foram responsáveis por mudanças com impactos significativos no setor.

Projeções indicam que o mercado farmacêutico global deverá ultrapassar US$ 1,5 trilhão até 2023, crescendo a uma taxa de anual de 3% a 6% nos próximos anos, conforme estimativas do "The Global Use of Medicine in 2019 and Outlook to 2023”.

Cabe ressaltar, porém, que apesar do avanço das associações, as redes de farmácias ainda dominam grande parte do mercado. Mas, de uma forma ou de outra, fato é que as principais oportunidades de crescimento, seja das redes, associações ou farmácias independentes, estarão na otimização de resultados, implantação de novas tecnologias e aprimoramento constante da infraestrutura de gestão.

O futuro do setor

Mais do que aumentar o número de lojas e a capilaridade, para ampliar as vendas de produtos e serviços no varejo farmacêutico é preciso otimizar resultados.

A inclusão de serviços na área de medicamentos deve crescer, cada vez mais, com o front end farmacêutico (ou clínicas farmacêuticas) e sua aplicabilidade voltada, principalmente, para controle e tratamento de diabetes, hipertensão, antitabagismo, obesidade, entre outras comorbidades.

As aplicações de vacinas também estão inclusas nessa lista, assim como exames e venda de produtos sem glúten ou sem lactose, por exemplo.

Além disso, na área de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) o conceito de oferecer “experiências” deve ter um incremento com orientações mais completas sobre cuidados com a pele, corpo, aplicação de maquiagem e novos sistemas de tecnologia para apoiá-las.

Com o crescimento das vendas online, o uso de aplicativos e uma gestão otimizada por meio da automatização de processos de compras, preços e serviços também precisam constar no plano de estratégia para serem implantados ou aprimorados de forma adequada.

A tecnologia ainda pode ser utilizada no ponto de venda, em serviços farmacêuticos como atendimento clínico através da telemedicina, testes laboratoriais (glicemia, Beta HCG, dengue, colesterol, entre outros) e disponibilização de laudos e prontuários online com cadastro de medicamentos adquiridos sob prescrição virtual, via QR Code, por exemplo.

Outra oportunidade de aplicação também pode ser relacionada à gestão e digitalização de impostos, fundamental para as empresas evitarem autuações e se manterem em compliance fiscal diante das mudanças na legislação tributária brasileira, considerada uma das mais complexas no mundo.

Ainda há muitos avanços tanto para as redes quanto para as farmácias independentes: o software, que precisa ser mais robusto para permitir uma conexão entre compras, vendas, armazenamento de dados sobre clientes e seus hábitos de maneira totalmente online e segura; o envolvimento do consumidor com os valores da marca, utilizando meios e plataformas certos para atraí-lo; e a oferta de produtos sob medida, de acordo com a necessidade do mercado, por meio de diversas formas de conteúdo e para diferentes públicos, são alguns deles.

Por isso, criar objetivos claros para as empresas e provocar novas experiências de compra com a ajuda da tecnologia, mais do que um desafio, já é uma oportunidade de serviço que traz novas – e prósperas – perspectivas para o setor.

Sobre o autor

Rafael Vargas tem experiência de 30 anos no segmento de Varejo, atuando no Brasil, México e Estados Unidos, e hoje é Líder de Negócios para Varejo na Softtek Brasil.